Ambev vê recuperação lenta de margem mesmo com salto em vendas

Oscilações cambiais vão possivelmente elevar os custos de produção da companhia ao longo de 2021, disse o diretor vice-presidente financeiro Lucas Lira

Bloomberg

(Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)

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(Bloomberg) — A cervejaria Ambev (ABEV3) espera que as margens se recuperem em ritmo mais lento que o crescimento dos volumes de venda nos próximos meses, com oscilações cambiais possivelmente elevando os custos de produção da companhia ao longo de 2021, disse o diretor vice-presidente financeiro Lucas Lira.

A subsidiária latino-americana da Anheuser Busch InBev adota uma política de proteção cambial de 12 meses, o que a tem ajudado a minimizar o impacto da alta do dólar nos custos de produto vendido neste ano. O real acumula queda de cerca de 30% até agora em 2020, o pior desempenho entre as principais moedas globais.

“Cerca de 50% do custo real é atrelado ao dólar”, explicou Lira em entrevista, destacando que a Ambev vem se empenhando para compensar esse aumento dos custos enquanto foca mais nas necessidades do cliente. “Não sabemos ainda qual patamar de hedge teremos em 2021, mas vai ser maior que este ano.”

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Mesmo com a pressão dos custos, a fabricante das marcas Brahma e Skol decidiu não elevar os preços para bares e restaurantes, um dos setores mais fortemente abalados por decretos de isolamento social em meio à pandemia do novo coronavírus.

Em outros segmentos, como supermercados, os reajustes este ano ocorreram mais para o fim do terceiro trimestre, diferente do ano passado, disse o executivo, adicionando que no longo prazo a precificação da Ambev tende a convergir com a inflação.

A companhia ainda vê potencial para continuar expandindo a participação de mercado no Brasil, apostando em estratégia comercial mais assertiva e contínuos investimentos em inovação para fortalecer o portfólio de marcas e sustentar uma recuperação em V dos volumes e receitas, segundo Lira.