Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Após manifestações que atacaram Congresso e STF, Bolsonaro tenta reaproximação com demais poderes

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou ontem com alta de 1,3% diante da euforia do mercado com o apoio popular às mudanças na Previdência e o mercado externo com menor liquidez por conta do feriado nos Estados Unidos e no Reino Unido. Hoje, o destaque será o café da manhã no Palácio do Planalto do presidente Jair Bolsonaro com os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; do Senado, Davi Alcolumbre, da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; junto com os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; da Economia, Paulo Guedes; e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno.

Diante do mal-estar gerado com o Legislativo e o Judiciário, por conta das manifestações do último domingo, quando ataques aos demais poderes foram observados nas ruas, Bolsonaro busca uma reaproximação com as instituições e a proposição de um “pacto pelo Brasil”. O presidente deverá aproveitar a ocasião e buscar um alinhamento para a votação das reformas da Previdência e Tributária nos próximos meses pelo Congresso Nacional, além de apoio a projetos voltados a áreas da segurança pública.

Na Câmara, a Comissão Especial da reforma da Previdência realizará nesta semana suas últimas audiências públicas para debater a matéria, antes de o relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentar o seu parecer. Segundo o Valor Econômico, 220 parlamentares estão inclinados à aprovação da reforma da Previdência. Isso equivale a 71% dos 308 votos necessários. Desse grupo, 103 deputados são francamente favoráveis e outros 117 manifestam apoio parcial, segundo dados da consultoria Atlas Político.

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Investidores e economistas agora estimam que a reforma — cuja aprovação é amplamente esperada para o terceiro trimestre do ano — levará a uma economia de cerca de R$ 680 bilhões em 10 anos, segundo mediana de pesquisa feita pela Bloomberg com 47 instituições financeiras. A pesquisa anterior, feita em abril, mostrava uma expectativa de economia de R$ 630 bilhões. A expectativa atual significa 57% da proposta original enviada pelo governo.

1. Bolsas Internacionais

As bolsas na Ásia encerraram a sessão desta terça em alta, um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, encerrar sua visita de Estado ao Japão. Os mercados asiáticos foram beneficiados ainda pela ausência de novidades em relação à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Da viagem de Trump ao Japão, o destaque foram as declarações de Trump sobre o desequilíbrio comercial norte-americano e que um acordo comercial estaria chegando ainda este ano com os japoneses.

Porém, as negociações ainda emperradas seguem dificultando a melhora do humor, o que leva os índices europeus a registrarem queda nesta manhã. Os investidores ainda digerem os resultados das eleições parlamentares europeias. Na avaliação de especialistas consultados pela CNBC, os resultados podem ser considerados positivos, já que os partidos pró-UE conseguiram manter a maioria dos assentos, enquanto os populistas obtiveram menor espaço, o que significa que o projeto europeu pode não estar sob ameaça.

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Outro fator a ser monitorado de perto é a discussão sobre o Brexit após a renúncia de Theresa May, que sairá do cargo em 7 de junho. A Grã-Bretanha tem até 31 de outubro para chegar a um acordo Brexit que satisfaça o Parlamento.

Entre os indicadores, destaque para o índice de confiança do consumidor da Alemanha, que caiu de 10,2 em maio para 10,1 na pesquisa de junho, segundo a GfK. A leitura de maio foi revisada para baixo, de 10,4 originalmente. O resultado frustrou a expectativa do mercado e sugere que a confiança da população da maior economia europeia vai se deteriorar em junho.

Segundo o Gfk, “a desaceleração global da economia, as intermináveis discussões em torno do Brexit e o risco de escalada do conflito comercial com os EUA” prejudicaram a perspectiva econômica dos consumidores na Alemanha.

Entre as commodities, os preço do petróleo operam em alta nesta manhã, com Brent se consolidando acima dos US$ 70,00, com os possíveis impactos à oferta, por conta dos cortes na oferta da OPEP e das sanções norte-americanas ao Irã e à Venezuela, superando as preocupações com um desaceleração econômica.

Já o minério de ferro teve nova alta, porém mais moderada nesta sessão, ainda refletindo as incertezas em relação a um novo rompimento de barragem da Vale no Brasil.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 06h59 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,12%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,01%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,02%
*DAX (Alemanha), -0,27%
*FTSE (Reino Unido), -0,01%
*CAC-40 (França), -0,36%
*FTSE MIB (Itália), -0,84%
*Hang Seng (Hong Kong), +0,38% (fechado)
*Xangai (China), +0,61% (Fechado)
*Nikkei (Japão), +0,37% (fechado)
*Petróleo WTI, +0,73%, a US$ 59,06 o barril
*Petróleo Brent, +0,17%, a US$ 70,23 o barril
*Bitcoin, US$ 8.712,71, -0,09%
R$ 34.226, +3,00% (nas últimas 24 horas)
*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian subiam 0,33%, a 756,00 iuanes (nas últimas 24 horas).

2. Agenda Econômica

No Brasil, a FGV divulga, às 8h00, a Sondagem da Indústria referente a maio. Já o Tesouro Nacional publica hoje o relatório mensal da dívida pública de abril

Nos Estados Unidos, destaque para o índice de confiança do consumidor de maio, às 11h00; e ao índice de produção manufatureira de maio, às 11h30.

