Ibovespa Futuro sobe com expectativa de estímulos na China; dólar cai

Mercado tem um início de semana positivo apesar da fraqueza na balança comercial chinesa

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta segunda-feira (9) acompanhando o desempenho das bolsas internacionais, que registram ganhos na esteira de dados fracos da China.

Embora seja sempre um mau sinal quando a maior economia da Ásia se enfraquece, as expectativas de que o governo chinês lance mão de um pacote de estímulos ajuda a manter os investidores otimistas no início desta semana. 

Às 09h11 (horário de Brasília) contrato futuro do Ibovespa para outubro subia 0,4% a 104.010 pontos, enquanto o dólar futuro com o mesmo vencimento caía 0,25% a R$ 4,0585. 

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 fica estável a 5,35%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 recua dois pontos-base a 6,41%. 

Por aqui, foi divulgado o Relatório Focus, com a mediana das expectativas dos economistas do mercado financeiro para os principais indicadores macroeconômicos brasileiros. 

A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 manteve-se em uma expansão de 0,87%. Para 2020, houve uma revisão para baixo de 2,1% para 2,07%. 

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Já para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), houve corte nas perspectivas para este ano, de 3,57% para 3,54%. Para 2020, houve uma redução de 3,9% para 3,81%. 

A taxa de câmbio foi elevada de R$ 3,85 para 3,87 para 2019 e de R$ 3,82 para R$ 3,85 em 2020. As projeções da Selic continuaram em 5% em 2019 e 5,25% em 2020. 

Já o jornal Valor Econômico traz entrevista com o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que pretende propor a privatização de todas as empresas estatais, mas reforça que a decisão final é do Congresso. O ministro diz ainda que o próximo projeto de emenda à constituição a ser proposto será o do Pacto Federativo.

China

Nesta sessão, destaque para os dados comerciais da China, que trouxeram mais uma mostra do impacto da guerra comercial travada entre as duas maiores economias globais.

As exportações de agosto caíram 1%, ante expectativa de alta de 2%, segundo analistas consultados pela Reuters. Entre os principais parceiros, as vendas aos EUA recuaram 16% na comparação anual, enquanto as importações recuaram 22,4%.

Já o superávit comercial chinês ficou em US$ 34,84 bilhões, ante um superávit de US$ 45,06 bilhões de julho. Os analistas consultados pela Reuters previam um superávit de US$ 43 bilhões para agosto.

Segundo a CNBC, a expectativa é de que os resultados comerciais possam levar Pequim a introduzir mais medidas de estímulo para sustentar sua economia.

Ainda sobre a China, as reservas internacionais da China avançaram em agosto ante julho, segundo PBoC, o BC chinês. O volume de reservas mostrou acréscimo de US$ 3,48 bilhões em agosto em relação ao mês anterior, a US$ 3,107 trilhões. O resultado do mês passado surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda de US$ 1 bilhão nas reservas.

O regulador cambial chinês afirmou, em comunicado separado, que o aumento nas reservas aconteceu em decorrência de uma leve valorização do índice do dólar e de ganhos de preços em ativos de bônus de outros grandes países.

Prioridade do governo

O ministro Paulo Guedes destacou em entrevista ao jornal Valor Econômico que o governo vai dar na direção de uma nova política fiscal e uma nova federação. “Vamos desindexar, desvincular e desobrigar todas as despesas de todos os entes federativos”, disse, acrescentando que o governo está “mexendo em tudo ao mesmo tempo. É uma transformação sistêmica”.

Segundo o ministro, o novo pacto federativo tem várias dimensões, cujas partes serão levadas ao Senado. De um lado há a reforma tributária, que vai complementar o Imposto sobre Transações Financeiras, o IVA-Dual e a redução de alíquotas de Imposto de Renda; enquanto de outro lado se aposta nas privatizações – cujo objetivo de governo é ter seu tempo de execução reduzido.

Guedes confirmou na sexta-feira que a equipe econômica trabalha num pacote de incentivo à geração de empregos, mas disse que as medidas serão anunciadas “bem para a frente”. Elaboradas pelas secretarias especiais de Trabalho e Produtividades, as ações aguardam o aval de Guedes para serem levadas ao presidente Jair Bolsonaro.

Entre as medidas estão a desoneração da folha de salários dos trabalhadores mais jovens e a liberação de até R$ 65 bilhões do estoque de depósitos recursais que as empresas depositaram em juízo para recorrer de sentenças trabalhistas.

Noticiário Corporativo

A Petrobras informou que a Corte de Apelações do Segundo Circuito confirmou a decisão que aprovou o acordo para encerrar a Class Action nos Estados Unidos. “A partir de hoje (sexta-feira), o acordo não está mais sujeito a qualquer recurso, tornando-se definitivo”, afirmou. O acordo não constitui admissão de culpa ou de prática de atos irregulares pela Petrobras, diz a empresa, já que autoridades brasileiras a julgaram como vítima dos fatos revelados pela Operação Lava-Jato.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a privatização da Petrobras, mas disse nesta sexta-feira que o assunto é “mais complexo” e será visto “mais à frente”. “Por mim, acho que devemos privatizar todas as estatais”, afirmou Guedes, ressaltando que os “monopólios” da Petrobras atrasaram a exploração e produção de petróleo no País.

Já a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombústiveis (ANP) publicou nesta sexta-feira, em edição extra, o edital do megaleilão de óleo excedente da cessão onerosa. Os modelos de contrato da rodada de licitações, que será realizada sob regime de partilha, também foram publicados.

O leilão está marcado para o dia 6 de novembro. Para ter direito a explorar as áreas de Atapu, Sépia, Búzios e Itapu, na Bacia de Santos, que possuem entre 6 bilhões e 15 bilhões de barris, as empresas interessadas deverão pagar um bônus de outorga de R$ 106,5 bilhões.

O Banco do Brasil e o banco suíço UBS avançaram nas negociações para constituir uma joint venture no segmento de banco de investimento, diz o Estadão. Sexta à noite, o BB publicou comunicado informando que analisa alternativas para incrementar sua atuação no mercado de capitais, o que pode incluir a reorganização da estrutura de banco de investimento, com uma parceria complementar.

O BB não mencionou o UBS. A conclusão da parceria entre ambos, porém, é esperada para breve, de acordo com fontes, que falaram na condição de anonimato.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.