Apple (AAPL34): Ações caem após balanços e perspectivas de crescimento pouco inspiradoras

Apesar da receita maior, as vendas caíram pelo quarto trimestre consecutivo, marcando a desaceleração mais longa enfrentada desde 2001

Felipe Moreira

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As ações da Apple (AAPL34) em Wall Street recuam 1,3%, neste começo de tarde, após a divulgação de seus resultados, ontem à noite. A reação do mercado à divulgação do balanço foi negativa, com suas ações chegando a cair de 3%, no after market.

Nesta sexta-feira (3), os papéis têm suas perdas minimizadas por conta dos ganhos acima de 1% do Nasdaq, com investidores indo às compras de ações depois do relatório de emprego de outubro dos EUA.

A Apple registrou, no quarto trimestre fiscal, receitas totais de US$ 89,5 bilhões, acima da estimativa média de Wall Street de US$ 89,4 bilhões. O lucro por ação também superou as projeções, a US$ 1,46, ante US$ 1,39 esperados pelo mercado.

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Apesar da receita maior, as vendas caíram pelo quarto trimestre consecutivo, marcando a desaceleração mais longa enfrentada desde 2001 – o que impacta negativamente no desempenho dos papéis.

Comentários do CFO, Luca Maestri, na quinta-feira apontaram para a fraqueza contínua nos negócios de Mac, iPad e Wearables da Apple, apesar de uma perspectiva relativamente positiva para as vendas do iPhone.

A companhia não forneceu guidance formal para o trimestre atual, mantendo a política adotada durante a pandemia. Em vez disso, Maestri disse que a receita do trimestre atual será “semelhante” a do ano passado, sugerindo que a empresa enfrenta alguns desafios durante a importante temporada de férias.

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Em suma, o BBA segue pessimista com os papéis da fabricante do Iphone, pela perspectiva pouco inspiradora e a falta de crescimento da Apple, contrastando com a avaliação exigente das ações (26 vezes Preço/Lucro).

Nesse sentido, o banco disse preferir comprar Microsoft (MSFT34) a 27x P/L, uma ação com lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) composto de 15%-20%, que está crescendo significativamente mais rápido do que Apple.

Diante disso, reiterou classificação underperform (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para Apple, com um novo preço-alvo para o ano de 2024, de US$ 159 por ação.

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Resultados da Apple podem se deteriorar

O Itaú BBA também comenta que a Apple forneceu evidências de que os fundamentos provavelmente se deteriorarão no futuro.

Primeiramente, a Apple encerrou o ano fiscal de 2023 neste trimestre, com desaceleração de 3% da receita líquida em relação ao ano anterior durante todo o ano fiscal.

Além disso, e mais importante, segundo BBA, a empresa orientou-se para receitas estáveis ​​em relação ao ano anterior, para o primeiro trimestre de 2024 – muito abaixo da estimativa de consenso de crescimento de 4% a 5%.

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Embora o próximo trimestre tenha uma semana a menos que o primeiro trimestre de 2023 (provavelmente prejudicando o crescimento em ~7 pp), ainda é uma projeção pouco inspiradora.

Mesmo com a procura pouco inspiradora por seus produtos, as margens têm sido positivas neste período.

No entanto, os comentários da administração não foram exatamente otimistas quanto à continuação da expansão da margem bruta durante o resto do ano fiscal, à medida que a empresa lançou novos produtos (e os iPhones permaneceram ao mesmo preço).

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Por fim, embora o faturamento total do trimestre tenha ficado em linha com as estimativas e previsões do consenso de mercado para o quarto trimestre de 2023, as receitas da Grande China foram de US$ 15 bilhões, ou US$ 2 bilhões abaixo das expectativas, aumentando o temor de que a Apple possa sofrer um impacto material das restrições do governo.

Mais dados do balanço da Apple (AAPL34)

Para o iPhone, Maestri disse que a empresa espera crescimento “ano após ano em termos absolutos”, mesmo que as comparações anteriores tenham sido ajustadas para adicionar vendas perdidas devido a interrupções na cadeia de fornecimento.

O faturamento com as vendas de iPhones atingiram esperados US$ 43,81 bilhões. Já o iPad rendeu o equivalente a US$ 6,44 bilhões, superando os US$ 6,07 bilhões esperados.

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Já no caso de Mac e wearables, segmento que inclui Apple Watch e AirPods, os números vieram abaixo das estimativas. A empresa registrou receita, respectivamente, de US$ 7,61 bilhões, ante US$ 8,63 bilhões esperados; e de US$ 9,32 bilhões, contra US$ 9,43 bilhões projetados.

A receita total foi compensada pelo faturamento com serviços, como assinaturas de serviços em nuvem e do streaming Apple TV+. O mercado esperava US$ 21,35 bilhões, mas a empresa alcançou ganhos de US$ 22,31 bilhões.

Já a margem bruta ficou em 45,2%, contra expectativa de 44,5%.

Maestri disse que o desempenho no negócio de Mac “acelerará significativamente a partir do trimestre de setembro”. A receita anual do Mac caiu quase 34% no trimestre de setembro, portanto, uma melhoria significativa ainda sugere um declínio em relação ao ano passado.

A Apple disse que a queda nas vendas de Mac no último trimestre foi o resultado de comparações difíceis com 2022, quando as vendas foram empurradas de um período para outro devido a restrições de oferta.

No trimestre de dezembro do ano passado, a Apple reportou receitas de US$ 7,74 bilhões com seu negócio Mac.

Tanto o iPad da Apple como o seu negócio de wearables caíram anualmente no trimestre de setembro, e a Apple espera ainda mais quedas neste trimestre. Para a receita do iPad, a Apple viu um declínio de 10%.

Maestri destacou que a Apple atualizou alguns modelos de iPad em outubro de 2022 , impulsionando as vendas. A empresa não lançou novos modelos de iPad este ano.