Após Faber apontar para “crash” em 2014, Roubini vê crise eclodir nos próximos 2 anos

Para o professor da Universidade de Nova York, todos fatores de risco pré-crise de 2008 estão de volta; bolha de crédito nos EUA está só no começo, aponta

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Conhecidos por suas previsões apocalípticas, o investidor suíço Marc Faber e o professor da Universidade de Nova York Nouriel Roubini traçaram um panorama bastante negativo nesta semana sobre o que esperam da economia dos EUA.

Após Faber destacar em entrevista ao programa “Squawk Box”, da rede CNBC, de que poderemos enfrentar uma crise ainda em 2014, e pior do que a de 2008, Roubini afirmou em entrevista à Fox News que os EUA está no início de uma bolha de crédito que pode desencadear uma nova crise. 

Roubini avalia que o Federal Reserve, que vem reduzindo o seu programa de flexibilização monetária desde dezembro, começará a elevar os juros em algum momento de 2015. Com isso, de acordo com o professor, mais conhecido como “Dr. Doom”, o rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano passará de 2,6% atualmente para 4,6%.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“Todos os fatores de risco que estavam acontecendo em 2006 e 2007 estão de volta aos mesmos níveis, se não de modo pior”, afirma Roubini. Com isso, ele destacou que os EUA estão no início de uma bolha de crédito, mas que é só o começo. Para Roubini, a crise pode eclodir nos próximos um ou dois anos, aponta. 

O professor destacou que se o Fed terminar o seu programa de flexibilização monetária, uma quebra do mercado de títulos pode ocorrer e, eventualmente, destruir a economia, o que deixa a autoridade monetária norte-americana com uma difícil escolha a ser feita. “Se o Fed sair tarde demais, criará uma bolha financeira. Este é o maior desafio em três ou quatro anos”, apontou.

Assim, Roubini não espera uma bolha no mercado acionário agora, mas sim nos próximos um ou dois anos em meio ao ritmo de saída do Fed. Em depoimento ao Congresso na última quinta-feira, a presidente do Fed, Janet Yellen, advertiu que o balanço astronômico de US$ 4 trilhões em ativos da instituição pode demorar mais de uma década para ser diminuído, mas que não é uma prioridade para ela. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.