Americanas (AMER3) vê lucro disparar 568,3%, para R$ 241 milhões, com créditos tributários

Correção monetária do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins somou R$ 246,6 milhões ao balanço da varejista

Vitor Azevedo

Americanas (Foto: Facebook)

Publicidade

SÃO PAULO – A Americanas (AMER3) registrou um lucro líquido de R$ 241 milhões no terceiro trimestre deste ano, número 568,3% maior do que os R$ 36 milhões angariados no mesmo período de 2020. A diferença, porém, é em grande parte explicada pela correção monetária do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins, que somou R$ 246,6 milhões no balanço da varejista. Sem esse efeito não recorrente, a empresa teria registrado um prejuízo líquido de R$ 6 milhões.

A Americanas viu sua receita líquida crescer 21,5% na base anual, para R$ 6,2 bilhões, impulsionada pelo maior volume de vendas. Este número chegou a R$ 12,8 bilhões, sendo R$ 9,9 bilhões oriundos do e-commerce, que avançou 30,1% na base anual. Destaque ainda nas vendas online para o crescimento do segmento “parceiros”, com alta de 30,2%, chegando a um GMV de R$ 5,4 bilhões.

Nas lojas físicas, a receita no terceiro trimestre cresceu 6,5%, para R$ 2,9 bilhões. Entre julho e setembro deste ano, 18,4% da área de vendas presenciais da companhia ainda operaram com restrições de funcionamento, número menor do que no mesmo período de 2020, quando a pandemia estava em período mais crítico, mas ainda atrapalhando o desempenho.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O lucro bruto da Americanas ficou em R$ 2 bilhões, com alta de 16,4% na base anual, apesar de a varejista ter visto a sua margem bruta reduzir de 32,7% para 31,4%.

A margem Ebitda da Americanas (referente a porcentagem da receita que se torna lucro antes dos descontos de juros, impostos, depreciações e amortizações) também encolheu, saindo de 14,4% para 11,8%. Isso porque as despesas com vendas, gerais e administrativas aumentaram de R$ 1,3 bilhão entre julho e setembro de 2020 para R$ 1,6 bilhão no mesmo intervalo deste ano.

Alta das despesas se dá por maiores investimentos, defende Americanas

“O aumento nas despesas gerais e administrativas reflete os investimentos de headcount em novos projetos, principalmente, na frente de data analytics e na criação dos polos tecnológicos regionais”, explicou a companhia em documento publicado na noite desta quinta-feira (11).

Continua depois da publicidade

O Ebitda ajustado da americanas ficou em R$ 743 milhões, crescendo 0,1% na base anual. Sem os investimentos realizados na sua plataforma financeira, a Ame, esse número, segundo o balanço, seria de R$ 804 milhões, com margem de 12,8%.

Por fim, o resultado da Americanas é impactado também pelo prejuízo financeiro de R$ 286,4 milhões, alta de 12,7% na base anual. O crescimento destes gastos é explicado pela alta da taxa básica de juros e se deu mesmo com a companhia reduzindo seu endividamento líquido de R$ 4,9 bilhões em setembro de 2020 para R$ 3,02 bilhões no mesmo mês de 2021.