Após forte balanço da Braskem no 2º tri, analistas projetam resultados “acima da média” nos próximos trimestres

Ações caem forte nesta quinta-feira com investidores embolsando lucros, mas papéis ainda mantêm posto de maior alta do Ibovespa em 2021

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Um dos grandes destaques do Ibovespa, com o melhor desempenho do índice no ano, a Braskem (BRKM5) registrou um resultado recorde no segundo trimestre, que foi interpretado como positivo por analistas do mercado financeiro.

Diante da combinação de melhores preços para seus produtos químicos e em meio à alta do real ante o dólar, a petroquímica teve lucro líquido de R$ 7,4 bilhões entre abril e junho deste ano, revertendo prejuízo de R$ 2,5 bilhões apresentado um ano antes. Já quando comparado com os primeiros três meses do ano, o lucro triplicou.

A receita líquida, por sua vez, ficou em R$ 26,4 bilhões no período, alta de 136% na comparação anual.

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Durante teleconferência com acionistas nesta quinta-feira (5), Roberto Simões, presidente-executivo da Braskem, disse que é possível uma retomada no pagamento de dividendos, apoiada em um quadro de baixa alavancagem e fortes resultados. “Vamos voltar a discutir isso no segundo semestre”, afirmou.

A Braskem é a empresa com melhor desempenho do Ibovespa no acumulado do ano, com ganhos de 145,3% até quarta (4). No período, o índice sobe 2,3%.

A petroquímica passa por um movimento positivo em meio às expectativas de melhora operacional e também, com a perspectiva de que a venda da fatia da ex-Odebrecht (atual Novonor) na companhia finalmente aconteça.

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Nesta quinta, os papéis abriram o pregão com alta de 1% e chegaram a subir até 3,7%, a R$ 59,96, na máxima do dia. Depois, contudo, as ações BRKM5 viraram para queda e fecharam o pregão com baixa de 4,2%, a R$ 55,41, também com os investidores embolsando os lucros em meio às altas recentes e com o maior mau humor no mercado doméstico por conta de receios políticos e fiscais.

Em relatório, o Morgan Stanley escreve que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 1,78 bilhão superou as estimativas da casa em 10% e o consenso, em cerca de 4%.

Os analistas destacam que o Ebitda registrou aumento de 20% ano sobre ano no mercado doméstico, 56% nos EUA e Europa, e 133% no México, impulsionando os números.

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Daqui para frente, a companhia espera que a demanda por resinas continue robusta, com algum nível de aumento de estoque na indústria antes da temporada de furacões no Golfo dos EUA, escrevem.

No México, a expectativa do time de análise é de que a maior oferta de etano, com o aumento da capacidade de importação, permita o crescimento das vendas.

Os resultados financeiros mais positivos (impulsionados pela variação cambial não monetária) também fizeram com que o lucro por ação superasse a estimativa do Morgan.

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“Embora acreditemos que o segundo trimestre tenha marcado um ciclo de alta para a Braskem, continuamos projetando resultados muito acima da média nos próximos trimestres”, escrevem os analistas.

A avaliação é compartilhada pela casa de análise Levante, que diz ver a Braskem surfando um “excelente momento de demanda por produtos petroquímicos”.

Isso se deve, segundo os analistas, a um cenário de retomada econômica mais forte nos países desenvolvidos, além de uma demanda estrutural maior por derivados petroquímicos no mundo, com maior diversificação no uso de resinas plásticas e outros produtos.

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