As 10 medidas da BM&FBovespa para melhorar transparência de estatais

O projeto, conforme anunciou a Bolsa, se concentra em melhorar as práticas relativas às prestação de informações e à estrutura de governança das empresas estatais, com o objetivo de "elevar o grau de proteção do investidor"

Estadão Conteúdo

Publicidade

A BM&FBovespa divulgou nesta quarta-feira, 22, as proposta iniciais de aprimoramento da governança corporativa das companhias estatais, que serão discutidas com os participantes da audiência para a elaboração de um programa concreto. O projeto, conforme anunciou a Bolsa, se concentra em melhorar as práticas relativas às prestação de informações e à estrutura de governança das empresas estatais, com o objetivo de “elevar o grau de proteção do investidor”, para, assim, iniciar o processo de recuperação da credibilidade dos investidores do mercado.

As propostas de aprimoramento da governança das estatais foram divididas em quatro linhas de ação: transparência; estrutura e práticas de controles internos; composição da administração; e obrigações dos acionistas controladores.

Na linha de transparência, inicialmente a BM&FBovespa propõe dez medidas, como a divulgação de uma carta anual com a descrição dos limites da atuação de estatal em atendimento ao interesse público dessa companhia; aprimoramento das informações prestadas no formulário de referência; divulgação de forma segregada de dados operacionais e financeiros das atividades de interesse público; a divulgação de forma detalhada de transações com partes relacionadas e também de transações “relevantes e excepcionais”. Para Flavia Mouta, diretora de Regulação de Emissores da Bolsa, tornar bastante clara a função pública da companhia estatal é relevante e justifica que haja uma divulgação individual.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Em controles internos, são quatro propostas iniciais, como o aprimoramento destes controles, adoção de política de administração de riscos, código de conduta de ética e política de transação com partes relacionadas.

Em composição de administração, estão entre as sete propostas a criação de um Comitê de Nomeação ou de Indicação e Avaliação, que ficaria sob a liderança de um membro independente do conselho de administração; a vedação à acumulação de cargos; mandato unificado de no máximo dois anos para o conselho de administração; estabelecimento de um número máximo e mínimo de membros do conselho (5 a 11 conselheiros); conselho composto por no mínimo 20% de conselheiros independentes e, ainda, a participação dos administradores eleitos em treinamentos específicos sobre a divulgação de informações, compliance e Lei Anticorrupção.

Por fim, a quarta linha das propostas é a adaptação do estatuto social para que sejam refletidas as medidas propostas, como, por exemplo, a inserção no rol de violação à ética pública do Código de Conduta da administração Federal e dos Estados regras para que os membros da alta administração não se manifestem sobre informações ainda não divulgadas que possam causar impacto na cotação dos títulos. Além disso, a Bolsa propõe que seja elaborada por essas empresas uma política de indicação com critérios mínimos para a seleção de administradores de estatais.

Continua depois da publicidade

Flávia, da BM&FBovespa, disse que, de acordo com levantamento, algumas companhias estatais já cumprem parte das propostas anunciadas, mas não há uma companhia que esteja “100%” adequada.

Segundo ela, a ideia é que a empresa, a partir de 30 de junho, manifeste seu interesse em aderir ao programa e o segundo passo será a definição de um planejamento para que essa adesão seja efetivada, mas depois, por fim, seja dado o reconhecimento pela Bolsa. “Se o prazo para o cumprimento das regras será fixo ou estudado é algo que ainda está na prancheta e que deverá ser divulgado no dia 30 de junho”, disse.

Já o presidente da Bolsa, Edemir Pinto, disse que estão em estudo quais serão as medidas adotadas quando uma empresa estatal que aderiu ao programa descumprir as regras, mas lembrou que a Bolsa tem experiência nesse sentido. “No Programa de Qualificação Operacional (PQO), por exemplo, quando uma corretora descumpre há uma advertência, depois o selo pode ser colocado em revisão e, não atendendo, ela pode perder esse reconhecimento”, disse.