Setor produtivo suspende importação de leite do Uruguai

Medida tem como objetivo conter desequilíbrios de preços na produção nacional

Datagro

Leite

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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou nesta terça-feira (10) a suspensão por tempo indeterminado da importação de leite do Uruguai para o Brasil. A medida visa conter o desequilíbrio de preços na produção nacional e a insegurança dos produtores brasileiros.

Para o presidente da FPA, deputado federal Nilson Leitão (PSDB/MT), a decisão provoca o debate comercial e incentiva o mercado interno a reagir. “Não é um assunto fácil. Nós compramos leite do Uruguai, mas também vendemos outros produtos. Não é encerrar um mercado como esse. A decisão do ministro é corajosa e necessária nesse momento para o mercado interno mostrar se realmente tem capacidade de suprir essa necessidade”, destaca o parlamentar. Leitão complementou que o leite brasileiro movimenta a economia de pequenas cidades, ajuda na distribuição de renda e gera emprego permanente, principalmente no meio rural.

Segundo dados do IBGE, existem hoje mais de um milhão de produtores de leite, na sua maioria agricultores familiares e pequenos agricultores no País. Dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) apontam que o Brasil comprou 86% da produção de leite uruguaio em pó desnatado e 72% do integral, em 2017. No primeiro semestre já foram importadas 41.811 toneladas de leite em pó. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), as exportações de leite em pó representam 25% de tudo que o Uruguai vende ao Brasil. No setor privado, são 1,3 milhão de propriedades que produzem leite no País, com um registro de atividade leiteira em 99% dos municípios brasileiros. Em toda a cadeia do leite estão envolvidos cerca de 4 milhões de trabalhadores.

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O presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, lembra que a decisão atende a pedido feito pelo secretário das Agricultura, Ernani Polo,  ainda durante a Expointer, em agosto, em Esteio. “É uma ação concreta e importante. É o que estávamos esperando do governo para poder apurar os fatos”, pontuou, alertando que o setor vem enfrentando concorrência desleal no mercado e está unido pedindo apoio em Brasília.