Bancos estatais podem socorrer Petrobras; dia D da Usiminas e mais 18 empresas no radar

Santander revisa setor de varejo e reduz recomendação de Pão de Açúcar e Via Varejo; resultados também estão no radar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário desta quarta-feira está bastante movimentado, com destaque para a notícia de que o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa podem trocar a dívida da Petrobras (PETR3;PETR4) por ações para auxiliar a estatal, de acordo com duas fontes familiarizadas com o plano ouvidas pela Reuters. O swap iria oferecer uma tábua de salvação do governo para a companhia.

“Idealmente, gostaríamos de converter as dívidas em ações e ter a liberdade para vendê-las mais tarde, quando o seu valor
subir”, disse um executivo do BNDES, que pediu anonimato.

Um integrante da equipe econômica do governo confirmou que as autoridades estavam considerando essa opção entre outras. Vale destacar que o BTG Pactual foi o primeiro a levantar essa opção em nota distribuída a clientes na véspera.

“A primeira pergunta que surge é se a tal conversão respeitaria as exigências de capital dos bancos. Considerando tais regras, concluímos que sim para BB e Caixa, com impacto muito pequeno, sem afetar índice de Basiléia”, explica o research. A exposição do BNDES à petroleira, por outro lado, já está acima dos limites regulatórios, mas o banco se beneficiaria de waivers que possibilitariam que ele também fizesse uma conversão completa.

Já do lado da Petrobras, a exposição destes três bancos é de R$ 87 bilhões e se a conversão fosse aprovada em Assembleia Geral com investidores e todos eles decidissem participar do aumento de capital, a alavancagem da empresa cairia para 3,4 vezes na proporção dívida líquida sobre Ebitda (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações, na sigla em inglês), o que aliviaria, mas não resolveria a situação.

Além disso, o projeto para a flexibização das regras do pré-sal não deve ser votado hoje por uma manobra do PT, segundo informações do jornal O Globo. A mudança é vista como muito importante por várias razões: (1) ajudaria a Petrobras, que não tem recursos para entrar nos leilões agora; (2) ajudaria a deslanchar as concessões e poderia atrair mais investimentos para o país; (3) ajudaria a melhorar a imagem do governo junto aos investidores. Ou seja, seria benéfica para o país no momento.

Por fim, está a notícia da Folha de que o Fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, o Petros, decidiu rever sua política de investimentos, reduzindo participação no mercado acionário e ampliando investimentos em renda fixa. No primeiro caso, a estratégia é ficar em empresas onde poderá influenciar na gestão. Fazem parte desse grupo Invepar, Belo Monte, Log-In e Itausa, entre outras.

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Usiminas
Segundo o Valor, acionistas controladores e o conselho de administração da Usiminas (USIM5) reúnem-se hoje para analisar o balanço da empresa em clima de discórdia, podendo também ser levado à mesa de discussões um pedido para que o atual presidente da siderúrgica, Rômel Erwin de Souza, renuncie ao cargo. Todos estariam descontentes com o CEO, mas não há consenso sobre substituto. 

Braskem
A Sudene aprovou a participação de recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste no valor de até R$ 188,3 mi para projeto de modernização e melhoria da confiabilidade operacional da Central de Petroquímicos Básicos da cia. em Camaçari (BA).

A Braskem (BRKM5) também teve aval da Sudene para até R$ 63 milhões para modernização das unidades industriais de vinílicos em Maceió e Marechal Deodoro, em Alagoas. Os encargos financeiros do empreendimento correspondem a 9% e a participação dos recursos do FDNE está limitada a 45% do investimento total a ser realizado, segundo resoluções publicadas no Diário Oficial.

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 Itaú e BTG
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição pelo Itaú Unibanco (ITUB4) de participação de 81,94 por cento na Recovery do Brasil detida pelo BTG Pactual (BBTG11), segundo despacho publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira.

A operação aprovada também inclui a venda ao Itaú Unibanco de um portfólio de aproximadamente 38 bilhões de reais em direitos creditórios, constituídos de 69,34 por cento das cotas emitidas pelo fundo FIDC NPL I e 69,4 por cento das debêntures não conversíveis em ações emitidas pela Renova Companhia Securitizadora.

