Autoridade do Hamas diz que grupo “aprecia” direito do Líbano de chegar a acordo

O cessar-fogo entre Israel e o movimento libanês Hezbollah entrou em vigor nesta quarta-feira (27)

Reuters

Ondas de fumaça sobre subúrbios ao sul de Beirute após um ataque israelense, vistas de Baabda, no Líbano
26/11/2024
REUTERS/Mohamed Azakir
Ondas de fumaça sobre subúrbios ao sul de Beirute após um ataque israelense, vistas de Baabda, no Líbano 26/11/2024 REUTERS/Mohamed Azakir

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CAIRO (Reuters) – O representante do Hamas Sami Abu Zuhri disse nesta quarta-feira (27) que o grupo “aprecia” o direito do Líbano de chegar a um acordo que proteja seu povo e que espera um acordo para acabar com a guerra em Gaza.

Um cessar-fogo entre Israel e o movimento libanês Hezbollah entrou em vigor na quarta-feira, depois que ambos os lados aceitaram um acordo mediado pelos Estados Unidos e pela França, mas os esforços internacionais para interromper a guerra de 13 meses entre o Hamas e Israel no território palestino de Gaza estão travados.

“O Hamas aprecia o direito do Líbano e do Hezbollah de chegar a um acordo que proteja o povo do Líbano e esperamos que esse acordo abra caminho para chegar a um acordo que acabe com a guerra de genocídio contra nosso povo em Gaza”, disse Abu Zuhri à Reuters.

Mais tarde na quarta-feira o grupo afirmou em um comunicado que está aberto a esforços para garantir um acordo em Gaza, reiterando suas condições.

“Estamos comprometidos em cooperar com qualquer esforço para alcançar um cessar-fogo em Gaza e estamos interessados em acabar com a agressão contra nosso povo”, disse o Hamas.

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O Hamas acrescentou que um acordo deve pôr fim à guerra, retirar as forças israelenses de Gaza, devolver os habitantes de Gaza deslocados às suas casas e chegar a um acordo de troca de reféns por prisioneiros.

Sem um acordo semelhante em Gaza, muitos moradores disseram que se sentem abandonados. Na última onda de violência, ataques militares israelenses na Faixa de Gaza mataram 15 pessoas na quarta-feira, algumas delas em uma escola que abriga pessoas desalojadas, segundo médicos do local.

Meses de tentativas de negociar um cessar-fogo resultaram em pouco progresso e as negociações agora estão suspensas, com o mediador Catar dizendo que informou às duas partes em conflito que suspenderia seus esforços até que os lados estivessem preparados para fazer concessões.

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Abu Zuhri culpou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pelo fracasso em chegar a um acordo de cessar-fogo que acabaria com a guerra de Gaza. Netanyahu acusa repetidamente o Hamas de frustrar os esforços.

“O Hamas demonstrou grande flexibilidade para chegar a um acordo e ainda está comprometido com essa posição e está interessado em chegar a um acordo que acabe com a guerra em Gaza”, disse Abu Zuhri.

“O problema sempre foi com Netanyahu, que sempre se esquivou de chegar a um acordo”, acrescentou.

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O Hamas quer um acordo que acabe com a guerra em Gaza e que permita a libertação de reféns israelenses e estrangeiros, bem como de palestinos presos por Israel, enquanto Netanyahu disse que a guerra só pode acabar depois que o Hamas for erradicado.

(Reportagem de Nidal Al-Mughrabi)