Ibovespa Futuro sobe junto com o dólar após Copom “dovish” e Fed “hawkish”

Mercado repercute as decisões de política monetária da véspera, que animam a atividade econômica doméstica, ao mesmo tempo que tornam os ativos do País menor atrativos a investimentos estrangeiros

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta quinta-feira (1) repercutindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) ontem de reduzir a taxa básica de juros brasileira em 0,5 ponto percentual, para 6,00% ao ano, menor patamar da série histórica iniciada em 1996. Grande parte do mercado esperava um corte menor, de 0,25 ponto percentual. 

Às 09h11, o contrato futuro do Ibovespa para agosto registrava ganhos de 0,37%, aos 102.280 pontos. 

Ao mesmo tempo, o dólar também avança, pois o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos diminuiu. Com a decisão de política monetária nos EUA ontem, as Fed Funds estão entre 2% e 2,25%. 

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Se o Copom animou os investidores ao diminuir os juros de maneira mais forte, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), decepcionou, pois além de diminuir as taxas dos Estados Unidos em apenas 0,25 ponto percentual, contou com o discurso confuso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. 

Powell afirmou que o corte não era o início de um ciclo de relaxamento monetário, mas apenas um ajuste de percurso. Depois negou e falou que nunca descartou novas reduções nos juros. 

Com isso, o dólar futuro com vencimento em setembro tinha ganhos de 0,27%, para R$ 3,832.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 cai 12 pontos-base a 5,36%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 registra perdas de oito pontos-base a 6,27%. 

Produção industrial

A produção industrial do país recuou 0,6% na passagem de maio para junho deste ano. Essa foi a segunda queda consecutiva do indicador, que acumula perda de 0,7% em dois meses.

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A produção também recuou na comparação com junho do ano passado (-5,9%), na média móvel trimestral (-0,1%), no acumulado do primeiro semestre (-1,6%) e no acumulado de 12 meses (-0,8%).

Na passagem de maio para junho, a produção industrial recuou em 17 dos 26 ramos industriais pesquisados, com destaque para produtos alimentícios (-2,1%), máquinas e equipamentos (-6,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,7%).

Bolsas Internacionais

Na Ásia, as bolsas fecharam preponderantemente em queda após dados da atividade fabril chinesa mostrem contração em julho. O índice de gerentes de compra Caixin/Markit ficou em 49,9, pouco melhor do que o mercado aguardava (49,5), mas ainda abaixo dos 50, o que indica retração.

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Além disso, seguem as indefinições sobre o acordo entre Estados Unidos e a China, que concluíram uma rodada de negociações comerciais na quarta-feira e retomarão as negociações em Washington no início de setembro.

Os dois lados conduziram “trocas profundas, eficientes e construtivas” sobre as principais questões econômicas e comerciais, informou a agência chinesa Xinhua. A Casa Branca disse que ambos os lados discutiram temas como transferência forçada de tecnologia, direitos de propriedade intelectual, serviços, barreiras não-tarifárias e agricultura.

Noticiário Corporativo

O destaque corporativo fica com a Vale que encerrou o segundo trimestre deste ano com prejuízo líquido de US$ 133 milhões, revertendo o lucro líquido de US$ 76 milhões apresentados no mesmo período do ano passado. O número ficou abaixo das expectativas do mercado para o lucro da companhia, de US$ 2,5 bilhões a US$ 2,9 bilhões. A Vale justifica o prejuízo por conta de provisões relacionadas à ruptura da barragem de Brumadinho, ao descomissionamento da barragem de rejeitos de Germano e à Fundação Renova.

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A BR Distribuidora divulgou lucro líquido de R$ 302 milhões no segundo trimestre de 2019, crescimento de 14,8% na comparação com os R$ 263 milhões em igual período do ano passado. Frente ao trimestre imediatamente anterior, de R$ 477 milhões, entretanto, o lucro líquido mostrou uma queda de 36,7%.

A Azul recebeu 15 horários de pousos e decolagens, a Passaredo ficou com 14 e a amazonense MAP com outros 12 slots no processo de redistribuição das 41 autorizações que eram operadas pela Avianca no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. No entanto, Passaredo e MAP têm nove dias para demonstrar capacidade técnica para voar no terminal paulistano. Caso contrário, os horários voltarão a ser redistribuídos.

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(Com Agência Brasil)

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.