O Cade concluiu que a “operação é incapaz de provocar qualquer efeito nocivo ao ambiente concorrencial”.

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O Itaú Unibanco fechou em dezembro acordo com o BTG Pactual para pagar cerca de 1,2 bilhão de reais por uma fatia na empresa de recuperação de crédito Recovery e no portfólio de empréstimos inadimplentes, em uma oferta de última hora que superou uma proposta rival.

Na ocasião, o Itaú disse que pagaria 640 milhões de reais pela fatia que o BTG possuía na Recovery do Brasil quando o acordo obtivesse aprovação regulatória e 570 milhões de reais em espécie pelo portfólio de empréstimos.

OGPar
 Ao responder uma solicitação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre uma movimentação atípica de seus papéis entre 29 de janeiro e 15 de fevereiro, a OGPar (OGXP3) solicitou à autarquia que suspenda as negociações de aluguéis das ações OGXP3 e OGSA3.

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Apesar de afirmar não conhecer nenhum fato que explique a forte oscilação de seus papéis, a companhia disse que “um fator que afeta a oscilação do preço das ações é o grande número de aluguéis, que permitem ser realizadas vendas a descoberto por investidores especulativos”.

De acordo com o comunicado da empresa, o pedido de suspensão ocorre “tendo em vista a condição de Recuperação Judicial em que se encontram, com objetivo de evitar esse tipo de movimento predatório do valor de mercado”. O entendimento da OGX é de que tal preocupação deve, de fato, ser estendida ao contexto da Companhia”, diz o comunicado.

BR Properties
A BR Properties (BRPR3) espera taxa de vacância em 2016 em linha com o ano anterior, e um crescimento nominal da receita entre 3 e 4 por cento, depois de ter visto seu prejuízo quadruplicar no quarto trimestre, na comparação com o mesmo período de 2014.

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A companhia teve prejuízo líquido de 357,1 milhões de reais entre outubro e dezembro, ante resultado negativo de 85,9 milhões de reais um ano antes, informou nesta terça-feira e empresa de investimentos em imóveis comerciais. No ano, a empresa teve prejuízo de 769,6 milhões de reais, ante lucro de 264,4 milhões de reais em 2014.

“O resultado negativo do quarto trimestre e do ano advém praticamente integralmente de efeitos não caixa, com a marcação a mercado dos ativos e desvalorização cambial sobre bônus perpétuo. Não tem a ver com o resultado operacional”, disse à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores da BR Properties, André Berenguer. No trimestre, a receita líquida caiu 11 por cento, a 168,1 milhões de reais, por causa da venda de propriedades, disse o executivo. Segundo ele, considerando as mesmas propriedades, a receita líquida teria crescido 4 por cento. 

 As despesas gerais e administrativas saltaram 55 por cento, a 50,7 milhões de reais. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 19 por cento, a 135,2 milhões de reais.

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Romi
A indústrias Romi (ROMI3) viu seu lucro mais do que quadruplicar no quarto trimestre de 2015, impulsionado pela venda de dois imóveis. O lucro líquido da Romi foi de R$ 23,1 milhões, ante os R$ 5,6 milhões de igual período de 2014, sendo R$ 21 milhões provenientes da venda de imóveis. A receita operacional líquida foi de R$ 212,4 milhões, alta de 13%. O Ebitda somou R$ 39,9 milhões no trimestre, alta de 175%. 

BB e Caixa
O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, por 245 votos a 122, o destaque do DEM à Medida Provisória 695/15 e manteve no texto a autorização para o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, e suas subsidiárias, adquirirem participação em empresas no ramo de tecnologia da informação.

Os dois bancos públicos deverão seguir as mesmas regras da Lei 11.908/09, que permite a compra de ativos de instituições financeiras, públicas ou privadas, sediadas no Brasil, incluindo empresas dos ramos securitário, previdenciário e de capitalização, além dos ramos de atividades complementares às do setor financeiro.

