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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (19) em meio à disparada do dólar por uma leitura de que o Federal Reserve pode continuar sem convicção em um ciclo de baixa de juros.
Enquanto os bancos centrais de China e Alemanha e o Banco Central Europeu (BCE) indicam que vão reduzir juros ou tomar medidas alternativas de expansão monetária para estimular a economia, os Estados Unidos continuam com poucos motivos para seguirem o mesmo caminho.
Os dados recentes de consumo e inflação nos EUA mostram que o país continua com uma atividade forte, apesar da desaceleração econômica global. Na semana passada, foi divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que subiu 0,3% em julho, contra 0,2% esperados.
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O tom de dúvida sobre um corte mais acelerado dos juros foi reforçado por comentários do presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren. Para ele, não é porque outros países estão flexibilizando a política monetária que os EUA deveriam fazer o mesmo. Além disso, para ele, as condições monetárias já estão acomodatícias e a economia está em muito bom estado no momento. Mesmo não votando no Fomc, as suas falas reverberam no mercado.
O Ibovespa caiu 0,34% a 99.468 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 26,129 bilhões. Tanto a volatilidade do benchmark quanto o volume foram influenciados pelo exercício de opções sobre ações.
O exercício movimentou R$ 10,22 bilhões. Foram R$ 2,85 bilhões em opções de compra e R$ 7,37 bilhões em opções de venda.
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De acordo com o analista da Eleven Financial Research, Carlos Daltozo, o setor financeiro puxou as quedas por causa da saída do investidor estrangeiro, que está vendendo reais e se voltando à segurança dos ativos norte-americanos. “O dólar avançou em relação às outras moedas também”, comenta.
Enquanto isso, o dólar comercial subiu 1,6% a R$ 4,0665 na compra e a R$ 4,0677 na venda, atingindo seu maior nível desde 20 de maio, quando fechou a sessão cotado a R$ 4,10. O dólar futuro para setembro avança 1,56% a R$ 4,073.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 sobe seis pontos-base a 5,45%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 registra ganhos de oito pontos-base a 6,43%.
Lá fora, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) divulgou no sábado, um plano de reforma das taxas de juros. A Alemanha também reforçou que tem “força fiscal” para mitigar a desaceleração da economia.
Por outro lado, os investidores monitoram os riscos no radar. Na Argentina, o candidato vencedor das eleições presidenciais primárias, Alberto Fernández, disse que o acordo firmado pelo governo para o pagamento de dívidas junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), é “impossível de cumprir”.
Atenção ainda para os desdobramentos da guerra comercial. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que não está pronto para fazer uma acordo com a China, mas que seu governo tem conversas “muito, muito substanciais” com o país asiático.
“Os chineses querem fazer um acordo, vamos ver o que acontece”, declarou à imprensa. Já pelo Twitter, escreveu que está “indo muito bem com a China, e conversando”, em referência ao acordo comercial.
Relatório Focus
O mercado financeiro aumentou a projeção para o crescimento da economia e reduziu a estimativa de inflação para este ano.
Segundo o boletim Focus, pesquisa divulgada todas as semanas pelo Banco Central (BC), a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – foi ajustada de 0,81% para 0,83% neste ano.
Segundo a pesquisa, a previsão para 2020 também subiu, ao passar de 2,1% para 2,2%. Para 2021 e 2022 não houve alteração nas estimativas: 2,5%.
Já a estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de 3,76% para 3,71%. Não houve alteração nas estimativas para os anos seguintes: 3,90%, em 2020, 3,75%, em 2021, e 3,5%, em 2022.
Para o mercado financeiro, ao final de 2019 a Selic estará em 5% ao ano. Para o final de 2020, a estimativa permanece em 5,5% ao ano. No fim de 2021 e 2022, a previsão segue em 7% ao ano.
A previsão para a cotação do dólar ao fim deste ano subiu de R$ 3,75 para R$ 3,78 e, para 2020, de R$ 3,80 para R$ 3,81.
Noticiário Corporativo
A situação da operadora de telefonia Oi (OIBR3), em recuperação judicial desde 2016, poderá ser melhorada no entendimento do governo com a aprovação do novo marco legal das comunicações. A nova Lei Geral de Telecomunicações está parada no Senado desde o início de 2019, e a ordem é “destravar” o assunto.
Preocupadas com o tema, equipes do governo intensificaram a mobilização para a aprovação do projeto e querem que o assunto seja liquidado nos próximos 30 dias. De acordo com o projeto, as empresas de telefonia fixa poderiam migrar do regime de concessões para o de autorizações, em que há preços livres. A Oi seria a tele mais beneficiada com a mudança, já que depende mais do serviço fixo do que suas concorrentes.
