Bitcoin atinge máxima histórica em reais com uso pelo PayPal e analistas ainda enxergam oportunidades

Moeda digital voltou a patamares de 2017 graças ao investimento institucional e à depreciação da moeda brasileira

Ricardo Bomfim

(iStock / Getty Images Plus)

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SÃO PAULO – O Bitcoin superou nesta quarta-feira (21) sua máxima histórica em reais, chegando a R$ 71.265. A disparada veio depois que a empresa de meios de pagamento PayPal permitiu que clientes comprem, vendam e armazenem bitcoins e outras criptomoedas em suas carteiras digitais.

Assim, os mais de 26 milhões de comerciantes que fazem parte da rede do PayPal poderão ser pagos com a moeda a partir de 2021, conforme noticiou a Reuters.

Segundo Safiri Félix, diretor da ABCripto, a medida vai facilitar a aquisição dessas moedas, aumentando a base de usuários. “É uma resposta à Square, que anunciou ter parte do seu capital alocado em Bitcoin”, destaca.

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Na mesma linha, Beibei Liu, CEO da NovaDAX, aponta que o principal vetor dessa valorização recente do Bitcoin é o aumento do investimento internacional.

“Square, MicroStrategy, Grayscale e Bit Digital anunciaram seus investimentos em Bitcoin e afirmaram que tratarão a criptomoeda como parte do seu portfolio de ativos de longo prazo. A Square inclusive permitiu a compra e venda de bitcoins no seu Cash App”, ressalta.

Já Ricardo Da Ros, country manager da Ripio, avalia que há dois fatores importantes para essa marca histórica atingida hoje.

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Um deles é a depreciação do real, pois o dólar custava R$ 3,30 da primeira vez em que o Bitcoin chegou a R$ 70 mil. Naquela ocasião, cada bitcoin valia US$ 20 mil contra US$ 12.700 atualmente. Vale lembrar que o criptoativo é precificado na moeda americana, o que significa que mais reais são necessários para comprar cada BTC quando o real se desvaloriza.

O segundo fator é que a tendência para o Bitcoin tem sido de alta desde o início dos seus 11 anos de existência. “Há muitos sinais de que o topo em dólar será alcançado em breve. A assimetria que o Bitcoin oferece é muito interessante”, explica Da Ros.

Este ano, a demanda por bitcoins tem sido três vezes maior que a oferta apesar da forte desvalorização enfrentada pelo ativo durante o crash do coronavírus. A informação é de Jan Uytenhout, cofundador da Capriole.

“Mesmo com o Bitcoin sendo minerado todos os dias, a oferta está diminuindo rapidamente. No último ano, 670 mil BTC foram minerados. No entanto, no mesmo período, 1,85 milhões de BTC foram comprados.”

Safiri comenta que as características do BTC, como ser um ativo inconfiscável e imune a interferências de bancos centrais e governos, acabam atraindo compras. “Eu continuo convicto na função do Bitcoin como hedge [proteção] contra à impressão de moeda desenfreada dos BCs.”

Às 16h49 (horário de Brasília), o Bitcoin tinha alta de 7,22% a R$ 71.265. No mesmo horário, em dólar, a criptomoeda registrava ganhos de 6,07% no acumulado de 24 horas, para US$ 12.685, seu maior valor desde junho de 2019.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.