Alta de preços na China e aproveitando a onda do e-commerce: as expectativas da Klabin destacadas no Investor Day

No evento realizado nesta sexta-feira (4), empresa de papel e celulose ainda falou sobre a evolução do projeto Puma II e sobre a compra da IP

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os próximos dez anos devem ser tão promissores quanto a última década, destacou a gestão da Klabin (KLBN11) no evento Klabin 2020 desta sexta-feira (4) , em que a companhia de papel e celulose apontou as suas principais indicações para o futuro.

Alguns pontos foram destaques no evento: o diretor -geral da companhia, Cristiano Teixeira, ressaltou que ela está sabendo lidar, nesse atual cenário desafiador com a pandemia do novo coronavírus, com as novas formas de comércio e canais de varejo, além de buscar um protagonismo maior no comércio eletrônico.

Durante o evento, a companhia sinalizou ainda que deve implementar aumento de preços de celulose na China sem dificuldade.

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“Para 2021, a dinâmica deve melhorar ainda mais, uma vez que o crescimento da oferta deve ser limitado, enquanto a demanda deve recuperar na margem”, aponta o Bradesco BBI em relatório escrito pelo analista Thiago Lofiego sobre a reunião com investidores.

Além disso, Alexandre Nicolini, diretor comercial de celulose da Klabin, sinalizou no evento que os preços de fibra curta também devem subir na América do Norte e na Europa no ano que vem. Um dos motivos é o adiamento do projeto de Modernização e Ampliação da Planta Arauco, o MAPA, que elevaria a oferta da celulose.

Já o crescimento do e-commerce tem o potencial de impulsionar o segmento de embalagens. “As perspectivas são positivas, impulsionadas pelo crescimento do comércio eletrônico, que apresenta melhor rentabilidade relativa, e produtos inovadores para substituição de plásticos”, destacou Lofiego, do BBI.

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O bom posicionamento da companhia também se estende à linha de kraftliner. O tamanho atual do mercado global de papel cartão é de 167 milhões de toneladas, sendo que 42 milhões de toneladas são baseadas em fibra virgem. Em 2030, a expectativa da empresa é de que o mercado totalize 219 milhões de toneladas, sendo cerca de 51 milhões de toneladas de fibra virgem. A expectativa é de que novos aumentos de capacidade não prejudiquem o mercado por conta da alta da demanda.

A companhia também reportou no evento que o projeto Puma II está tendo uma evolução positiva, com 69% das obras das ilhas de processo concluídas até o momento. Durante o evento, a gestão da companhia destacou que a Klabin conseguiu garantir contratos de volume com clientes, compreendendo 50% da produção da máquina kraftliner de 450 kt.

“A empresa ainda estuda a segunda fase do PUMA II, que será em kraftliner ou papelão e, para manter o cronograma de start-up do segundo trimestre de 2023, uma decisão deve ser tomada no primeiro trimestre de 2021”, destaca o BBI em relatório.

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Eles também ressaltaram que a compra dos ativos de embalagem da International Paper (IP) no Brasil adiciona R$ 1 bilhão às receitas da Klabin, ou um crescimento de quase 10%. Com a aquisição, a empresa fortalece sua presença no Sudeste e na região de Manaus e marca a entrada com operação própria no Centro-Oeste. Os executivos apontam que o processo de integração tem sido rápido e bem-sucedido.

Sobre o processo que culminou no fim de pagamento de royalties aos controladores com a incorporação da Sogemar (veja mais clicando aqui), Cristiano Teixeira, da Klabin, apontou que ele foi importante em termos de evolução do relacionamento com os investidores. “A Klabin teve a oportunidade de discutir amplamente o contrato e fica bastante satisfeita com a resolução da assembleia, que mostrou o nível de apoio da companhia”.

A equipe de análise do BBI possui recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 27 para as units da companhia. A flexibilidade operacional da Klabin no segmento de embalagens de papel e a alta exposição aos setores de necessidades básicas, na avaliação do BBI, devem continuar sustentando os resultados em 2021, enquanto o ciclo da celulose está em um ponto de inflexão.

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Na mesma linha, e destacando a confiança da companhia no aumento de preços de celulose e as perspectivas positivas para preços e volumes de embalagens de papelão ondulado no mercado interno, o Itaú BBA reiterou recomendação outperform para a companhia, com preço-alvo de R$ 32.

O Credit Suisse avalia a Klabin como um dos players de papel e celulose mais defensivos da  cobertura do banco -, pois seu negócio de papel está exposto a setores mais avessos aos ciclos de negócios e sua divisão de celulose tem potencial para uma eventual desvalorização do real. Contudo, os analistas continuam cautelosos e mantêm recomendação neutra para o papel, uma vez que o grande investimento em capital relacionado ao projeto Puma II deve levar a uma geração negativa de fluxo de caixa livre em 2021 e também pressionar a sua alavancagem. Além disso, apontam, o ativo da Klabin está negociando atualmente a um múltiplo de 8,7 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda esperado para 2021 (versus o nível histórico de 8 vezes a 8,5 vezes.

No ano, os papéis saltam 31%, ante queda de 1,67% do Ibovespa. De acordo com dados compilados pela Refinitiv, de 12 casas de análise que cobrem o papel, 8 recomendam compra e 4 recomendam manutenção do ativo, com preço-alvo médio de R$ 28,52, o que configura um potencial de valorização de 18% frente o valor no intraday em que o ativo KLBN11 operou, de R$ 24,17.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.