B3 (B3SA3): investidores estrangeiros e institucionais impulsionaram volumes em novembro, mostram dados operacionais

Analistas ainda consideram que volumes estão abaixo do esperado e divergem sobre a possibilidade de rali de dezembro impulsionar números

Camille Bocanegra

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A B3 (B3SA3) divulgou seus dados operacionais de novembro, com aumento de volume médio diário (ADTV) em relação à média mensal do trimestre. No mês passado, as negociações à vista atingiram R$ 27,5 bilhões em volume diário, ante os R$ 24,5 bilhões observados nos meses anteriores do último trimestre. O dado representa avanço de 18% em relação ao mês anterior, ainda que 24% abaixo do mesmo período do ano anterior.

O aumento do volume foi principalmente percebido entre investidores institucionais e investidores estrangeiros. Além disso, os investidores de varejo chegaram a 4,91 milhões, com aumento de 19 mil na variação mensal.

Para o JPMorgan, os números destoam das projeções realizadas para o quatro trimestre de 2023, mesmo com possibilidade de impulso de um possível rali em dezembro.

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“Os números do trimestre até a data ainda indicam alguma desvantagem em relação às nossas projeções para o 4º trimestre de 2023, especialmente as receitas com derivativos com uma variação de -6% em comparação com as estimativas do JP Morgan, e o ADTV de ações com uma variação negativa de 6% em relação às estimativas do JP Morgan (embora dezembro possa receber impulso do recente rali)”, consideram.

A visão do Goldman Sachs é oposta, uma vez que considera que os dados trazem uma melhora no volume de ações mas, ainda assim, os números parciais de dezembro apresentam ADTV mais fraco. Na análise, houve também destaque para a queda de 17% das receitas derivadas de ações, mesmo que ligeiramente acima das expectativas, enquanto as receitas de derivativos caíram 18% e seguem abaixo das projeções. O banco tem recomendação neutra para as ações da companhia, com preço-alvo estabelecido em R$ 14,50 para 2024.

A XP considera os números de novembro neutros e ressalta a visão conservadora para o papel, com recomendação também neutra e preço-alvo em R$ 13,60 por ação. O research da corretora destacou que os números coincidem com a melhora de volumes esperada após o período de férias no hemisfério norte.

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” De maneira geral, consideramos esses números positivos, pois observamos uma melhora nos volumes após o período de férias de verão no hemisfério norte, que, historicamente, ocorre em outubro. Esta melhora ocorreu em novembro, levando a um aumento de 18% na comparação mensal no ADTV para o segmento de Renda Variável, atingindo R$ 26,5 bilhões. Com isso, foi o segundo melhor mês do ano”, analisa a XP.

Os dados foram considerados ligeiramente positivos pelo Bradesco BBI, que entende que “cortes adicionais nas taxas de juros e cenário global de taxas de juros mais favoráveis devem apoiar volumes mais robustos no futuro”.

Institucionais e estrangeiros puxaram volumes

Entre os dados que apresentaram alta em relação a outubro, está a velocidade de negociação, que ficou em 155% contra 139%. A capitalização de mercado média, que apresentou valor negativo de -2,4% no mês anterior, subiu para 6%.

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Em relação aos volumes médios por tipo de investidor, os institucionais apresentaram alta, em R$ 7,8 bilhões de volume em novembro, os estrangeiros representaram R$ 14,6 bilhões, com crescimento ante os R$ 12,9 bilhões observados na média do trimestre anterior. O volume apresentado por investidores de varejo cresceu de R$ 3,3 bilhões para R$ 3,5 bilhões.

Foi observada queda no segmento de derivativos, com recuo de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com o JPMorgan, a queda é explicada por menor volume médio diário em derivativos de taxa de juros e câmbio.