BB (BBAS3) seguirá com rentabilidade alta? Como os analistas veem a estratégia do banco

Analistas avaliam que sim e mantêm recomendação de compra para as ações

Ana Paula Ribeiro

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A estratégia de crédito adotada pelo Banco do Brasil (BBAS3) vai ajudar o banco a manter a rentabilidade em um patamar superior a 20%, apontaram analistas de mercado após o BB Investor Day, realizado na última quinta-feira, em que o banco trouxe maiores sinalizações de sua estratégia para os investidores. Embora encarem como audaciosa as projeções de crescimento do total de empréstimo, os analistas apontam que a percepção é que o mix da carteira consegue aliar retorno e melhor qualidade de crédito.

“Acreditamos que o BB deve continuar entregando uma boa rentabilidade (ROE de 21%) em 2024, com condições de replicar patamares similares nos anos subsequentes”, segundo relatório da Genial Investimentos após o evento do banco estatal.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do Banco do Brasil ficou em 21,6% no ano passado, avanço de 0,5 ponto percentual na comparação com o ano anterior. Esse desempenho ficou em linha com o registrado pelo Itaú Unibanco (ITUB4) e bem superior aos 10% do Bradesco (BBDC4) e da rentabilidade de 11,8% do Santander (SANB11).

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O ROE do BB vem em um crescente. Era de menos de 10% em 2016 e tem subido gradualmente desde então. A carteira de crédito do BB tem se mantido equilibrada, com cada um dos três segmentos (agronegócio, pessoa física e empresas) com uma participação de um terço.

“Dentro de cada vertical, o mix muda com crescimento mais acelerado de certos produtos, como o consignado privado, INSS, capital de giro para pequenas e médias empresas (PME)”, destacaram os analistas da casa.

A Genial tem recomendação de compra para os papéis do Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 64,90, o que representa um potencial de valorização de 12% em relação ao fechamento da última sexta-feira.

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Durante o Investor Day, os executivos do banco destacaram o fato da rentabilidade da instituição ter subido nos últimos anos, mas os múltiplos, como a relação entre preço e lucro, em patamares ainda aquém do que é considerado ideal.

A XP Investimentos também vê a manutenção do ROE do BB acima de 20% em 2024. A instituição manteve a recomenda de compra para o papel e elevou o preço alvo de R$ 61 para R$ 73, o que representa um potencial de valorização de 26%. Por outro lado, pondera que, apesar da visão positiva sobre o banco, ainda vê como difícil identificar gatilhos potenciais de curto prazo para os múltiplos descontados do BBAS3.

Para o Goldman Sachs, a recomendação também é de compra, mas os analistas veem como fatores de risco os impactos que o El Niño pode ter sobre a qualidade dos ativos de crédito, uma possível influência do governo na originação crédito e uma frustração com o ROE. O preço-alvo para a ação é de R$ 68 em 12 meses, potencial de valorização de 17,4% no período.

O Bradesco BBI destacou que o BB conseguiu oferecer aos investidores uma visão abrangente sobre as operações do banco, que tem como ponto forte o mix de sua carteira.

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“O Banco do Brasil disse que os spreads de crédito poderiam ser administrados de diferentes maneiras, mas o foco é sempre maximizar os retornos ajustados ao risco. Assim, podem surgir situações em que as taxas possam ser reduzidas, refletindo uma melhor inadimplência e beneficiando o cliente com melhores taxas, sem impactar os spreads ajustados ao risco, uma vez que as despesas de provisão são menores”. explicaram, em relatório. O BB tem como guidance (projeção) um lucro ajustado entre R$ 37 bilhões e R$ 40 bilhões em 2024 e um crescimento do crédito entre 8% e 12%.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney