ALL cai 6%, enquanto small cap recua 12% após disparar 90%; veja 22 destaques

Anhanguera lidera ganhos do índice após 8 quedas seguidas, enquanto Estácio avança com "novos alunos"; Petrobras e Vale caem mais de 2%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Depois de quatro dias de ganhos, o Ibovespa voltou cair nesta terça-feira (25) e registrou queda de 1,43%, aos 46.715 pontos. Pressionando o índice, ficaram as ações “pesos-pesado” como Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3; VALE5), que reportam seus resultados hoje e amanhã, respectivamente. Na ponta positiva, apenas 11 das 72 ações do benchmark fecharam em alta, enquanto 6 papéis registraram queda de mais de 3%.

As ações ordinárias da Vale recuaram 3,45%, cotadas a R$ 32,51, enquanto os papéis preferenciais registraram perdas de 2,55%, a R$ 29,00. Além da mineradora, a Bradespar (BRAP4, -2,19%, R$ 21,03), holding que detém participação na Vale, e as siderúrgicas Usiminas (USIM5, -1,86%, R$ 10,00), CSN (CSNA3, -3,50%, R$ 10,74) e Gerdau (GGBR4, -1,64%, R$ 15,04) também caíram forte nesta sessão. Juntos esses ativos representam 17,06% da carteira teórica do índice.

Além do efeito China, onde o setor imobiliário preocupa depois que o Banco Industrial e Comercial do país parou de conceder empréstimo às incorporadoras –  derrubando as cotações das empresas de commodities – , a Vale também sofre com as expectativas sobre seu balanço do quarto trimestre, com os investidores mantendo a cautela sobre o que deverá ser divulgado.

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Mesmo cenário visto para a Petrobras, onde até os analistas não apresentam a mesma opinião. Segundo prévias compiladas pela InfoMoney, a divergência em relação ao lucro da companhia chega a 400%. As ações ordinárias da petrolífera fecharam com queda de 2,64%, a R$ 13,28, enquanto os ativos preferenciais recuaram 2,21%, para R$ 14,18.

Após disparada, ações da ALL lideram perdas
Ainda na ponta negativa do Ibovespa, apareceram as ações da ALL (ALLL3), que caíram 6,48%, cotadas a R$ 6,64, depois da disparada da véspera com o anúncio da proposta de fusão com a Rumo, braço de logística da Cosan (CSAN3). Entretanto, uma notícia publicada hoje no site Folha de S. Paulo jogou um balde de água fria no ânimo dos investidores. Segundo a publicação, os fundos de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e o fundo de investimento BRZ não teriam gostado da oferta apresentada pela empresa, o que, na prática, inviabilizaria a operação.

De acordo com o site, eles estariam insatisfeitos com dois pontos: acham o valor proposto por ação baixo, enquanto a remuneração da Estáter, consultoria contratada pela ALL para negociar a fusão, seria muito alta. Na véspera, o presidente da Cosan disse durante teleconferência que “a proposta já foi discutida com alguns acionistas da ALL, mas somente agora eles terão a oportunidade de olhar mais a fundo”. Ele reforçou que “para a Cosan, a aprovação de todos os acionistas é muito importante” e que o esforço da companhia será enorme para tornar isso real.

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Apesar das incertezas sobre a operação, o Bank of America Merrill Lynch elevou na véspera a recomendação para os papéis da ALL, de neutra para compra, mas manteve o preço-alvo em R$ 9,00. Segundo os analistas, o anúncio colocaria um ponto final na disputa com a Rumo e pode dar mais poder de barganha para a ALL iniciar uma negociação com o governo sobre os termos da renovação de suas concessões. 

Anhanguera dispara 5%; Estácio sobe com “novos alunos”
Por outro lado, na ponta positiva do índice, ficaram as ações da Anhanguera (AEDU3), que registraram ganhos de 5,24%, cotadas a R$ 11,65, depois de terem atingido na máxima do dia valorização de 9,12%, a R$ 12,08. O movimento ocorre depois do papel ter caído por oito pregões consecutivos.

Nos últimos dias, os ativos foram fortemente penalizados por rumores de que a fusão com a Kroton (KROT3) não iria acontecer, uma vez que ainda precisa ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Nesse cenário, os analistas apontam que a Anhanguera seria a mais prejudicada em Bolsa. Os papéis da Kroton (KROT3), por sua vez, passaram por um dia de ajuste para baixo após três altas seguidas. Os ativos da companhia registraram desvalorização de 1,61%, a R$ 42,80.

