Bitcoin já consome mais energia que toda a Argentina e gasto gera alertas de Bill Gates e Yellen

Se fosse um país, o Bitcoin estaria em 28º lugar no consumo global de energia, segundo levantamento da Universidade de Cambridge

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Enquanto investidores comemoram a disparada do Bitcoin para novas máximas recordes, um outro tema entra no radar de analistas, gestores e ambientalistas: o alto consumo de energia no processo de mineração da criptomoeda.

Para se criarem novas unidades da moeda digital, pessoas ao redor do mundo utilizam computadores ligados 24 horas por dia para resolverem enigmas matemáticos – conhecido como mineração -, que conforme são completados aprovam as operações feitas na rede do Bitcoin e cria novas moedas.

Porém, conforme a rede aumenta e o Bitcoin aumenta seu valor, mais complexos vão ficando esses enigmas, exigindo máquinas com um maior poder de processamento, e, por consequência, consome mais energia elétrica.

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Levantamento recente da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, mostrou que hoje o Bitcoin consome mais energia do que toda a Argentina. Segundo os pesquisadores, a mineração da criptomoeda consome cerca de 130,9 terawatt-horas (TWh) por ano (um terawatt equivale a 1 bilhão de kilowatts).

E esse valor tende apenas a aumentar, já que a expectativa não só é que os preços do Bitcoin aumentem ao longo dos próximos anos, mas também haverá mais moedas em circulação.

Hoje a Argentina consome 125,03 TWh por ano de energia. O Bitcoin também está na frente de países como Holanda (110,68 TWh), Emirados Árabes (119,46 TWh) e Noruega (124,13 TWh) no consumo de energia.

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Se fosse um país, o Bitcoin estaria em 28º lugar no consumo global de energia, segundo o levantamento, já próximo de superar a Suécia, que consome 137,79 TWh.

Os pesquisadores mostraram ainda que toda a eletricidade consumida por eletrodomésticos que ficam na tomada no modo inativo nos EUA seria suficiente para abastecer a rede inteira do Bitcoin durante um pouco mais de um ano e meio. Eles ainda afirmam que a quantidade de energia usada pela criptomoeda em um ano seria o suficiente para sustentar a Universidade de Cambridge por 744 anos.

E em um mercado cada vez mais voltado para preocupações ambientais e de ESG, todos esses dados têm ampliado um grande debate sobre o quanto a criptomoeda pode ser prejudicial em termos ecológicos.

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Recentemente, durante um evento realizado pelo jornal The New York Times, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, criticou o consumo de energia do Bitcoin. Segundo ela, a moeda digital não deve se tornar um mecanismo de transações amplamente utilizado.

“É uma forma extremamente ineficaz de realizar transações e a quantidade de energia consumida no processamento dessas transações é impressionante”, disse ela.

Outro crítico do Bitcoin é um dos homens mais ricos do mundo, Bill Gates, que ressaltou no mês passado que a produção de um Bitcoin requer uma grande quantidade de energia.

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Em uma entrevista para a Bloomberg TV, o fundador da Microsoft também disse não concordar com a forma anônima das transações de bitcoins. “A Fundação Gates faz muito em termos de moeda digital, mas nessas coisas você pode ver quem está fazendo a transação”, completou. “Dinheiro digital é uma coisa boa, é uma abordagem diferente”.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.