AES Eletropaulo prevê aperto em suas margens por conta de reajuste tarifário da Aneel

Aumento poderá sair em abril de 2012; empresa busca destino para Termo SP que ficou de fora de leilão A-5

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – Um dia após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre do ano, a AES Eletropaulo (ELEPL4) diz prever aperto em suas margens e no fluxo de caixa no próximo período em decorrência do aumento tarifário estabelecido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que era esperado para a metade deste ano e que agora parece que entrará em vigor apenas no início de 2012.

“Há perspectivas de apertos nas margens das distribuidoras para o próximo ciclo, mas estamos otimistas com as negociações com a Aneel. A revisão tarifária da Eletropaulo poderá ocorrer em abril de 2012… ainda estamos digerindo tudo aquilo que já foi aprovado, já se preparando para um redução da margem e do fluxo de caixa da produção”, disse Britaldo Soares, presidente da companhia, em teleconferência com os jornalistas nesta sexta-feira.

Segundo ele, este aumento não necessariamente impulsionará novas aquisições, ou a expansão da estrutura da companhia, na tentativa de manter tais margens. “Para decidir algo precisamos ter certeza sobre da revisão tarifária”, disse.

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Soares afirmou ainda que há dinheiro em caixa disponível para tal expansão, mas ressaltou que a empresa ainda tem capacidade de ganho de escala dentro de sua própria estrutura atual.

Ainda sobre o aumento tarifário, o executivo disse: “Teremos de devolver valores, mas a forma e os prazos serão tratados dentro das definições da Aneel a partir do momento que tivermos a revisão consumada”.

Termo São Paulo e leilão
Sobre o leilão de energia A-5, que teria a participação da termoelétrica Termo São Paulo, o presidente da Eletropaulo afirmou que a notícia foi uma surpresa e agora busca um destino para o projeto.

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“Precisamos encontrar uma solução para o projeto, para equacioná-lo… era uma prioridade da empresa como forma de expansão das atividades. Esse comunicado de disponibilidade de gastos da Petrobras surpreendeu a empresa e o mercado, mas acredito que é algo temporário”, disse.

Lembrando que, recentemente o leilão teve sua data postergada pela Petrobras para 20 de dezembro, uma vez que a estatal comunicou que não terá como fechar contratos de fornecimento de gás para as usinas termelétricas que irão participar.

Emissão de debêntures
Em relação à recente emissão de debêntures feita pela companhia da ordem de R$ 600 milhões, o diretor financeiro da companhia e RI, Rinaldo Pecchio, afirmou que não se trata de uma necessidade “adicional”.

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“A emissão que será feita é para retorno de caixa dado o cenário de revisão tarifária. O prazo é de 10 anos, conseguindo fazer uma boa rolagem de divida”, disse o executivo que também afirmou que, no momento, a empresa não pretende fazer outra emissão.

Por fim, Soares reiterou: “Essa emissão está refinanciando a taxa da dívida já existente”.