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Em relatório, o Safra afirmou que realizou na semana passada um road show nos EUA com o diretor de RI da Kroton, Carlos Lazar. Segundo eles, as conversas mostram uma maior probabilidade de que o acordo com a Anhanguera não será aprovado nos moldes atuais. Eles afirmam que os riscos da negociação aumentaram, mas mesmo assim acreditam que seu fechamento permaneça como o cenário mais provável.

Ainda no setor, as ações da Estácio (ESTC3) ganharam força durante o pregão e fecharam com alta de 3,39%, cotadas a R$ 21,05, depois da informação que a instituição foi selecionada para receber os estudantes de medicina da Universidade Gama Filho. Com isso, a instituição espera operar com aproximadamente 24 mil vagas, em cursos técnicos de nível médio profissionalizante, todas no Estado do Rio de Janeiro.

Outros destaques:

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Time For Fun
As ações da Time For Fun (SHOW3), companhia brasileira do setor de entretenimento, fecharam estáveis a R$ 4,40 após oscilarem entre queda de 6,36% e alta de 3,86%, depois que a companhia reduziu o prejuízo no 4° trimestre de 2013, de R$ 31,2 milhões no mesmo período do ano passado para R$ 3,7 milhões agora. A recuperação acontece mesmo frente a uma queda de 14% na receita da companhia, que ficou em R$ 222,5 milhões. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 2,2 milhões, contra uma perda de R$ 50,7 milhões no mesmo período do ano passado.

Para o diretor-presidente da empresa, Fernando Altéri, o cenário para 2014 se mostra animador: “O primeiro semestre de 2014 terá um volume muito ativo de shows em estádio como a empresa não tinha há 4 anos”, afirmou o executivo em teleconferência. Até junho, a T4F já tem 15 shows contratados com mais de 600 mil ingressos vendidos.

Sanepar
Por outro lado, as ações da Sanepar (SAPR4) dispararam 1,20%, para R$ 5,07 – após chegarem a subir 5,79%. A empresa anunciou que realizará oferta pública primária e secundária de ações preferenciais, mas não foi informado ainda o cronograma da oferta ou a quantidade de papéis a serem emitidos. O Banco BTG Pactual será o coordenador líder da emissão. A Sanepar junta-se à Renova Energia (RNEW11), que na semana passada informou ao mercado sua pretensão de realizar uma oferta secundária de units estimada em R$ 1,15 bilhão.

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Ainda dentro do setor de saneamento, as ações da Copasa (CSMG3) acompanharam o desempenho positivo e subiram 3,77%, para R$ 33,00. Por outro lado, os papéis da Sabesp (SBSP3) encerraram o dia com queda de 0,73%, a R$ 21,71, em meio à contínua queda dos reservatórios em São Paulo, o que aumenta o risco de racionamento na região.

Log-In
A empresa de logística Log-In (LOGN3) registrou lucro líquido consolidado de R$ 4,1 milhões no quarto trimestre, contra prejuízo de R$ 8 milhões no mesmo período do ano anterior, segundo prévia de resultados divulgada na véspera. As ações da companhia encerraram este pregão com queda de 2,03%, para R$ 9,17.

Segundo a empresa, as melhorias operacionais e a reversão de créditos de tributários influenciaram positivamente no resultado líquido do período, apesar do forte impacto negativo do resultado financeiro decorrente de “variação cambial incidente sobre os financiamentos de longo prazo indexados a moeda norte-americana”.

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Importante destacar que em dezembro, a Vale vendeu toda sua participação na companhia, o que levou os papéis LOGN3 a recuarem 9% no dia do leilão de venda. Mesmo assim, o Credit Suisse Hedging Griffo, gestora tocada por Luiz Stuhlberger e que possui dentre seus instrumentos de investimento o Fundo Verde, o maior hedge fund do mundo fora dos Estados Unidos, comprou boa parte desta participação acreditando no potencial da empresa. Em 2014, as ações da empresa acumulam ganhos de 11,83%.

Gradiente
Encerrando o movimento altista das últimas sessões, as ações da IGB Eletrônica (IGBR3), dona da Gradiente, recuaram 12,71% nesta sessão, a R$ 6,11. Do fechamento do dia 10 até a véspera, os papéis já tinham subido quase 90%, na expectativa que a batalha que a empresa tem travada contra a Apple ganhe um desfecho favorável para a brasileira. Depois de perder em setembro do ano passado a exclusividade da marca iPhone, a empresa brasileira tenta reverter a decisão no TRF (Tribunal Regional Federal) da 2° região, no Rio de Janeiro.

