Dos fundamentos à regulação: Fernando Ulrich apresenta relatório de criptomoedas da XDEX

Analista-chefe da XDEX é o convidado do programa Bloco Cripto

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na última semana, a exchange XDEX publicou um extenso relatório de análise do mercado de criptomoedas aos seus clientes. Assinado pelo analista-chefe Fernando Ulrich, o documento destrincha o cenário dos principais ativos do mundo comparando o movimento de 2018 contra o ano de recordes de 2017, além de perspectivas para este ano.

Para analisar o relatório e comentar suas conclusões, o programa Bloco Cripto recebe Ulrich, que conversa com o apresentador Safiri Félix, avaliando principalmente os fundamentos do mercado, os ciclos de volatilidade e a evolução da tecnologia em si. Para ter acesso ao relatório, basta clicar aqui e abrir uma conta gratuita na XDEX.

Segundo o analista da XDEX, a volatilidade é uma medida de risco e uma das principais marcas dos criptoativos em geral, especialmente para o Bitcoin. Ele explica que, quanto maior o volume de negociação, menos volátil será o ativo, mas, no curto prazo, sentimento, incertezas e turbulências podem causar surtos de volatilidade.

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Ulrich explica que, até 2014 era comum ver uma volatilidade acima de 10% no Bitcoin, o que mudou entre 2015 e 2016 com o crescimento do volume de negociação nas exchanges chinesas, que passaram a dominar o mercado.

Já em 2017, a volatilidade entrou em trajetória de alta, culminando, em dezembro, no maior nível desde 2013. No ano passado, a volatilidade, porém, caiu bastante e ficou em níveis parecidos com o real brasileiro e até o Ibovespa.

O documento da XDEX mostra ainda que as buscas pelo termo “bitcoin” no Google são um importante indicador de interesse pela tecnologia ou ativo. Em uma análise, a exchange mostra que foi registrada houve uma queda maior nas buscas por “buy bitcoin” (comprar bitcoin) em relação ao termo “bitcoin.

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Além disso, a Venezuela se mostrou um bom exemplo de como regiões onde a tecnologia funciona mais como uma válvula de escape, o bitcoin acaba
sendo mais procurado. De acordo com o documento, houve um grande interesse pelo termo “bitcoin” no país comandando por Nicolás Maduro.

As “bolhas” do Bitcoin
Um dos trechos que chama mais atenção no relatório é quando Ulrich aponta que o Bitcoin já passou por quatro “bolhas” desde a sua criação. A primeira se deu em junho de 2011, quando o site Gawker publica um artigo sobe o Silk Road e a exchange MtGox. Uma semana depois o preço dispara, para US$ 31 e em seguida desaba cerca de 93%.

A segunda “bolha” ocorreu em abril de 2013, quando os volumes de negócios na MtxGox são impulsionados pela crise bancária do Chipre. O Bitcoin tem vê seu preço saltar 133 vezes desde o piso de 2011 e ultrapassar os US$ 266. Poucos dias depois a cotação desaba 70%.

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Já em novembro de 2013, o Bitcoin alcança sua máxima histórica de US$ 1.242 na MtGox. Ao mesmo tempo, o termo “bitcoin” no Google Trends também registra seu maior nível da história. Mas este cenário não durou muito, e em 2014 e 2015 o preço entra em trajetória de queda, tocando no piso de US$ 176, queda de 86%.

Por fim, a quarta “bolha” ocorre em dezembro de 2017. “À exceção da força computacional, todas as métricas batem recordes neste mês: preço (US$ 19,7 mil), Google Trends, transações e tarifas da rede, volumes nas exchanges”, analista Ulrich. Em seguida, os preços começam a cair forte e até o momento ainda passa por uma correção.

Projeções
Ulrich aponta que, depois da euforia em 2017, o mercado entrou em um bear market, mas é um período “necessário e saudável para o amadurecimento e evolução da tecnologia e do ecossistema como um todo”.

“Assim como os anos de 2014 e 2015 expurgaram os excessos de 2013 (quando tivemos a “terceira bolha do bitcoin”), 2018 e, provavelmente, 2019,
serão os anos de depuração depois dos recordes alcançados em 2017″, diz o documento.

Para o analista, do ponto de vista da tecnologia, os fundamentos “nunca estiveram melhores”, com redes mais robustas e resilientes e novos
desenvolvimentos que garantirão a escalabilidade sustentável dos principais blockchains.

“Do ponto de vista de novos projetos, o capital está mais escasso”, pondera. Ulrich mostra que, olhando para o nível de adoção da tecnologia, os mais afoitos podem concluir que estamos atrasados, que estamos “underdelivering” (entregando aquém do esperado). “Contudo, é preciso refletir e colocar em perspectiva o real significado e potencial de uma tecnologia de base, fundacional, como a do bitcoin”, completa.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.