B3 (B3SA3) reporta volumes fracos em janeiro e muito dependentes de melhora do mercado

Companhia divulgou dados operacionais na noite da última quarta-feira (14)

Felipe Moreira

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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A B3 divulgou na noite da última quarta-feira (14) seus dados operacionais de janeiro de 2024, com volume financeiro médio negociado (ADTV, na sigla em inglês) no segmento de ações de R$ 22,489 bilhões, queda 11,9% na comparação anual.

O Bradesco BBI avalia os dados como neutros para a operadora da Bolsa brasileira, já que os volumes permanecem moderados, embora um tanto esperados pelo mercado neste momento. Analistas pontuam que o momento operacional da B3 ainda parece altamente dependente da melhoria das condições de mercado, o que provavelmente será o principal gatilho para uma reavaliação das ações.

A equipe de research do JPMorgan, por sua vez, considera que a B3 teve um início de ano bastante contido, embora largamente esperado. A velocidade de rotação ficou em 122%, comparada a 136% em dezembro e 153% há um ano. Enquanto isso, a capitalização de mercado média permaneceu estável em relação ao mês anterior e aumentou 11% em relação ao ano anterior. Vale destacar que uma nova solução para blocos de negociação gerou um ADTV de R$ 4,1 milhões neste mês.

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No caso dos derivativos, “as receitas (ADV x RPC x dias) diminuíram 10% em relação ao ano anterior, devido à composição (maiores taxas de juros em reais em comparação com as taxas de câmbio mais baixas) que impactaram o RPC (receita por contrato) médio”, explica JPMorgan. “No mercado de balcão (OTC), os números foram mistos, com os registros subindo apenas 1% em relação ao ano anterior, enquanto a custódia aumentou 14% em relação ao ano anterior.” Já os números da unidade de financiamento foram razoáveis, na avaliação do banco, com os gravames aumentando 27% em relação ao ano anterior, mas são menos relevantes para os resultados.

Para o curto prazo, o JPMorgan prevê um ADTV de R$30 bilhões para o 1T24, indicando um risco de baixa se as tendências pouco animadoras persistirem.

De forma geral, a XP Investimentos vê o ano começando de forma bastante lenta. Os volumes permaneceram fracos e o ADTV de R$ 21,4 bilhões para o mercado à vista marcou o pior mês desde 2020. No entanto, a instituição financeira lembra que esse nível ainda está acima das médias diárias pré-pandemia.

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Do lado da renda fixa, as novas emissões aumentaram 3,5% na base anual, mas caíram 19,2% na comparação mensal. Segundo relatório, a comparação sequencial é afetada pela sazonalidade histórica. O estoque manteve o seu forte ritmo (+16,9% A/A).

Por fim, a XP disse que continua a observar volumes fracos e não vislumbra quaisquer gatilhos para as ações no curto prazo. Com isso, reitera sua visão conservadora para a B3, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 16 por ação.

O JPMorgan também mantém classificação neutra e preço-alvo de R$ 17, pois vê a B3 sendo negociada a 14 vezes o Preço/Lucro estimado para 2024. Nesse contexto, o banco americano continua a preferir a XP como a melhor opção para capturar potencialmente uma atividade de mercado de capitais melhor no futuro.