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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou o mês de abril com uma alta discreta de 0,98%, de olho no desenrolar da Reforma da Previdência no Brasil e nos indicadores econômicos dos países desenvolvidos e da China.
Porém, algumas ações tiveram um desempenho bem mais expressivo – tanto para cima quanto para baixo.
De longe o setor com maior destaque do Ibovespa no mês foi o de frigoríficos em meio à febre suína que abalou o mercado de carnes chinês e impulsionou as perspectivas para o mercado brasileiro.
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BRF (BRFS3) foi a maior alta do índice em abril, sendo seguida por JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), com o mercado repercutindo positivamente a redução de estoques de carnes na China, o maior consumidor global. Preços de carne e volumes – seja de frango, porco ou carne bovina – devem subir e impulsionar receitas para os principais fornecedores brasileiros, apontam analistas.
Porém, vale destacar, muitos já veem que o rali de pelo menos parte das ações pode ter chegado ao fim. Morgan Stanley, por exemplo, subiu a recomendação para JBS, mas outros acreditam que o papel já foi longe demais. Na semana passada, a JBS teve duas reduções de recomendação – do Citigroup e do Bradesco BBI.
Em seguida, o destaque ficou com os papéis da Natura (NATU3), que saltaram com o mercado repercutindo o noticiário sobre a aquisição (ou não) da Avon. Um desenvolvimento positivo foi a venda da operação da América do Norte da Avon para a sul-coreana Household & Health Care por US$ 125 milhões na semana passada.
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Apesar dessa negociação, a Natura esclareceu ao mercado que continuava interessada nas operações da Avon – obviamente, excluindo a América do Norte. A venda para um terceiro de parte da empresa foi vista como positiva por analistas, eliminando o risco da Natura comprar um negócio em dificuldades e também reduzindo o valor potencial da transação total, o que ajuda a diminuir os temores de endividamento.
O JPMorgan, por sua vez, aponta que o negócio fechado pode indicar que a Natura está sendo racional nas negociações, uma vez que as operações dos EUA não seriam muito sinérgicas, sendo também um mercado muito desafiador.
Completando as 5 maiores altas do índice, esteve a BR Distribuidora (BRDT3), que subiu forte após o susto em meados do mês com o reajuste barrado do diesel pelo governo. A perspectiva de venda de fatia da subsidiária pela estatal e a eleição de Rafael Salvador Grisolia para o cargo de diretor presidente impulsionaram os papéis na reta final do mês.
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Confira as 5 maiores altas do Ibovespa em abril:
Empresa | Ticker | Desempenho em abril |
BRF | BRFS3 | +37,09% |
JBS | JBSS3 | +24,18% |
Marfrig | MRFG3 | +22,41% |
Natura | NATU3 | +15,09% |
BR Distribuidora | BRDT3 | +12,41% |
Já a Cielo (CIEL3) foi a maior queda do índice em meio ao acirramento da “guerra das maquininhas”, com Rede e Getnet lançando medidas para ampliar a participação do mercado e atingindo a adquirente em cheio (veja mais clicando aqui). A companhia também reportou seus números na semana passada que não agradaram o mercado.
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Ecorodovias (ECOR3), Usiminas (USIM5), Gol (GOLL4) e Suzano (SUZB3) também registraram fortes quedas no mês, superiores a 10%.
Ecorodovias, aliás, encerrou o último pregão do mês em baixa após o resultado do primeiro trimestre de 2019, com tráfego ainda fraco e margens pressionadas pelos custos entrada em operação da ECO135 (R$ 11 milhões), em MG, e despesas relacionadas às investigações em curso envolvendo a companhia (R$ 7,1 milhões).
Usiminas também encerrou o mês com uma má notícia ao ter a sua ação rebaixada pelo Credit Suisse; no dia 18, a companhia reportou seus números, melhores do que o esperado, mas que não empolgaram (veja mais clicando aqui).
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A Gol registrou queda em meio ao terceiro mês seguido de alta do dólar e com as discussões sobre quem vai ficar com as operações da Avianca no Brasil, enquanto a Suzano teve forte baixa com a queda do preço da celulose.
Confira as 5 maiores quedas do Ibovespa em abril:
Empresa | Ticker | Desempenho em abril |
Cielo | CIEL3 | -19,07% |
Ecorodovias | ECOR3 | -15,43% |
Usiminas | USIM5 | -13,37% |
Gol | GOLL4 | -12,05% |
Suzano | SUZB3 | -11,54% |
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