Ambipar cai 8% após BBA rebaixar ações: “perspectiva desafiadora no curto prazo”

O banco, por sua vez, manteve recomendação de compra para Orizon

Equipe InfoMoney

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As ações da Ambipar (AMBP3) registraram uma sessão de forte queda na sessão desta quarta-feira (24) após o Itaú BBA rebaixar a recomendação para o papel de equivalente à compra para neutra, com preço-alvo de R$ 14,20 ao término de 2024, em um relatório em que revisou as empresas de serviços ambientais. AMBP3 fechou em queda de 8,16%, a R$ 10,02. A Orizon (ORVR3), por sua vez, teve recomendação mantida para compra, com preço-alvo de R$ 55,60; as ações fecharam com leve alta de 0,78%, a R$ 35,98.

Sobre a Ambipar, o BBA aponta que a companhia atualmente é negociada com desconto em relação ao seu preço-alvo, mas, por outro lado, vê uma perspectiva desafiadora no curto prazo para a companhia, dado o elevado peso do seu resultado financeiro líquido (41% do Ebitda em 2024), a elevada taxa Selic e margens ainda comprimidas.

Atualmente, apontam os analistas, a empresa está focada na gestão de passivos, rolando e pré-pagando dívidas com cláusulas mais restritivas, estratégia que vemos como adequada.

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“No entanto, ainda vemos que a Ambipar tem muito trabalho a fazer em fundamentos como melhoria de margem e execução de crescimento orgânico – que, em nossa opinião, deveria ser o principal ponto de atenção dos investidores, em vez de potenciais novos anúncios de crescimento inorgânico”, apontam os analistas.

Embora a Ambipar esteja sendo negociada a 4 vezes o EV/Ebitda (valor da firma sobre lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 2024, o banco vê outros nomes sob sua cobertura que possuem valuations atraentes e potencial mais tangível para eventos de redução de risco e, portanto, poderiam ter melhor desempenho no curto prazo.

Já sobre a Orizon, depois de um ano com vários marcos na concretização da estratégia de crescimento da empresa, o BBA vê os próximos meses como o início do novo momento da Orizon.

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O governo federal discute agora as metas previstas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que definiu 2024 como o último ano em que os municípios poderiam enviar seus resíduos para lixões como destino final.

“Nossas discussões recentes com agentes do setor indicam que entre as opções que estão sendo consideradas está o estabelecimento de opções para municípios que já possuem aterros sanitários apropriados no entorno. Se essa opção se concretizar, a Orizon poderá potencialmente adicionar 1,0-1,5 milhão de toneladas em volume aos seus ativos existentes”, apontam os analistas.

Além disso, o BBA vê que a disciplina que a Orizon tem demonstrado no ritmo do seu crescimento, juntamente com a sua estratégia de trabalhar com parceiros alinhados a longo prazo e compromissos de desembolso de capital partilhado, permitirão à empresa manter a sua taxa de crescimento, mantendo, ao mesmo tempo, a alavancagem em uma trajetória confortável (estimativas Itaú BBA para dívida líquida/Ebitda: 2,7 vezes em 2024, 2,5 vezes em 2025 e 1,5 vezes em 2026). “Adicionalmente, o volume adicional e o reajuste dos principais contratos podem se materializar no curto prazo e se tornar gatilhos positivos, potencialmente ensejando revisões para cima em nossas estimativas”, diz o BBA.