Bitcoin tem poder para quebrar a internet, diz “Banco Central Mundial”

Para o BIS as criptomoedas são excessivamente instáveis, consomem eletricidade demais e estão muito vulneráveis a manipulações e fraudes para servir como um meio de troca global

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O BIS (Banco de Compensações Internacionais, na sigla em inglês) publicou um artigo de 24 páginas com duras críticas ao bitcoin e outras criptomoedas, dizendo inclusive que elas poderiam “quebrar a internet”. Segundo o texto, as moedas digitais não estão prontas para se popularizar, e talvez nunca estejam no campo dos serviços financeiros.

Segundo a instituição, que serve como um banco central para outros bancos centrais, estes ativos sofrem de “uma série de falhas” que impedem que eles atendam às elevadas expectativas que geraram uma explosão de interesse nos últimos anos. Para o BIS as criptomoedas são excessivamente instáveis, consomem eletricidade demais e estão muito vulneráveis a manipulações e fraudes para servir como um meio de troca global.

Para realmente crescer, estas moedas precisariam que o blockchain processasse as transações de varejo digital administradas atualmente pelos sistemas de pagamento nacionais. Porém, se isso acontecer, a instituição acredita que haveria o tamanho deste sistema aumentaria tanto que acabaria sobrecarregando tudo, de smartphones a servidores.

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O texto lembra que qualquer moeda exige confiança e escalabilidade, mas no caso das criptomoedas, a confiança pode desaparecer instantaneamente enquanto as redes estão mais propensas a congestionamentos de tráfego de dados conforme cresce. “Isso não apenas coloca em xeque a finalidade de pagamentos individuais, também significa que a criptomoeda pode simplesmente parar de funcionar, resultando em completa perda de valor”, diz o relatório.

Por outro lado, o BIS chega a levantar alguns benefícios do blockchain para o sistema financeiro. Segundo o artigo, a tecnologia pode tornar mais eficiente o envio de pagamentos transfronteiriços, por exemplo. Mesmo assim, a instituição alerta que esta facilidade também é seu grande risco, já que seria muito perigoso tentar administrar a economia global em uma rede descentralizada.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.