ADRs da Petrobras disparam 7% no pré-market da NYSE após salto de até 19% do petróleo

Os acontecimentos no final de semana geraram a expectativa de uma perda na produção de cerca de 5,7 milhões de barris por dia de petróleo (bpd), montante equivalente a aproximadamente 5% da produção mundial do óleo bruto   

Lara Rizério

(Petrobras)

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SÃO PAULO – As cotações do petróleo têm uma disparada na sessão desta segunda-feira (16), chegando à cotação mais alta em seis meses. Isso ocorre após ataques com drones atingirem duas instalações da companhia nacional de petróleo na Arábia Saudita, a Aramco, levando a um corte de 5% do suprimento global do petróleo.

O barril do tipo brent chegou a saltar 19%, no maior nível desde maio, a US$ 71,95, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) subiu 15%, atingindo o US$ 63,34. 

Os acontecimentos no final de semana geraram a expectativa de uma perda na produção de cerca de 5,7 milhões de barris por dia de petróleo (bpd), montante equivalente a aproximadamente 5% da produção mundial do óleo bruto. 

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Durante a manhã, contudo, a alta da cotação do petróleo foi contida, de cerca de 8,6% para o brent, a US$ 65,40, enquanto o WTI avançava 7,68%, a US$ 59,06.

Os American Depositary Receipts (ADRs) da Petrobras, já reagem com fortes ganhos no pré-market da bolsa de Nova York, com os ativos PBR saltando 6,95%, a US$ 15,55, às 8h36 (horário de Brasília). 

Nesta manhã, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammad Barkindo, disse que a Arábia Saudita conteve a situação até o momento e dispõe de “amplos estoques”.

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Em entrevista à TV Bloomberg, Barkindo afirmou também que o foco agora da Opep+, que reúne o cartel e outros grandes produtores como a Rússia, é garantir a segurança da oferta. Ele ressaltou, contudo, que o grupo não tem planos de convocar uma reunião de emergência, embora esteja monitorando o assunto de perto.

Já a estatal de petróleo da Arábia Saudita espera restaurar até hoje cerca de um terço da produção interrompida devido a um ataque contra suas unidades no fim de semana, disseram autoridades sauditas. Havia a expectativa de que a retomada seria mais rápida.

Os ataques do fim de semana atingiram Hijra Khurais, um dos maiores campos de petróleo da Arábia Saudita, que produz cerca de 1,5 milhão de barris por dia. Eles também atingiram a Abqaiq, a maior instalação de beneficiamento de petróleo do mundo, processando sete milhões de barris de petróleo saudita por dia, cerca de 8% do total mundial.

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O CEO da Aramco, Amin Nasser, disse hoje que está em andamento um trabalho para restaurar a produção. A empresa emitirá uma atualização de progresso na próxima terça (17). Levará semanas para retornar à capacidade total de produção nas instalações danificadas, de acordo com pessoas familiarizadas com as estimativas de danos na Arábia Saudita.

“É definitivamente pior do que esperávamos nas primeiras horas após o ataque, mas estamos nos certificando de que o mercado não sofra escassez até estarmos totalmente on-line”, disse uma autoridade saudita. 

Para mitigar os impactos dos ataques aos preços, o presidente dos EUA, Donald Trump, permitiu a liberação de petróleo da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR).

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“Caso a situação não se normalize rapidamente, esse evento aumentará as chances de um cenário de maior desaceleração de crescimento com riscos inflacionários tanto para o Brasil quanto para o mundo. Esse episódio deverá impor maior cautela nas decisões de juros essa semana”, destaca a XP Investimentos. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.