Pecuaristas conseguem ágio com venda de boi orgânico

“O boi orgânico é bom negócio para o produtor e para o consumidor”, afirma Leite de Barros, presidente da entidade que congrega 15 fazendas no Pantanal

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Um grupo de pecuaristas do Mato Grosso do Sul está conseguindo vender o boi com ágio junto a agroindústrias de carnes. O segredo do negócio está ancorado em um diferencial mercadológico de significativo apelo junto ao consumidor. É que eles investem na criação de boi orgânico, onde o rebanho se alimenta somente de pasto cultivado sem o uso de produtos químicos.

Pecuaristas aumentam lucro com comercialização de boi orgânico (Foto: ABPO)

Reunidos sob o guarda-chuva da Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO), os produtores obtêm cerca de 10% a mais de sobrepreço na venda de sua produção se comparada à comercialização do boi “convencional”, informa Leonardo Leite de Barros, presidente da entidade que congrega 15 fazendas, localizadas na região do Pantanal, que ocupam uma área de aproximadamente 120 mil hectares.

“O boi orgânico é bom negócio para o produtor e para o consumidor”, afirma Leite de Barros. “Isso porque remunera o pecuarista, fazendo com que o resultado seja sustentável do ponto de vista econômico, e oferece um produto de qualidade para o consumidor.”

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Segundo o dirigente, fator-chave para o sucesso da iniciativa, que completa em 2016 doze anos, é a costura de alianças mercadológicas entre produtores e agroindústrias. Hoje, os pecuaristas membros da ABPO tem como importante parceiro a fabricante Korin, que investe no mercado de carne orgânica.

De acordo com Leite de Barros, é óbvio que existem desafios, entre os quais os custos com processos burocráticos e de produção para se obter a certificação orgânica para a atividade. “Porque muda a forma de produzir”, ressalta. No protocolo da ABPO, além do banimento de produtos químicos no pasto, é proibido misturar ureia no sal, a suplementação só pode ser feita com alimentos de origem vegetal, entre outros requisitos.

O dirigente, no entanto, ressalva que a produção do boi orgânico não pode ser levada para qualquer bioma. “Esta prática tem algumas especificidades, que no nosso caso, tiveram uma combinação muito harmônica com o Pantanal”, salienta. Segundo Leite de Barros, a adaptação às regras para produção orgânica não trouxe impactos negativos para os produtores locais, diferentemente do que poderia acontecer se fosse em outras regiões. “Pela sua história de produção de carne, o Pantanal já era naturalmente orgânico. A região tem vocação para isso.”