Após abrir em alta, Ibovespa vira para perdas; reunião da S&P e BC foi encerrada

Novos números do gigante asiático trazem mais sinalizações de que a economia está desacelerando, enquanto dados dos EUA animaram; reunião da agência de classificação de risco com autoridades do governo chama a atenção do mercado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa, que tentava engatar a sua terceira sessão de alta, perde forças no final desta manhã, com as blue chips, como Vale (VALE3;VALE5), siderúrgicas e Petrobras (PETR3;PETR4) diminuindo os ganhos e pressionando o índice. Às 12h41 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa registrava perdas de 0,44%, a 45.658  pontos. Enquanto os dados econômicos nos EUA animaram, a China segue como fator de preocupação. Cabe ressaltar ainda a proximidade do vencimento de opções sobre ações, que ocorrerá na próxima segunda-feira, o que aumenta a volatilidade para as ações da Vale e Petrobras, que possuem os papéis mais líquidos.

Além disso, o mercado segue na expectativa pelo desfecho da reunião da agência de classificação de risco Standard & Poor’s com o Banco Central, ministério da fazenda e Comunicações; os diretores teriam saído da reunião sem fazer comentários. Vale ressaltar que o S&P colocou o rating do País em perspectiva negativa no ano passado e há uma grande expectativa pelas próximas sinalizações da agência sobre se ou quando a nota de crédito soberano do Brasil será rebaixada. 

Os dados econômicos do gigante asiático deixam os investidores cautelosos no pregão desta data. A produção industrial no gigante asiático subiu para 8,6% nos meses de janeiro e fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado, mas ficaram abaixo da expectativa do mercado. Já as vendas no varejo subiram para 11,8% no ano, mas também foram menores do que as estimativas feitas pelo mercado. Os dados divulgados são mais alguns que ficaram abaixo do esperado pelo mercado e sugerem novamente uma possível desaceleração na China, segunda maior economia do mundo.  

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Por outro lado, os indicadores norte-americanos animam nesta sessão. O número de novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente e atingiu nova mínima em três meses na semana passada, sugerindo um fortalecimento nas condições do mercado de trabalho: os pedidos caíram em 9 mil, para 315 mil pedidos. Enquanto isso, as vendas no varejo subiram um pouco mais do que o esperado em fevereiro, com alta de 0,3%. 

Resultados e blue chips: volatilidade marca sessão 
Como destaque na sessão desta data, estão as ações da Lojas Americanas (LAME4, R$ 14,73,+1,87%), que divulgou resultados na noite da véspera, apresentando uma alta de 10,1% no lucro líquido no quarto trimestre na comparação anual, para R$ 273,2 milhões, além de registrar uma melhora operacional. 

Já as ações do setor elétrico voltam a subir forte na Bovespa, reagindo à notícia de que o governo pode anunciar uma solução para o problema de caixa das distribuidoras de energia, que tem sido impactado pelos elevados gastos com a compra de energia de termelétricas e com a exposição ao mercado de curto prazo. Neste momento, se destacam no positivo as ações da Eletropaulo (ELPL4, R$ 8,00, +3,90%), Light (LIGT3, R$ 17,14, +3,38%), Equatorial (EQTL3, R$ 19,92, +3,21%), Cemig (CMIG4, R$ 13,59, +2,26%), CPFL Energia (CPFE3, R$ 17,20, +2,08%), Eletrobras (ELET3, R$ 5,05, +2,02%), AES Tietê (GETI4, R$ 17,19, +1,72%), Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 23,79, +1,67%), Copel (CPLE6, R$ 25,84, +1,33%) e Tractebel (TBLE3, R$ 31,83, +1,30%).

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A Petrobras (PETR3PETR4), que seguia o movimento de recuperação da véspera e subia 1% no início da sessão, voltou a registrar perdas, com baixa de 0,87% para os papéis ON e 0,98% para os PN. Além disso, as ações da Vale, CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5), que tinham alta de mais de 1% no início da sessão, perdem forças e operam próximas à estabilidade. As ações da mineradora registram queda de mais de 1%. 

Ainda como destaque de baixa, estão as ações do setor de educação. Envolvidas em processo de tentativa de fusão, as ações da Anhanguera (AEDU3, -3,40%, R$ 12,51)  e Kroton (KROT3, -1,78%, R$ 43,51) têm queda, impactadas por uma solução sugerida pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) na véspera para a operação.

O órgão antitruste sugeriu a venda de ativos para solucionar o impasse da fusão, mas, para analistas, essa “solução” estaria próxima do pior cenário. Em relatórios, a equipe de análise da XP Investimentos disse que a venda seria bem negativa para a fusão, enquanto os analistas do Brasil Plural apontaram que o parecer dificulta a já sensível discussão, podendo afetar negativamente os ativos da Anhanguera.

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Ásia e Europa
Com as diversas referências econômicas, as bolsas asiáticas encerraram o pregão sem uma direção única. O benchmark japonês, o Nikkei, após subir mais de 0,4% no intraday, fechou o dia com desvalorização de 0,1%, estendendo as perdas do dia anterior. Na China, o Hang Seng também encerrou o dia no negativo e teve queda de 0,67%, enquanto o índice de Xangai Composto terminou o dia com alta de 1,07%.

Na Europa, pesaram sobre os investidores os fracos dados do gigante asiático, além das tensões na Ucrânia. Líderes da Alemanha e Polônia disseram que apoiam a União Europeia a impor sanções econômicas contra a Rússia.

Em relação aos dados divulgados nesta quinta-feira, o preço ao consumidor na França subiu para 0,6% em fevereiro ante o mês anterior, enquanto no ano, o índice subiu para 1,1%, ficando acima das estimativas do mercado. Já as vendas no varejo na Espanha subiram 0,5% no ano, ficando acima da expectativa de analistas, que esperavam uma queda de 0,8%.