O governo deve apresentar ao Congresso na próxima semana o PL da privatização da Eletrobras (ELET6). A proposta deve conter os mesmos itens que estavam na Medida Provisória 879, que não foi votada pela Câmara e perderá validade na próxima quarta-feira.
O principal deles é o aporte de até R$ 3,5 bilhões da União à companhia, previsto para ocorrer até 2021. Os recursos vão cobrir dívidas das seis distribuidoras vendidas em 2018, cujos débitos que foram assumidos pela Eletrobras.
Por fim, a Petrobras entrou com pedido para emissão de R$ 3 bilhões em debêntures, informa a Bloomberg. Já a Agência Nacional de Petróleo aprovou a compra de campo de petróleo da companhia pela BW Offshore, diz O Globo.
Por fim, Frederico Trajano (CEO do Magazine Luiza), Guilherme Benchimol (CEO da XP Investimentos) e Mauricio Bittencourt (fundador e gestor da Velt) serão os entrevistados do 1° Stock Pickers com auditório, que vai ao ar na quinta-feira (23). Confira o último episódio clicando aqui.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
VVAR3 | VIAVAREJO ON | 6,73 | -5,48 | +53,30 | 376,64M |
UGPA3 | ULTRAPAR ON | 15,85 | -3,94 | -39,62 | 97,38M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 7,06 | -3,29 | -22,13 | 82,78M |
GGBR4 | GERDAU PN ED | 12,26 | -2,78 | -16,29 | 134,03M |
GOAU4 | GERDAU MET PN ED | 6,10 | -2,24 | -5,59 | 37,20M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
C?d. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
B3SA3 | B3 ON | 45,50 | +2,25 | +71,89 | 737,69M |
CMIG4 | CEMIG PN | 14,75 | +1,44 | +9,84 | 172,52M |
PETR3 | PETROBRAS ON EJ N2 | 26,74 | +1,36 | +6,29 | 265,52M |
PCAR4 | P.ACUCAR-CBDPN | 86,98 | +1,36 | +8,44 | 103,93M |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 19,11 | +1,11 | +24,25 | 309,17M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN EJ N2 | 24,03 | +0,50 | 1,22B | 1,12B | 60.340 |
VALE3 | VALE ON | 43,65 | -0,09 | 1,19B | 929,38M | 51.699 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 32,79 | -1,44 | 797,56M | 769,15M | 40.346 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 34,20 | -0,44 | 774,30M | 785,98M | 40.653 |
B3SA3 | B3 ON | 45,50 | +2,25 | 737,69M | 379,06M | 40.553 |
BBAS3 | BRASIL ON | 44,83 | -1,97 | 471,63M | 506,81M | 25.263 |
BRDT3 | PETROBRAS BRON | 28,00 | +0,79 | 402,18M | n/d | 48.827 |
VVAR3 | VIAVAREJO ON | 6,73 | -5,48 | 376,64M | 270,96M | 53.250 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 19,11 | +1,11 | 309,17M | 475,44M | 23.677 |
PETR3 | PETROBRAS ON EJ N2 | 26,74 | +1,36 | 265,52M | 269,42M | 16.230 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Argentina e governo
Após vencer as eleições presidenciais primárias da Argentina, Alberto Fernández, disse, em entrevista ao jornal La Nación, que o atual presidente, Maurício Macri, precisa renegociar com o FMI adiamentos dos pagamentos previstos para os próximos anos. “É a única solução”, disse, em relação ao empréstimo tomado em 2018 pelo governo argentino de US$ 57 bilhões.
No sábado, após a renúncia de Dujvone como ministro da Fazenda, Macri chamou Hernán Lacunza, ministro da Economia da Província de Buenos Aires para assumir o cargo.
Em carta, Dujovne se disse “convencido de que, em virtude das circunstâncias, a gestão precisa de uma renovação significativa na área econômica”.
Dujvone reconheceu erros na condução da economia argentina, mas afirmou ter atuado para corrigi-los.
“Conseguimos conquistas na redução do déficit e dos gastos públicos, na redução de impostos distorcidos nas províncias, na recuperação do federalismo. Também, sem dúvida, cometemos erros, que nunca hesitamos em reconhecer e fizemos o melhor que pudemos para corrigir.”
Já em uma tentativa de aliviar as tensões com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, Fernandéz, candidato kirchnerista, buscou tranquilizar o mandatário brasileiro em relação a políticas econômicas de sua eventual administração. “Para mim, o Mercosul é um lugar central.
E o Brasil é o nosso principal parceiro e vai continuar a ser. Se Bolsonaro pensa que vou fechar a economia, que fique tranquilo, porque não vou. É uma discussão tonta”, declarou.
(Com Agência Brasil)
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