Após investigar Eike e livrar Wesley Batista, CVM fecha acordo com banqueiro

Representante do Banco do Estado do Espírito Santo pagou R$ 256 mil à autarquia, valor equivalente ao dobro do suposto lucro que obteve através de práticas não equitativas

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A semana é agitada para o órgão regulador do mercado de capitais brasileiro com mais um comunicado feito nesta sexta-feira (14) para atrair ainda mais os olhares dos investidores. Após anunciar que investigará o empresário Eike Batista por negociação com informações privilegiadas e entrar em acordo com o líder da J&S – holding que controla a JBS (JBSS3) -, Wesley Batista, após acusações de operações irregulares de aplicação e resgate antecipado de CDBs, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aprovou a celebração de compromisso proposto por Anderson Ferrari Júnior, representante do Banestes (BEES4), o que livra mais um executivo de julgamento.

O executivo foi acusado de ter realizado operações com valores mobiliários de emissão do Banco, em dezembro de 2006, que configuraram prática não equitativa – ou seja, atuação que “resulte direta ou indiretamente, um tratamento para qualquer das partes, em negociações com valores mobiliários, que a coloque em uma indevida posição de desequilíbrio ou desigualdade em face dos demais participantes da operação”, segundo explicação disponível na instrução CVM de 8 de outubro de 1979.

O acordo estabeleceu que Ferrari Júnior terá de pagar R$ 256 mil à autarquia do mercado de capitais, valor equivalente ao dobro do suposto lucro que obteve com as operações objeto da acusação, corrigido pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.