3. Noticiário Político

Após as críticas que sofreram ao longo das manifestações a favor do governo, os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, serão recebidos, às 8h00, por Jair Bolsonaro. Segundo a Folha de S.Paulo, um documento conjunto está sob análise do governo e fala de um “3º pacto republicano”, com cinco prioridades: reformas da Previdência, Tributária, revisão do pacto federativo, desburocratização e política nacional de segurança.

O Estadão pontua que integrantes do Congresso e do Judiciário avaliam com desconfiança o que o chamam de “movimentos erráticos” de Bolsonaro. Entretanto, muitos veem a necessidade de alinhavar um acordo de cavalheiros para evitar que as crises política e econômica se aprofundem. Para o Painel da Folha, as manifestações pró-governo despertaram nas siglas de centro e centro-direita a certeza de que o presidente age para desmontar o bloco conhecido como Centrão.

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Atacado nas mobilizações, Maia foi aconselhado por aliados a dar uma resposta contundente às ofensivas contra o Congresso e o Centrão. Segundo o Valor Econômico, o presidente da Câmara ligou ontem para o ministro Lorenzoni para avisar que não trabalhará para conquistar votos para a MP de combate a fraudes a benefícios previdenciários e que a aprovação dependerá do próprio governo.

O Valor destaca ainda que na Câmara já haveriam 220 parlamentares inclinados à aprovação da reforma da Previdência. Isso equivale a 71% dos 308 votos necessários. Desse grupo, 103 deputados são francamente favoráveis e outros 117 manifestam apoio parcial, segundo dados da consultoria Atlas Político.

Os investidores devem acompanhar ainda a articulação de senadores para reverter a decisão da Câmara dos Deputados que retirou do Ministério da Justiça o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O tema deixa o Palácio do Planalto em alerta, já que a articulação é do próprio líder do PSL no Senado, Major Olímpio.

O governo defende a aprovação da Medida Provisória da forma como saiu da Câmara. Olímpio afirma, informa o Estadão, ter 30 dos 41 votos necessários para reverter a transferência. Caso a MP tenha que retornar à Câmara e caduque, o governo voltará a contar com 29 ministérios, ao invés dos 22 que dispõe atualmente.

O autor do atentado contra o então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso, foi considerado pelo juiz da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, Bruno Saviano, como inimputável, ou seja, incapaz, por doença ou desenvolvimento mental incompleto, de entender a ilicitude de um ato. Dessa forma, ficará isento de pena em caso de cometimento de crime, diz o Estadão.

A Comissão Especial da reforma da Previdência realizará nesta semana as últimas audiências públicas para debater a matéria, antes de o relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentar o seu parecer. Dentre os convidados estão secretários do ministério da Economia e especialistas tanto da área acadêmica quanto de organizações relacionadas ao tema.

Hoje, o colegiado debaterá a aposentadoria para mulheres a partir das 14h30. Foram convidadas a professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro Denise Lobato Gentil, a pesquisadora no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Joana Mostafá, a presidente da Superintendência de Seguros Privados, Solange Paiva Vieira, e a professora na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie Zélia Luiza Pierdoná.

4. Noticiário Econômico

Um estudo do Banco Central defende a tese de que o poder de mercado dos bancos – e não o alto índice de concentração – contribui para os caros spreads bancários. Segundo o Valor Econômico, apesar disso, o levantamento aponta que os fatores que mais pesam no spread são outros, tais como inadimplência, capacidade de recuperação de garantias e custos administrativos.

O Valor Econômico destaca que o PIB per capita e alguns dos principais componentes de oferta e demanda, como indústria e o investimento, deverão levar um longo tempo para voltar ao nível anterior ao da recessão. Se crescer ao ritmo médio entre 1980 e 2018, de 0,9% ao ano, o PIB per capita retornará ao nível pré-crise de 2014 apenas em 2028.

5. Noticiário corporativo

O ministro do STF Edson Fachin suspendeu ontem a venda de 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG) pela Petrobras. Fachin acolheu os argumentos de sindicatos de que a venda dos ativos precisa passar por licitação. Ele restabeleceu a decisão do Tribunal Federal da 5ª Região, que havia suspendido a venda em 05 de junho de 2018. O plenário do STF deverá julgar na quinta-feira (30) se mantém ou derruba a decisão de Fachin.

Em nota, a Petrobras afirmou que ainda não foi intimada da decisão. “A Petrobras avaliará a decisão e irá tomar as medidas cabíveis em prol dos seus interesses e de seus investidores”, afirmou a empresa, reforçando que a importância dos desinvestimentos para a redução do seu nível de endividamento e geração de valor, em linha com seu Plano de Negócios e Gestão 2019-2023 e Plano de Resiliência.

As redes varejistas Magazine Luiza e Carrefour anunciaram ontem à noite uma parceria com duração de seis meses para que a varejista opere a área de eletrodomésticos, produtos eletrônicos e similares dentro de duas lojas da rede de supermercados.

O projeto piloto começa na segunda quinzena de junho nos hipermercados do Carrefour do bairro do Limão e do Shopping Anália Franco, ambas as lojas na cidade de São Paulo. No Carrefour Limão, a loja terá a bandeira Magazine Luiza e no hipermercado Anália Franco a bandeira será Carrefour.

“A intenção é melhorar a experiência de compras do consumidor”, afirma Stéphane Engelhard, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Carrefour Brasil. Na França, Polônia e na China, o Carrefour já tem parcerias semelhantes com varejistas locais que são especialistas em eletroeletrônicos no modelo loja dentro da loja, “store in store”.

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(Agência Estado e Bloomberg)