Bilionário detrator da Herbalife se volta agora contra Buffett e a sua Coca-Cola

Desta vez, o alvo de Bill Ackman foi a fabricante de bebidas, em uma verdadeira batalha moral sobre os investimentos - Charlie Munger acendeu a faísca

Lara Rizério

Investimento de Buffett na Coca-Cola é exemplo de como investir na hora certa (Bloomberg)

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SÃO PAULO – Mais conhecido no mercado brasileiro por sua aposta contra na Herbalife, considerada uma pirâmide financeira por ele, o bilionário Bill Ackman ataca de novo. E, desta vez, o seu alvo é o “Oráculo de Omaha”, Warren Buffett. 

Ackman criticou ontem o megainvestidor por suas 400 milhões de ações na Coca-Cola, que valem a valores de hoje cerca de US$ 17 bilhões. Ao responder a uma pergunta em um painel homenageando Buffett por seus 50 anos na Berkshire Hathaway, Ackman afirmou que tinha uma objeção com o investimento do Oráculo: “a Coca-Cola provavelmente fez mais do que qualquer outra empresa no mundo para criar obesidade e diabetes de forma geral.”

E continuou: “qual é o modelo de negócios da Coca-Cola? É substituir a água que as crianças e os adultos consomem com água açucarada. Ao contrário do que acontece com as empresas de tabaco, não tem um aviso na lata de Coca dizendo, ‘substituir a água na sua dieta por Coca-Cola pode causar danos à saúde’”. A Coca-Cola contestou a fala de Ackman, classificando-a de “irresponsável” e disse que ele não reconhece a amplitude do negócio da companhia.

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Por trás das críticas de Ackman, há algo ainda maior. O braço-direito de Buffett, Charlie Munger, havia criticado em março a Valeant, em que Ackman possui participação de 5,7% e que está sendo a nova dor de cabeça do investidor. Nas últimas semanas, a Valeant viu suas ações implodirem em meio às suspeitas de fraude no balanço, o que fez com que a fala de Munger voltasse à tona e levasse a essa reação de Ackman. 

Porém, o foco de Munger em março era outro: as alegações não eram de possível fraude, mas contestando a “moralidade” da Valeant. Numa entrevista para a Bloomberg, Munger havia criticado a estratégia de crescimento da empresa, chamando-a de imoral, já que ela vem comprando patentes de medicamentos existentes e em seguida aumentando os preços, elevando os custos do sistema de saúde. 

Ackman defendeu o negócio, atacou a Coca Cola, em uma fala vista como hipócrita por muitos, já que a sua gestora Pershing Square é uma dos maiores acionistas do Burger King, sendo sócio da própria Berkshire, e da empresa de doces Mondelez. 

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Porém, vale destacar, a fala do dono da Pershing não foi só de ataques contra Buffett. O investidor, que inclusive é chamado de “baby Buffett” pela Forbes, afirmou que o Oráculo de Omaha é profundamente ético e merecedor de admiração e respeito. Inclusive, Ackman notou que a saúde de Buffett, de 85 anos, não parece ter sido atingida por seu hábito de beber várias latas de Chery Coke todos os dias. 

Os ataques de Ackman contra os investimentos de Buffett não são nada pessoais: apenas negócios. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.