Presidente da Anfavea cobra previsibilidade para o financiamento de máquinas agrícolas

Setor teme piora nas condições de crédito – tanto em volume de recursos quanto nas taxas de juros – no Plano Safra 2016/17

Datagro

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SÃO PAULO – O novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antônio Megale, cobrou durante sua visita a Agrishow, que se encerra nesta sexta-feira (29), em Ribeirão Preto (SP), maior previsibilidade das políticas públicas relacionadas ao financiamento de máquinas agrícolas. Megale assumiu na última segunda-feira (25), no lugar de Luiz Moan, o comando da entidade, que além de reunir as maiores montadoras de automóveis atuantes no País, engloba também as principais fabricantes de máquinas agrícolas.

Em seu diagnóstico acerca do atual momento do agronegócio sob a perspectiva dos fabricantes de máquinas, Megale assinalou que a despeito das seguidas safras recordes, o crescimento da produção no campo não tem, infelizmente, se refletido nas vendas do setor. Esta situação, pontuou o dirigente, mostra uma falta de confiança dos produtores rurais.

“Temos discutido com o governo a questão da previsibilidade, pois entendemos que as medidas voltadas para o agronegócio, principalmente aquelas destinadas a financiamentos são fundamentais para o bom andamento dos negócios.” De acordo com Megale, a questão é que somente medidas que ofereçam maior previsibilidade e que demonstrem certa estabilidade para o mercado é que permitirão ao produtor, ao empresário rural planejar melhor seus futuros investimentos para aquisição de novas máquinas.

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Segundo o presidente da Anfavea, entre as medidas que possibilitariam essa maior previsibilidade, estão o anúncio de um Plano Safra com maior antecedência e que tivesse validade de no mínimo dois anos. “O ideal é que os financiamentos mantivessem taxas fixas e volumes adequados, de forma a atender o agronegócio de uma forma ampla, permitindo, assim, que todos os produtores pudessem programar melhor seus plantios, em função do seu ciclo de negócios. Com isso, eles teriam melhor condição de se concentrar na melhoria da produtividade, garantindo emprego, receita e exportações”, ressaltou.

Receio com o novo plano

No acumulado do primeiro trimestre do ano, o balanço da Anfavea aponta recuo de 44% nas vendas de máquinas agrícolas em relação aos três primeiros meses de 2015. Por sua vez, também considerando o mesmo período, a produção registrou queda de 52,2% e as exportações declinaram 23,2%. Diante deste quadro nebuloso, executivos de fabricantes de máquinas agrícolas presentes na Agrishow alimentam a esperança de que haja algum repique positivo de negócios até junho, mês em que se encerra o Plano Safra em vigor.

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Para o vice-presidente da New Holland para a América Latina, Alessandro Maritano, o momento de comprar é agora, ainda durante a vigência de Plano Safra. Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case para a América Latina, vai na mesma linha ao afirmar que “ninguém sabe quais serão as condições de recursos e juros do novo plano”. Os executivos ancoram suas expectativas na ampliação dos recursos do Moderfrota anunciada pelo BNDES no último dia 14 de abril, com o orçamento da linha de financiamento subindo de R$ 300 milhões para R$ 4,04 bilhões até o fim deste Plano Safra. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, apresenta o Plano Agrícola e Pecuário 2016/17 na próxima quarta-feira (04), e a expectativa do mercado é de aumento nas taxas de juros.