[BB] Comentário da Semana: queda do PIB não impede mais uma semana positiva

Otimismo prevalece sobre notícias negativas e mercado se beneficia; Ibovespa e risco país atingem recordes

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – A última semana de novembro foi novamente de otimismo no mercado brasileiro. A economia deu sinais de arrefecimento, mas o fortalecimento dos fundamentos macroeconômicos e a perspectiva de menor foco no cenário político beneficiaram. No cenário externo, a semana foi tranqüila, com destaque para o ritmo de crescimento da economia dos Estados Unidos.

Neste contexto, a bolsa brasileira encerrou a semana em alta de 2,86%, tendo alcançado durante a semana seu recorde histórico de pontos. O dólar comercial caiu, bem como os juros futuros. O risco país, por sua vez, fechou a semana em sua mínima histórica.

Cenário interno: otimismo se sobrepõe

A semana foi marcada pelo otimismo do mercado, o qual foi capaz de transformar em positivas até mesmo as notícias mais negativas. Exemplo disso foi a divulgação dos dados do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que mostraram queda de 1,2% do indicador, comparado ao segundo trimestre, mas foram interpretadas como uma sinalização de que o Copom (Comitê de Política Monetária) teria espaço para maiores cortes na Selic.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O mesmo ocorreu com a ata da última reunião da entidade, que teve um tom mais cauteloso do que o esperado pelo mercado, mas foi considerada “letra morta” por não incluir os dados do PIB, já que os números só foram divulgados após o encontro do colegiado.

Os motivos para todo esse otimismo, no entanto, ficam evidentes quando se considera o quadro macroeconômico do País. Os índices de inflação seguem desacelerando, o que corrobora com a percepção de que o repique inflacionário dos últimos dois meses foi, de fato, apenas transitório e pontual, a balança comercial segue dando espetáculo, apesar da apreciação do real diante das principais moedas, e o risco país opera no mínimo histórico.

Outros fatores que explicam o bom momento do mercado durante a semana provêm do cenário político. A semana serviu para confirmar que o ministro Palocci realmente retomou sua força nos bastidores do Governo, tendo sido poupado até mesmo após o fraco desempenho da economia no terceiro trimestre. Já a cassação do ex-ministro José Dirceu trouxe perspectivas positivas em relação a um foco menor para a crise política.

Continua depois da publicidade

Cenário externo: tranqüilidade

No cenário externo, o PIB dos Estados Unidos e outros indicadores bastante positivos divulgados durante a semana mantiveram o clima de relativa tranqüilidade nos mercados. A economia do país cresceu 4,3% em termos anualizados no terceiro trimestre, acima das expectativas.

Além disso, a confiança do consumidor norte-americano atingiu seu maior nível desde 2003 na última medição, enquanto os indicadores do mercado imobiliário seguiram dando indicações de que o setor está aquecido.

Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) elevou, na quinta-feira, a taxa básica de juro na zona do euro pela primeira vez em cinco anos, para 2,25% ao ano.

Mais próximo, na Argentina, o presidente Nestor Kirchner anunciou, na segunda-feira, algumas alterações na equipe econômica, como a substituição do ministro da Fazenda, Roberto Lavagna, pela ex-presidente do Banco de La Nación, Felisa Miceli.

Dólar cai e bolsa sobe

O dólar comercial encerrou a semana em queda de 1,25%, sendo cotado a R$ 2,208 no fechamento de sexta-feira, quando acabou encerrando em desvalorização de 0,63%. O baixo patamar do risco país e o forte ingresso de recursos derrubaram a moeda, apesar das seguidas intervenções do Banco Central.

No mercado de juros futuros, o contrato futuro com vencimento em janeiro de 2007, que apresenta maior liquidez, projetou taxa de 16,63% na sexta-feira, pequena variação frente à taxa de 16,94% no encerramento da semana anterior. Já a taxa anual do CDB pré-fixado de 30 dias fechou a 18,12%, bem abaixo da taxa de 18,25% registrada no encerramento da semana passada.

Finalmente, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, encerrou a semana em forte alta de 2,86%, sendo cotado a 32.832 pontos. Durante a semana, o índice atingiu o seu recorde histórico de pontos, impulsionado pelo cenário externo positivo e as melhores perspectivas em relação ao futuro da política monetária.

Próxima semana: inflação sob o foco

Na primeira semana de dezembro, os investidores devem ficar atentos ao anúncio de uma série de índices de preços. Na segunda-feira, sai o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), na quarta-feira, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor – Fipe) e na sexta-feira, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Nos Estados Unidos, o indicador do setor de serviços, ISM Index se destaca, tendo sua divulgação prevista para segunda-feira.