Noticiário corporativo x guerra comercial: o que impacta o Ibovespa nesta sexta

Mercado volta a ficar sem direção em um dia de forte volatilidade; investidores ficam de olho na reforma da Previdência

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera entre perdas e ganhos nesta sexta-feira (9) com resultados positivos impedindo uma queda da Bolsa, que sofre pela pressão do exterior. Destaque para BRF, que tem 1,7% de participação na carteira teórica do índice e dispara 6,7%, e JBS, cuja fatia é 2,5% e salta 3%.

Lá fora, as bolsas caem, pois apesar do Banco do Povo da China (PBoC) novamente ter fixado a referência do câmbio em nível acima do esperado – 7,0136 yuans por dólar – as notícias de que os Estados Unidos estão segurando licenças à Huawei à medida que a China suspende a compra de grãos, reacende as preocupações globais. 

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os EUA não estão prontos para fazer um acordo com a China e que não farão mais negócios com a empresa de tecnologia do país asiático. 

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Às 11h31 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto ficava estável a 104.110 pontos. Já o dólar comercial avança 0,38% a R$ 3,9408 na compra e a R$ 3,9415 na venda. O dólar futuro com vencimento em setembro sobe 0,6% a R$ 3,9505. 

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 ficava estável a 5,41% e o DI para janeiro de 2023 registrava ganhos de três pontos-base a 6,37%.

Por aqui, o relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, Tasso Jereissati (PSDB), evitou confirmar que o texto aprovado na Câmara dos Deputados teria maioria no plenário do Senado, mas comentou que o “ânimo é francamente pró”.

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Já a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), avalia, no seu “achismo”, que haveria 49 votos pró-reforma dentro do Senado – o mínimo necessário para aprovação.

Noticiário Corporativo

O Valor Econômico traz entrevista com ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque em que garante que o governo vai perder o controle da Eletrobras.

Segundo a publicação, essa é a primeira vez que o ministro reconheceu que a capitalização será acompanhada de perda de posição majoritária da União. O desenho da privatização, ainda em segredo, terá sete etapas, envolvendo Congresso, Tribunal de Contas da União e, por fim, a capitalização.

A Rede D’Or São Luiz anunciou a compra de cerca de 10% das ações ordinárias da Qualicorp (QUAL3), pertencentes ao fundador da companhia, José Seripieri Filho, mais conhecido como Júnior.

Até a conclusão da operação, o executivo permanecerá como CEO e membro do conselho da companhia. Depois disso, deixará a administração da Qualicorp e seguirá, como acionista indireto, detendo ações representativas de cerca de 9,9% do capital da empresa.

Entre os balanços divulgados destaque para a B3 (B3SA3), que registrou um lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 654,8 milhões no segundo trimestre, uma queda de 9,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda ocorreu por conta das despesas relacionadas à alta do preço da ação, com encargos sociais, trabalhistas e provisões.

Já a produtora de celulose Suzano (SUZB3) teve lucro líquido de R$ 700 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de mais de R$ 2 bilhões de um ano antes. Além do balanço, a Suzano divulgou uma redução em sua projeção de investimento em 2019, que passou de R$ 6,4 bilhões para R$ 5,9 bilhões.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 QUAL3 QUALICORP ON 26,76 +21,64 +113,74 210,94M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 42,96 +14,84 +2,24 196,67M
 BRFS3 BRF SA ON 38,81 +6,86 +76,97 339,86M
 CVCB3 CVC BRASIL ON 55,02 +6,22 -10,03 134,53M
 LAME4 LOJAS AMERICPN 18,98 +5,44 -3,28 112,06M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MRVE3 MRV ON 21,77 -3,84 +79,93 77,78M
 VALE3 VALE ON 45,92 -2,67 -9,96 238,12M
 CSNA3 SID NACIONALON 14,65 -2,01 +73,87 34,78M
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 91,77 -1,58 +14,41 30,10M
 BRAP4 BRADESPAR PN 29,24 -1,52 -4,03 7,42M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Já CVC (CVCB3) teve prejuízo por conta da crise da Avianca, mas no resultado ajustado teve lucro 16,9% maior, a R$ 41,1 milhões.

Entre as concessionárias, a CCR (CCRO3) registrou lucro líquido de R$ 347,7 milhões, alta de 25,1% sobre o mesmo período de 2018. A Triunfo, por sua vez, teve uma piora de 155% no prejuízo, que subiu a R$ 103 milhões.

Entre as construtoras, a MRV (MRVE3) teve lucro de R$ 190 milhões (+15%); Cyrela (CYRE3) lucrou R$ 114 milhões, revertendo prejuízo de R$ 28 milhões um ano antes; enquanto a Tecnisa (TCSA3) viu seu prejuízo subir 67,9%, para R$ 144,140 milhões, e a Tenda ampliar em 41% seu lucro, para R$ 73 milhões.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.