B2W e CCX voltam a disparar mais de 10%; Vale sobe mais de 2%

Ainda entre os destaques, B2W dá continuidade a forte arrancada da véspera, beneficiada pelo aumento de capital no valor de R$ 2,38 bilhões

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa registra alta nesta terça-feira (28), após ter marcado sua sétima queda em oito pregões na véspera. Em um movimento de “trégua” depois da forte aversão ao risco do mercado – e, principalmente, para os emergentes – nas últimas semanas, o índice apresenta ganhos de 0,79% às 15h51 (horário de Brasília) desta sessão, a 48.077 pontos. No mesmo horário, 17 das 72 ações que compõem o índice apresentavam movimento negativo, sendo que somente quatro caíam mais de 1%, lideradas pelos papéis da Prumo Logística (LLXL3, -2,00%, R$ 0,89) e os preferenciais da Oi (OIBR4, -1,49%, R$ 3,98). 

Reflete na empresa a notícia sobre concorrência entre operadoras. Segundo pesquisa da Anatel, o País chegou ao fim de 2013 com 271 milhões de linhas ativas de celulares, uma expansão de 3,5% ante 2012. Dentre o total de novas linhas, a Claro ficou com 37,7%, seguida pela TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Oi, com 32,8%, 11,9% e 10,5%, respectivamente. 

Entre os “pesos-pesados” do índice, os papéis da Vale (VALE3, +2,44%, R$ 31,88; VALE5, +1,61%, R$ 29,00) e Petrobras (PETR3, +0,50%, R$ 14,90; PETR4, +0,33%, R$ 15,16). Em relação à mineradora, está marcado para hoje o procedimento de coleta de intenções de investimento (bookbuilding) no âmbito da oferta da 8ª emissão de debêntures simples da Vale, não conversíveis em ações, no total de R$ 750 milhões. Os recursos da emissão devem ser utilizados para financiar o Ramal Ferroviário Sudeste do Pará. 

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Sobre a Petrobras, na véspera repercutiu a notícia de que a petroleira terá que pagar R$ 10 milhões por violar o direito de greve durante uma paralisação na Refinaria de Duque de Caxias, em 2009. Apesar das últimas informações sobre a empresa não agradarem, aliada ao pessimismo gerado no mercado devido à intervenção do governo, os analistas da XP Investimentos ressaltaram que o case de investimento em Petrobras começa a ficar “interessante”, tendo em vista a forte queda das ações nos últimos meses. 

Outros destaques:

Brookfield
Ganha destaque também a Brookfield (BISA3), que sobe 3,88%, a R$ 1,34, dando sequência aos fortes ganhos da véspera, quando avançaram na esteira da confirmação de que a empresa estaria estudando uma oferta pública de aquisição para fins de cancelamento ou uma capitalização através da emissão de novas ações. Na última segunda-feira, as ações fecharam em valorização de 4,03%.

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B2W
Também dá continuidade ao movimento positivo a B2W (BTOW3), que registra nesta sessão ganhos de 10,30%, a R$ 24,21. Na véspera, os papéis dispararam 41,61%. A ação continua sendo beneficiada pelo aumento de capital no valor de R$ 2,38 bilhões que será feito pela controladora Lojas Americanas (LAME4,) – com 62,23% de participação – e o fundo norte-americano Tiger Global. 

Eletropaulo
Já as ações da Eletropaulo (ELPL4) sobem 1,35%, a R$ 8,98, apesar da decisão desfavorável da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Segundo operadores, o mercado acabou deixando de lado a decisão da Aneel de não reconsiderar o pedido apresentado pela empresa contra decisão do órgão regulador que condenou a empresa a ressarcir os consumidores em R$ 626,052 milhões pela remuneração de ativos inexistentes em revisões tarifárias anteriores. A determinação da restituição aos consumidores pela Eletropaulo foi dada pela diretoria da Aneel no mês passado. A Eletropaulo já anunciou que irá acionar a Justiça para reverter a punição.  

Cesp
As ações da Cesp (CESP6) sobem 0,64%, a R$ 21,86, repercutindo a notícia de que o Ministério de Minas e Energia adiou, novamente, o leilão da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos. Inicialmente agendado para setembro do ano passado, o leilão foi remarcado para janeiro deste ano e agora tem nova data prevista para 28 de março de 2014. 

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Anhanguera
Os papéis da Anhanguera (AEDU3) avançam 0,76%, a R$ 13,18, após ter atingido valorização máxima de 3,52% neste pregão, a R$ 13,54, favorecida pelo comentário positivo do Bank of America Merrill Lynch para o setor de educação, apesar de não citar o papel como um dos preferidos. Em relatório, os analistas demonstraram preferência por ativos de educação ante saúde neste ano

Rossi
A Rossi (RSID3) figura entre as maiores altas do Ibovespa, com valorização de 3,17%, a R$ 1,95, apoiada na demanda para cobertura de venda a descoberto ou posição “short”, no jargão do mercado. Segundo operadores, apesar do cenário desafiador para 2014, as vendas e os lançamentos do setor no ano passado foram melhores do que o esperado, o que acabou animando um pouco as apostas para a temporada de balanços de construtoras e incorporadoras. A Rossi, no entanto, foi uma das poucas que não divulgaram suas prévias. 

Rede Energia
As ações da Rede Energia (REDE4) avançam 21,21%, a R$ 1,20, refletindo a notícia de que a diretoria da Aneel aprovou a aquisição, pela Energisa, do controle das distribuidoras do Grupo Rede Energia, e que estão sob intervenção federal desde 2012. A operação envolve a transferência do controle das empresas Cemat (MT), Enersul (MS), Companhia Força e Luz do Oeste (PR), Caiuá (SP), Bragantina (SP), Vale Paranapanema (SP), Nacional (SP) e Celtins (TO). 

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OGX 
Fora do Ibovespa, chama atenção as ações da OGX (OGXP3), agora Óleo e Gás Participações, que sobem 3,45%, a R$ 0,30, após atingirem na máxima do dia alta de 6,90%, a R$ 0,31. A empresa está prestes a chegar a um acordo seus credores. Um dos principais pontos pendentes foi destravado na véspera. O juiz da recuperação judicial da petroleira, Gilberto Clovis Farias, autorizou a empresa a usar seus bens como garantia para novos empréstimos. As mesmas garantias aprovadas por Matos irão valer para o financiamento DIP – debtor in possession – que será utilizado para a viabilização da injeção de capital de US$ 200 milhões a US$ 215 milhões. 

CCX
Já a CCX Carvão (CCXC3) passa para seu segundo pregão de forte arrancada, seguindo a notícia da véspera de que a venda da empresa de Eike Batista, dona das minas de carvão na Colômbia, para o grupo da Turquia Yildrim estaria próxima de ser concluída, conforme informou a coluna Radar, da Veja. Nesta sessão, a ação registra alta de 11,11%, sendo cotada a R$ 1,30. O volume financeiro é de R$ 8,67 milhões, bem acima da média diária dos últimos 21 pregões, de R$ 3,763 milhões. 

Providência
Por sua vez, as ações da Providência (PRVI3) tem dia de realização, após terem disparado 20,23% na véspera com a notícia de que o grupo norte-americano Polymer comprou a maior fabricante de não-tecidos do País. Nesta sessão, os papéis registram desvalorização de 3,76%, a R$ 8,18.