Bancos e telecomunicações perdem espaço nas carteiras de dezembro

Preocupação com setor de telecomunicações reduz exposição para Telefônica Brasil e TIM; no setor financeiro, Bradesco perde votos, enquanto BB ganha importância

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após um mês onde o Ibovespa ficou próximo da estabilidade e subiu apenas 0,19%, os analistas seguiram com cautela em suas recomendações e poucas alterações foram realizadas entre as principais sugestões do mês. As mudanças mais sentidas ficaram com dois setores específicos, que perderam espaço relativo nas carteiras recomendadas para o último mês do ano: financeiro e de telecomunicações.

No cenário internacional, o impasse em relação ao abismo fiscal norte-americano alimenta ainda mais o clima de apreensão no mercado, enquanto na Europa as dicussões em torno do que será feito com a Grécia dão sinais de evolução – embora muitas greves e manifestações contrárias às medidas de austeridade ainda são vistas no país e também na Itália, Espanha e Portugal.

Dentro do Brasil, após o fim da temporada de resultados trimestrais corporativos, as atenções estão voltadas para a definição da situação das companhias elétricas e a renovação de suas concessões. Além disso, o mercado cambial volta a ganhar repercussão, tendo em vista a valorização do dólar em relação ao real – o que afeta as companhias de diferentes formas.

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Mudança de visão nos bancos
Entre as 28 carteiras compiladas pelo Portal InfoMoney, foi possível verificar uma alteração entre as empresas recomendadas. Enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) se manteve como uma das principais ações recomendadas dentre todas, o Bradesco (BBDC4) teve sua exposição bastante reduzida pelos analistas, ao contrário do Banco do Brasil (BBAS3), que ganhou espaço.

Mesmo passando de nove citações em carteiras recomendadas para seis entre novembro e dezembro, o Bradesco continua sendo uma boa opção para quem quer se expor ao setor, avalia a Planner Corretora. A corretora aponta para os números em linha com o esperado no terceiro trimestre, projetando para uma melhora no fim do ano, com queda da inadimplência e incrementos na receita.

Na contramão vemos os papéis do Banco do Brasil, que passaram de apenas uma recomendação em novembro para três em dezembro. Para a Rico Corretora, este é o maior banco do país em termos de ativos totais, crédito e depósito, além de ser responsável por mais de 20% das operações de crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional). Os analistas destacam os números em linha com os projetados no balanço do 3º trimestre e acreditam que as ações do banco continuam sendo negociadas com multiplos atrativos na bolsa.

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Preocupação no setor de telecomunicação
Após ser bem recomendada em novembro, com seis citações entre as carteiras compiladas, a Telefonica Brasil (VIVT4) teve uma forte redução na exposição dos analistas, passando a ser vista em apenas 2 dos 28 portfólios acompanhados pelo Portal InfoMoney.

Para o HSBC, no setor de telecomunicações, a tendência é de migração do número de novos assinantes dos mercados de telefonia fixa para móvel, contando ainda com uma concorrência acirrada. Além disso, a suspensão imposta pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicação) para a comercialização de novos celulares pelas principais operadoras do setor é um fato de risco perigoso para o setor, principalmente se as empresas tiverem que aumentar o Capex (investimentos em bens de capital) nos próximos anos para fazer frente as exigências da agência.

Outra empresa que teve suas recomendações reduzidas foi a TIM (TIMP3), que já tinha pouca participação entres as carteiras, com três recomendações em novembro, e passou a ser recomendada em apenas um portfólio em dezembro. A Planner – única corretora a citar TIM na carteira mensal – destacou a apresentação do laudo à Anatel para a viabilidade de sua nova promoção. Desse modo, os analistas recomendaram a manutenção das ações, apontando os sólidos fundamentos financeiros e as perspectivas favoráveis aos segmentos de telefonia móvel e dados.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.