A briga em torno da marca IPHONE começou no ano passado, quando a Gradiente lançou seu smartphone “G Gradiente iPhone”. O lançamento aconteceu pouco tempo antes da data em que o registro da marca expiraria se ela não fosse usada. Embora seja utilizado pela Apple em todo o mundo para nomear seu celular, no Brasil, pertence à Gradiente, que registrou em 2008. A Apple, então, solicitou o uso da marca iPhone em celulares, roupas e outros objetos. O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) analisou o caso e determinou, em fevereiro, que a Gradiente era dona da marca para uso de aparelhos eletrônicos.

Braskem
Em mais uma sessão negativa, as ações da Braskem (BRKM5) fecharam o dia com queda de 2,58%, cotadas a R$ 16,61, atingindo seu menor patamar desde agosto do ano passado. Entre os fatores que podem estar prejudicando a companhia está a queda do dólar, que desde a última semana segue registrando seguidas desvalorizações. Apenas nesta sessão o recuo foi de 0,28%, atingindo R$ 2,3410 na venda. Na última semana, o Morgan Stanley apontou a companhia como uma das mais “sensíveis” a um possível racionamento de energia.

Imobiliárias
Às vésperas da divulgação do resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), as ações do setor imobiliário voltaram a registrar queda no Ibovespa. O mercado segue dividido entre uma alta de 0,25 ponto percentual e 0,5 p.p. para a taxa Selic. As empresas do setor acabam pressionadas neste cenário, já que a dificuldade de empréstimos poderia reduzir as vendas da companhia. Nesta sessão, os papéis da MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,87, -1,99%), PDG Realty (PDGR3, R$ 1,50, -2,60%), Cyrela (CYRE3, R$ 13,49, -2,60%) e Rossi (RSID3, R$ 1,68, -2,33%) registraram quedas mais acentuadas.

Even
Ainda no setor, a Even (EVEN3, R$ 7,25, -1,63%) divulgou seus resultados com lucro líquido ajustado de R$ 86,5 milhões no quarto trimestre, recuo de 11% na comparação com o mesmo período de 2012, quando foi de R$ 97,2 milhões. A média das estimativas obtidas pela Reuters apontava para lucro de R$ 80,1 milhões no período.

A empresa, que passou a integrar a carteira teórica do Ibovespa em janeiro, divulgou naquele mês vendas no quarto trimestre 41,2% maiores na comparação anual, enquanto os lançamentos subiram 6,1%. A companhia não divulgou o número do cancelamento de contratos (distratos), limitando-se a afirmar que “mantiveram-se praticamente constantes se comparado ao ano anterior”.

Além disso, o Conselho de Administração da companhia aprovou um novo programa de recompra de ações que contemplará até 4,80% do total de ativos emitidos pela empresa. Segundo fato relevante, o programa visa adquirir até 11,1 milhões de papéis EVEN3, para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento, sem redução do capital social da empresa. A aquisição tem prazo de um ano iniciado a partir de hoje e será intermediada pelas corretoras do Itaú, BTG Pactual e Credit Suisse.

Multiplan
No mesmo sentido, as ações da Multiplan (MULT3) caíram 3,03% nesta sessão, cotadas a R$ 44,46. A empresa registrou uma queda anual de 55,8% em seu lucro líquido no quarto trimestre, afetado por despesas operacionais não recorrentes e maior despesa financeira. A empresa divulgou na segunda-feira lucro líquido de R$ 57,1 milhões, ante R$ 129,3 milhões no mesmo período do ano anterior. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 19% na mesma base de comparação, para R$ 138,8 milhões, afetado por despesas operacionais não recorrentes com consultoria jurídica e pagamento do Refis.

Smiles
Já as ações da Smiles (SMLE3) recuaram 1,10%, a R$ 36,79. A empresa comunicou na noite da véspera que a General Atlantic notificou a Smiles para exercer sua opção de compra de ações de emissão da Smiles detidas pela companhia. O preço de exercício da opção é de R$ 21,70 por papel, equivalente ao preço pago na OPA (Oferta Pública de Ações) da Smiles ocorrida em 2013, com correção com base na variação de 100% do CDI.

Eneva
Após subir 15,96% na véspera, as ações da Eneva (ENEV3) passaram por um dia de queda, fechando cotadas a R$ 2,09, com desvalorização de 4,13%. Além do movimento atípico, o volume na véspera também foi bastante forte, atingindo R$ 9,5 milhões. Nesta sessão, os papéis movimentaram R$ 5,8 milhões,contra média dos últimos 21 dias de R$ 6,4 milhões. No ano, os ativos acumulam perdas de 30,33%, sendo que em fevereiro o recuo é de 34,48%.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.