Após rali, fundo Verde reduz posição em bolsa global e brasileira, mas mantém alocação em commodities

Desempenho do fundo em agosto é o segundo melhor neste ano, puxado por ganhos no mercado acionário brasileiro e em juros em países desenvolvidos

Bruna Furlani

(Getty Images)

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Depois do embalo visto nos mercados acionários internacionais no começo de agosto, o fundo Verde, da renomada gestora Verde Asset, de Luís Stuhlberger, decidiu diminuir – marginalmente – a alocação na Bolsa global e em papéis de companhias brasileiras.

Em carta divulgada neste mês, os analistas da casa destacaram que os mercados operaram de forma eufórica no início de agosto. A situação, no entanto, se reverteu, de maneira drástica, após o simpósio de Jackson Hole em que Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), mostrou maior preocupação com a inflação.

A fala de Powell ajudou a impulsionar a alta nos rendimentos dos títulos americanos (Treasuries). Após uma subida mais expressiva das taxas em agosto, a gestora disse que reduziu as posições que se beneficiam do avanço dos juros nos Estados Unidos.

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A postura mais dura sobre a escalada de preços na Europa também pesou negativamente sobre os mercados acionários, diante de declarações de membros do Banco Central Europeu (BCE). Na ocasião, as falas abriram portas para uma alta de 0,75 pontos na reunião deste mês, o que acabou se confirmando na última quinta-feira (8).

Além dos juros mais altos, a situação na Europa com a crise energética também preocupa. Na avaliação da Verde, o “choque de aumento nas contas de luz e gás das famílias e empresas ainda parece subestimado”.

Para os especialistas, tais problemas devem levar o continente para uma “recessão significativa” e há “poucas chances dos ativos da região não apresentarem desempenho abaixo da média de mercado (underperform)” em relação a outras partes do mundo nos próximos anos.

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Já ao comentar sobre a posição em ativos brasileiros, a casa ressaltou que o mercado continuou a trajetória de melhora, com a diminuição dos prêmios de risco.

A casa, porém, diz que será importante monitorar se essa trajetória vai se manter nas próximas semanas, já que o País está a menos de um mês do primeiro turno das eleições e a diferença entre os candidatos nas pesquisas eleitorais está se estreitando.

Nesse sentido, a Verde disse que reduziu a posição em Bolsa brasil e que aumentou a alocação em inflação implícita brasileira, ou seja, exposição que se beneficia da diferença entre a taxa de juros real e a nominal.

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Embora boa parte das commodities tenha encerrado o mês passado com recuo, a gestora afirmou que manteve a posição comprada (que se beneficia da alta) em ouro e petróleo, sem dar detalhes adicionais.

Por outro lado, a casa informou que apenas manteve a posição comprada em títulos com alto retorno (high yield). No ano, o fundo Verde acumula alta de 11,81%, contra 7,74% do CDI.

Já o desempenho do mês de agosto foi o segundo melhor deste ano, com avanço de 2,34%, acima dos 1,17% do CDI. A performance mensal foi ajudada pela alocação em ações brasileiras e no mercado de juros de países desenvolvidos.

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