Após abrir em alta com exterior e Moody’s, Ibovespa zera ganhos com Vale e de olho em fiscal e política

Mercado segue digerindo Moody's, Fomc, além de alívio com eleição na Holanda

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa abriu em alta repercutindo positivamente a decisão do Fomc e a notícia da Moody’s, que elevou a perspectiva do rating do Brasil de negativa para estável. Contribuindo para esse movimento positivo, esteve o alívio dos mercados com a eleição na Holanda e a nova alta das commodities, com destaque para o minério de ferro. Porém, logo nos minutos iniciais, o índice zerou os ganhos. Às 1025 (horário de Brasília), o índice tinha leve queda de 0,10%, a 66.171 pontos. 

Ainda no radar dos mercados, duas notícias negativas para o governo. Ontem, o STF impôs uma derrota do governo sobre PIS/Cofins, que pode custar mais de R$ 20 bi por ano, dificultando o ajuste. O Ministério da Fazenda informou, por meio de nota, que apresentará um recurso para que a decisão só valha a partir de 2018. “Somente com a apreciação dos embargos de declaração pelo Plenário do STF é que se poderá dimensionar o eventual impacto dessa decisão”, diz a nota. A Fazenda disse que pedirá a modulação de efeitos da decisão do Supremo após a publicação do acórdão, que é quando a decisão do julgamento do Supremo é oficializada. A decisão pode levar o governo a aumentar tributos. Vale destacar que, de acordo com Estadão, a elevação de PIS e Cofins sobre a gasolina e diesel é a alternativa de alta de tributo considerada mais viável pela área técnica do governo para ajudar no cumprimento da meta fiscal deste ano. A medida pode garantir uma arrecadação extra de R$ 3 bilhões em 2017. 

Além disso, destaque ainda para os novos nomes revelados da lista de Janot. Dentre os nomes, está o nome de mais um ministro, o sexto revelado: trata-se de Marcos Pereira, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 

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Na tarde de ontem, o mercado repercutiu positivamente a decisão do  Federal Reserve de elevar os juros, mas reduzir as expectativas de um aperto monetário mais agressivo no futuro. Além disso, nos últimos minutos do pregão,  a Moody’s manteve o  rating do Brasil em “Ba2” pela agência de classificação de risco Moody’s e a elevação da perspectiva de negativa para estável. “Nos últimos seis meses, os riscos de deterioração do rating Ba2 do Brasil foram reduzidos e as condições macroeconômicas do país se estabilizaram – uma recuperação incipiente do crescimento econômico é esperada em 2017 e a inflação está caindo mais rapidamente que o esperado”, afirmou a Moody’s em comunicado. 

Já no mercado de câmbio, o dólar virou para queda após abrir em alta, com o Fomc benigno prevalecendo e a  percepção de que rolagem parcial de swaps não reverteu tendência favorável ao real, também beneficiado nesta
quarta-feira pela decisão da Moody’s.  O BC anuncia retomada dos leilões de rolagem de swap, com oferta de 10.000 contratos para rolagem do vencimento de abril, nesta 5ª-feira, das 11h30 às 11h40. O contrato de dólar futuro com vencimento em abril registra queda de 0,32%, a R$ 3,11. enquanto o dólar comercial registra perdas de 0,55%, a R$ 3,0942. 

Destaques da Bolsa
As ações da Vale zeraram os ganhos após abrirem em alta; na véspera, os papéis dispararam 7%. O minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao subiu 1,85%, a US$ 92,61 a tonelada, enquanto o contrato futuro da commodity negociado em Dalian subiu 2,39%, a 727 iuanes, em meio a perspectivas positivas sobre a demanda. 

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Por outro lado, as ações da Petrobras oscilam entre leves perdas e ganhos.  O Tribunal de Contas da União (TCU) revogou nesta quarta, com ressalvas, uma medida cautelar que suspendia a venda de ativos da Petrobras, mas obrigou a maior parte dos processos, inclusive o da BR Distribuidora, a voltar à estaca zero.

De acordo com o Bradesco BBI, apesar de alguns atrasos, a Petrobras será capaz de prosseguir com o programa de desinvestimentos, os atrasos não devem ter impacto material na desalavancagem e aparentemente já estão refletidos no preço. Os analistas do banco seguem com recomendação outperform para os papéis, com preço-alvo de R$ 20,00. Já o Goldman Sachs destaca que há risco adicional para desinvestimentos da estatal após o TCU. 

Como destaque de alta, está a ação da Estácio, após a divulgação do balanço do quarto trimestre. A companhia teve lucro líquido de 124 milhões de reais no quarto trimestre, mais do que o dobro dos 53 milhões na base de comparação anual, em resultado apoiado em alta de receitas e queda nas despesas. A empresa teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 217 milhões de reais nos três últimos meses de 2016, mais que o dobro do resultado obtido no mesmo período de 2015.

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As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ESTC3 ESTACIO PARTON 16,23 +2,72 +2,72 2,57M
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 12,56 +2,36 -11,55 3,57M
 VIVT4 TELEF BRASILPN 46,52 +1,55 +6,68 4,21M
 BRFS3 BRF SA ON 39,22 +1,45 -18,72 4,42M
 RENT3 LOCALIZA ON EJ 42,30 +1,32 +24,18 2,38M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

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Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRML3 BR MALLS PARON 15,17 -1,11 +26,95 1,80M
 CPLE6 COPEL PNB 34,26 -1,07 +25,22 272,33K
 WEGE3 WEG ON 16,78 -0,89 +8,67 4,72M
 CSAN3 COSAN ON 38,27 -0,60 +0,31 1,32M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 19,17 -0,57 +16,18 2,31M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.