Amec aponta falhas no Novo Mercado e diz que segmento precisa ser aprimorado

"Quando o Novo Mercado foi criado se deixou, propositalmente, simples a saída do segmento, para se conseguir atrair as companhias. Mas agora estamos vendo que, na verdade, todo o aparato de direito do Novo Mercado está sobre uma base muito frágil", disse Cunha

Estadão Conteúdo

Publicidade

A Associação de Investidores de Mercado de Capitais (Amec), entidade que representa acionistas minoritários, identificou alguns problemas no regulamento do Novo Mercado e pretende, em breve, endereçar à Bolsa brasileira essas questões, no intuito de se iniciar uma discussão sobre o segmento, que é aquele que exige melhores práticas de governança corporativa. Segundo o presidente da entidade, Mauro Cunha, existe uma “interpretação pragmática e permissiva” sobre alguns pontos entre as regras do Novo Mercado e que o momento pede que alguns itens sejam reavaliados.

Segundo Cunha, a área técnica da associação já trabalha nesses pontos e esse contato com a Bolsa deverá ocorrer dentro de algumas semanas. Um dos objetivos, diz, é que o segmento, que foi lançado no ano 2000, possa ser aprimorado.

O assunto ganhou força recentemente diante da saída do Novo Mercado da rede de laboratórios Dasa, aprovada nesta semana. A facilidade da empresa sair do segmento vem sendo questionada por minoritários. Ao contrário de ofertas públicas de aquisição (OPA) para fechamento de capital, por exemplo, para a saída de segmentos de governança não é exigido um quórum para aprovação, além de ser permitido o voto do controlador.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“Quando o Novo Mercado foi criado se deixou, propositalmente, simples a saída do segmento, para se conseguir atrair as companhias. Mas agora estamos vendo que, na verdade, todo o aparato de direito do Novo Mercado está sobre uma base muito frágil”, disse Cunha. Segundo ele, a facilidade demonstrada para a deslistagem do segmento de governança pode, ainda, trazer dúvidas sobre o valor desse segmento.

Além desse ponto, o representante dos minoritários destaca que outras falhas vem sendo notadas no regulamento dos segmentos de governança da Bolsa. Segundo ele, questões relativas ao benefício do tag along, o surgimento das ações super preferenciais, que vai contra a premissa de alinhamento dos interesses dos acionistas, e questões sobre a arbitragem, são outros pontos que devem ser levados para discussão.