Análise técnica: a difícil missão de um trader em meio a um mercado volátil

Em momentos nos quais stops são acionados diariamente e sinais técnicos mais confundem que ajudam, toda cautela é pouca

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Vida de trader não é fácil. Como operadores de mesa de importantes corretoras de investimentos, scalpers e adeptos do swing trade passam o dia analisando oportunidades únicas de compra e venda, com o intuito de aproveitar melhor a volatilidade do mercado.

Muitos destes investidores utilizam a análise técnica para operar, uma vez que ela oferece uma perspectiva mais clara do curto prazo. Aliado ao instrumental, outros utilizam também o livro de ofertas para observar os players que estão na ponta compradora ou vendedora, com especial atenção às corretoras internacionais.

Independente dos parâmetros de operação, a vida do trader começa a complicar quando o mercado aproxima-se do rompimento de resistências e suportes, tendendo a movimentos laterais e sinais gráficos díspares no intraday, minimizando a probabilidade de trades vencedores.

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“Os saltos tanto para um lado como para o outro derrubam stops de comprados e vendidos e os sinais técnicos nos deixam mais dúvidas do que certezas”, revela Ricardo Dallalana, trader e um dos administradores do Arco Trading. E o momento do mercado reflete o relato.

“Falsas” resistências
Em movimento lateral macro entre 60.000 pontos e 67.500 pontos, o Ibovespa flerta no intraday com sinais de topo e fundo confusos. Acreditando na força da resistência, os traders aguardam a realização para fazer uma entrada. Contudo, o volume decrescente ao passar dos candles parece desconfigurar a formação, trazendo mais incerteza para o trader de como se posicionar.

Um exemplo recente deste fato, destacado por Ricardo, pode ser visto com as ações preferenciais classe A da Vale (VALE5). O topo na região dos R$ 42,00 feito entre os dias 21 e 23 de outubro sugeriu venda para o trader, que efetivamente lucrou com a queda dos papéis até R$ 37,60, fechando o” target=”_blank”>gap feito no dia 8 de outubro.

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Dias depois, as ações ganharam força e voltaram a testar a resistência da região dos R$ 42,00 entre os dias 4 a 6 de novembro, configurando assim um topo triplo. Detalhe para o volume ascendente.

Novamente de frente com a resistência e o volume favorável, o trader entra vendido e com stop imediatamente acima da máxima (R$ 42,44). Contudo, no dia 9 de novembro, o papel abre com gap, aciona um pivô de alta e o stop loss do trader, que inverte sua posição ante o rompimento da figura de impulsão. Agora comprado, o trader aguarda o teste dos R$ 43,50 (resistência primária) para fechar sua posição.

Contudo, o stop loss é atingindo dois dias depois ante o teste dos R$ 42,10 (média móvel exponencial de 5 dias). Caso comprasse o forte suporte (antiga resistência), tendo em vista o volume diário alto, incorreria também em um novo prejuízo dia seguinte.

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Momento sugere cautela
Como demonstrado, o momento sugere muita atenção e expertise do investidor, que deve “se posicionar de forma comedida”, recomenda o trader da Arco Trading. “Neste momento confuso, um stop bem posicionado faz a diferença”.

Toda esta cautela visa à preservação do capital, enfatiza Ricardo. O trader deve lembrar sempre da célebre frase: “Existem momentos que a melhor estratégia é ficar de fora do mercado”.

Portanto, é necessário ter critério na escolha das operações e antes de apertar o ponto de compra ou venda, identifique antes de tudo a tendência do ativo alvo.