Bitcoin salta 260% em 3 meses e supera US$ 40 mil: os motivos para acreditar que esse rali é diferente do de 2017

Moeda digital entrou na mira dos grandes investidores de Wall Street e agora as projeções já vão até US$ 50 mil

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Bitcoin entrou em um rali impressionante e se antes era difícil imaginar a moeda digital atingindo US$ 20 mil, hoje ela já chegou a superar os US$ 40 mil, batendo, na máxima do dia, US$ 40.216, o equivalente a R$ 216.939.

Apenas nestes sete dias de 2021, a maior criptomoeda do mundo já subiu mais de 34%, sendo que no acumulado dos últimos três meses a valorização já passa de 260%.

Segundo especialistas, apesar de não ser possível descartar um movimento de correção da criptomoeda no curto prazo, é certo que há características que diferem bastante essa alta da que ocorreu em 2017, quando a moeda subiu até quase US$ 20 mil e depois perdeu mais da metade de seu valor em apenas um mês.

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Safiri Felix, diretor da Transfero, conta que três anos atrás a valorização do Bitcoin foi impulsionada pelo interesse do investidor pessoa física, que descobria a existência desse mercado e tentava ganhar dinheiro com ele. Hoje, ao contrário, quem movimenta a criptomoeda são os investidores institucionais.

“O fluxo comprador é bem maior, porque são os grandes bancos e corretoras de Wall Street que estão adquirindo Bitcoin”, avalia Safiri. Segundo ele, há diversas razões para ficar otimista com o valor do Bitcoin devido ao descompasso entre oferta e demanda.

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Em maio do ano passado, a quantidade de Bitcoin que pode ser minerada a cada dez minutos foi cortada pela metade no movimento realizado a cada quatro anos conhecido como halving. Ao mesmo tempo, o mercado cripto ganhava as manchetes de economia com a intenção do Facebook de lançar a Libra, sua própria criptomoeda.

Meses depois, a Fidelity lançou um fundo de investimento em Bitcoin e o PayPal passou a aceitar a compra e custódia de ativos denominados na moeda digital em sua plataforma.

Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin, vê essa distinção entre os dois ralis com clareza. “No ano passado, vimos algumas empresas, fundos e gestores fazendo suas alocações e advogando na causa cripto. São pessoas que devem dar satisfação porque gerem fundos com milhares de clientes, então as teses de investimento são muito mais qualificadas”, explica.

Para Tota, um incentivo a mais para investidores comprarem Bitcoin é a onda de estímulos monetários e fiscais que tomou conta do mundo desde o ano passado com governos e bancos centrais tentando fazer frente aos desafios econômicos impostos pela pandemia do coronavírus.

“Qualquer sinal de que os estímulos vão prosseguir, desde a eleição de um democrata [o presidente Joe Biden] na maior economia do mundo à segunda onda do coronavírus são notícias que geram valorização do Bitcoin, porque ele tem emissão limitada e conhecida, enquanto os bancos centrais podem injetar liquidez infinita nos mercados”, defende.

Para o futuro, ambos os especialistas foram cautelosos em projetar até onde pode ir o valor da moeda, até porque as estimativas mais ousadas do ano passado falavam em Bitcoin a R$ 200 mil, valor que já foi superado com folga.

“Não imagino que tenha qualquer motivo para esse movimento se encerrar, deve continuar ao longo deste ano e a próxima barreira psicológica é a dos US$ 50 mil”, afirma Safiri. Nesse cenário, cada unidade da criptomoeda custaria em torno de R$ 270 mil usando como base o câmbio real/dólar de hoje.

Já Tota acredita que não é mais absurdo acreditar que o Bitcoin possa chegar ao valor de mercado do ouro. “Como o Bitcoin é um serviço financeiro, antigamente se comparava o valor de mercado máximo dele com os de grandes empresas de meios de pagamento como a Visa. No entanto, o Bitcoin hoje já vale muito mais do que a Visa. A grande verdade é que não há como estimar o quanto pode valer a moeda digital no longo prazo”, conclui.

Às 17h43 (horário de Brasília), o Bitcoin subia 11,83% a US$ 39.019 ou R$ 210.158.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.