Eletrobras
A Eletrobras (ELET3;ELET6) estuda alternativas para solucionar o problema de gestão da CGTEE (Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica), deficitária subsidiária da estatal responsável pelas usinas a carvão do grupo, segundo informações do jornal Valor Econômico. Com prejuízo de mais de R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos, a empresa tem ineficiência financeira e operacional comparável à das distribuidoras da estatal. A avaliação sobre a gestão da CGTEE faz parte da revisão do plano de negócios da Eletrobras, em andamento.

Embraer
Em entrevista à Bloomberg Television durante o Singapore Airshow, o diretor comercial da Embraer (EMBR3) John Slattery afirmou que a Indonésia é um mercado incrível. A companhia busca crescer no restante da região Ásia-Pacífico depois de ampliar presença na China. Segundo ele, a empresa poderá vender até 100 aviões em mercados emergentes como Indonesia. A Embraer afirmou ainda que está comprometida com Ásia e quer crescer na região.

Oi
Segundo informações do Valor, o fundo Letterone poderá propor a capitalização de US$ 4 bilhões da Oi (OIBR4), mesmo sem a Tim (TIMP3). O projeto principal ainda é consolidar o setor de telefonia no país e esta seria uma  lternativa. O entrave estaria em entender o que quer de fato a Telecom Italia, já que o plano é levar uma proposta que agrade, para que tenha chance real de concretização.

Pão de Açúcar e Via Varejo
À luz das recentes revisões de estimativa de PIB pelo mercado, o Santander fez uma análise de sensibilidade sobre as vendas potenciais e o desempenho de cada segmento de varejo em 2016 em três cenários diferentes. Os resultados mostram que a categoria farmacêutica tem a perspectiva mais favorável. A Hypermarcas (HYPE3) é a nova top pick do setor de consumo e varejo, enquanto a Raia Drogasil (RADL3) como a segunda melhor opção. Segundo os analistas, a empresa não é top pick em meio ao valuation já caro. 

No setor de vestuário, a preferência é pela Lojas Renner (LREN3), enquanto as ações do Pão de Açúcar (PCAR4) foram rebaixadas de compra para neutra e da Via Varejo foram rebaixadas de neutra para underperform.

IMC
Em relatório, o BTG Pactual destacou que segue com recomendação neutra para a IMC Holdings (MEAL3) mas que vale a pena deixa-lo no radar por conta da nova estratégia da companhia desde a troca de gestão. A empresa desalavancou o balanço, realizou a venda de dois ativos non core. A nova estratégia passa por, além disso, racionalização de marcas do portfólio, excelência operacional e desenvolvimento de novos canais de crescimento. O preço-alvo passou de R$ 8 para R$ 7. 

Banrisul
O Banrisul (BRSR6) informou ter recebido do governo do estado do Rio Grande do Sul informações para ceder onerosamente os serviços relacionados à folha de pagamento dos servidores públicos estaduais e o uso de espaços públicos para atendimento de clientes ao Banrisul. A Diretoria Executiva do Banrisul afirmou que avaliará os possíveis impactos da Comunicação em suas atividades e dará prosseguimento aos estudos necessários para a definição dos termos e das condições de resposta a ser encaminhada ao Estado no prazo de até 15 dias contado do recebimento da Comunicação tendo por objeto informar ao Estado seu interesse em receber onerosamente os serviços e o uso de espaços públicos objeto da Lei.

O Banrisul também divulgou o guidance para 2016, prevendo carteira de crédito total entre 0% e 4%.

Eletropaulo e AES Tietê
A AES Tietê (TIET11) a Eletropaulo (ELPL4) divulgaram comunicado sobre a mudança organizacional. Britaldo Pedrosa Soares deixará o cargo de Diretor Presidente das companhias, para se tornar Presidente do Conselho de Administração das mesmas. Ítalo Tadeu de Carvalho Freitas Filho será então indicado Diretor Presidente da AES Tietê e Chales Lenzi será indicado Diretor Presidente da AES Eletropaulo, alterações que passam a ser efetivas em 01 de abril de 2016. Ítalo Freitas e Charles Lenzi reportarão diretamente para o novo Presidente da AES Holdings Brasil, Julian Nebreda. A AES Brasil é o acionista controlador das Companhias e faz parte do grupo The AES Corporation.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.