BES faz projeções para Leilão de Energia Existente da próxima terça-feira

O banco alerta para a possibilidade de que os preços negociados no leilão venham abaixo das expectativas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Serão realizados no próximo dia 11 de outubro, o 3º e 4º Leilão de energia existente, subdivididos em dois tipos, sendo que o primeiro, com produto a partir de 2006, terá contratos válidos por três anos, e o segundo, com produto a partir de 2009 negociará contratos de oito anos.

Os analistas do BES (Banco Espírito Santo) divulgaram suas perspectivas para o preço da energia contratada neste leilão e analisam os possíveis impactos sobre a geração de caixa e o valuation das empresas participantes.

Conheça os detalhes do leilão

Para o leilão do produto de 2006, os analistas do BES esperam que os preços sejam negociados em torno de R$ 70/MWh, dado o baixo volume de energia a ser negociado, com oferta superior a demanda no período, e em função do curto prazo dos contratos, que terão vigência por apenas três anos.

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Já o Leilão de Transição, com produto para 2009, com representatividade menor do que o Leilão de Energia Nova, deverá ter preços entre R$92,00/MWh e R$98,00/MWh, de acordo com as estimativas do BES, baseado na tendência verificada no 1º e no 2º Leilão de Energia, nas projeções do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), refletindo a expectativa de enxugamento sobre a oferta de energia existente.

Preço futuro em alta já foi precificado, diz BES

Para o BES, a sinalização de preços será um importante indicador, balizando a análise e a tomada de decisão dentro do setor, especialmente no que se refere ao leilão de energia nova, marcado pra dezembro deste ano, e a recontratação futura de energia.

Entretanto, para o banco, o cenário de alta dos preços de energia no longo prazo já foi precificado pelo mercado, principalmente com a divulgação do relatório da ONS, em setembro deste ano, onde o operador prevê um aperto entre a oferta e a demanda de energia a partir de 2009.

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Preço pode vir abaixo do esperado

Vale colocar que para o BES, dado o volume de energia a ser negociado, a energia disponível na mão das geradoras estatais, e o poder de interferência do governo, é relevante o risco de serem observados preços abaixo das estimativas.

Além disso, o governo vem adotando uma posição muito otimista em relação ao abastecimento do país, principalmente para o período posterior a 2009, com a intenção de diminuir a pressão tarifária no Leilão de Energia Nova, previsto para o último mês deste ano.

Alta nos preços pode trazer otimismo

Para o BES, os contratos resultantes destes Leilões não deverão causar grandes impactos sobre o valuation das companhias participantes, já que para o banco o mercado já precificou seus efeitos após as sinalizações do 1º e 2º leilão.

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Além disso, o volume de energia a ser negociado e o diferencial de geração de caixa medido pelo Ebitda que deverá ser descontado somente a partir de 2009.

Entretanto, caso se confirme a tendência de preços elevados no setor, e a eliminação de incertezas e riscos, o cenário poderá tornar-se otimista em relação ao leilão de energia nova, à energia descontratada pelas empresas e ao setor elétrico em geral.