Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Mercado aguarda PIB do Brasil e dos EUA; enquanto no exterior guerra comercial segue embalada, agora, pelas preocupações com terras raras   

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou ontem com alta de 0,18%, conseguindo avançar mesmo com a piora do cenário externo, por conta do acirramento da guerra comercial entre EUA e China. Hoje, os investidores devem ficar atentos ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre no Brasil, que poderá registar resultado negativo na comparação com o quarto trimestre do ano passado. Lá fora, os EUA também divulgam o PIB revisado dos três primeiros meses deste ano.

O desempenho do PIB no Brasil vai trazer uma dimensão do impacto à economia da tragédia no fim de janeiro do rompimento da barragem de Brumadinho da Vale, assim como confirmar a tendência de fraca recuperação da atividade econômica no período. Além da expectativa de que a economia volte a registrar uma queda, os números mais fracos podem gerar uma revisão geral das expectativas para o desempenho consolidado do ano.

No Brasil, destaque ainda para as manifestações previstas para o dia de hoje contra cortes nas verbas da educação, organizadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). A expectativa é de que 150 cidades realizem atos, número inferior, porém, em relação às manifestações do dia 15, que foram organizadas por sindicatos de professores.

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No âmbito corporativo, o Supremo Tribunal Federal (STF) julga hoje sobre a necessidade de aval do Congresso para a realização de privatizações de empresas estatais. O assunto impacta diretamente a Petrobras, que vendeu recentemente 90% da sua subsidiária Transportadora Associada de Gás (TAG) pela Petrobras, por US$ 8,6 bilhões, sem o aval do Congresso e teve o processo anulado.

1. Bolsas Internacionais

No exterior, as bolsas na Ásia fecharam em queda, refletindo o acirramento da guerra comercial entre norte-americanos e chineses. Enquanto na Europa as bolsas operam em alta, num movimento de recuperação, mas com ganhos limitados pelas preocupações externas.

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A ameaça da China de retaliar os Estados Unidos usando suas reservas de terras raras foi objeto de reação por parte do Pentágono, que apresentou um relatório ao Congresso sobre minerais de terras raras, em um esforço de demonstrar o foco contínuo do País na redução da dependência da China em relação às matérias-primas, informou a CNBC citando a agência Reuters. O maior jornal chinês advertiu explicitamente aos EUA ontem que a China cortaria o fornecimento de terras raras , dizendo “não diga nós não te avisamos ”, uma frase que só usou duas vezes na história, ambas envolvendo guerras completas.

Já um porta-voz do Ministério do Comércio da China disse hoje que o país não sacrificará seus principais interesses ou princípios para chegar a um acordo comercial com os Estados Unidos. Segundo ele, Pequim adotará mais retaliações, se necessário. “A China definitivamente não aceitará qualquer acordo que prejudique a soberania e a dignidade”, afirmou Gao Feng. As medidas restritivas americanas contra companhias chinesas são um comportamento inadequado e podem levar a uma recessão global, comentou.

Os investidores também acompanharão os desenvolvimentos políticos domésticos, depois que o assessor especial dos EUA Robert Mueller quebrou seu silêncio e rejeitou inocentar o presidente Donald Trump das acusações por suposta interferência russa nas eleições de 2016. Segundo ele, cabe ao Congresso avaliar um possível processo de impeachment de Trump.

Na Europa, uma pesquisa conduzida na Alemanha revelou que a maioria dos alemães não vê a aparente herdeira de Angela Merkel, Annegret Kramp-Karrenbauer, em condições de substituí-la, diminuindo as esperanças do partido de uma suave transição de liderança.

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Entre as commodities, os preços do petróleo operam sem a mesma direção, após relatório do American Petroleum Institute (API) estimar que o volume estocado de petróleo bruto nos EUA tenha recuado 5,3 milhões de barris, na semana encerrada em 24 de maio, superando as expectativas dos analistas. Novos dados, dessa vez da Energy Information Administration (EIA), devem ser publicados hoje, às 11h00, sobre o mercado de petróleo. Já o preço futuro do minério de ferro opera em queda.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 07h10 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,40%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,44%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,30%
*DAX (Alemanha), +0,57%
*FTSE (Reino Unido), +0,37%
*CAC-40 (França), +0,37%
*FTSE MIB (Itália), +0,36%
*Hang Seng (Hong Kong), -0,44% (fechado)
*Xangai (China), -0,31% (Fechado)
*Nikkei (Japão), -0,29% (fechado)
*Petróleo WTI, +0,61%, a US$ 59,17 o barril
*Petróleo Brent, -0,10%, a US$ 69,38 o barril
*Bitcoin, US$ 8.598,36, -1,30%
R$ 35.197, +0,27% (nas últimas 24 horas)
*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian caiam 0,54%, a 737,00 iuanes (nas últimas 24 horas).

2. Agenda Econômica

No Brasil, o indicador mais aguardado é o do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que será divulgado às 9h00, pelo IBGE. A estimativa é de uma queda de 0,2% na base de comparação trimestral e alta de 0,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Antes, às 8h00, a FGV deve informar os dados de maio do Índice Geral de Preços (IGP-M). Já às 15h, será realizada a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Nos Estados Unidos, o destaque é a divulgação, às 9h30, da segunda estimativa do PIB do primeiro trimestre, com estimativa de crescimento de 3% a taxas anualizadas. No mesmo horário devem ser publicados ainda os números da balança comercial, de pedidos de auxílio-desemprego e o índice de preços do PCE. Às 11h00, será a vez do número de vendas pendentes de imóveis.

3. Noticiário Político

O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que o fato de estar na Presidência vai “contra interesses” e que há ameaças ao seu mandato. “Muita gente não tem interesse de eu estar sentado naquela cadeira”, afirmou, segundo o Estadão. Questionado sobre o assunto, ele evitou responder, entretanto num discurso declarou que “paira um fantasma” sobre o seu governo do retorno da esquerda.

No Brasil, destaque ainda para as manifestações previstas para o dia de hoje contra cortes nas verbas da educação, organizadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). A expectativa é de que 150 cidades realizem atos, número inferior às manifestações do dia 15. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a menor adesão deverá acontecer em razão dos protestos partirem apenas dos movimentos estudantis, ao contrário do anterior, que foi organizado por sindicatos de professores.

A Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite o texto base da medida provisória 871/2018, uma das primeiras enviadas pelo governo de Jair Bolsonaro ao Legislativo e que tem como objetivo combater fraudes e irregularidades em benefícios previdenciários. A MP cria um programa de revisão de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), exige cadastro do trabalhador rural e restringe o pagamento de auxílio-reclusão apenas aos casos de pena em regime fechado.

Ainda no Congresso, as mudanças no Código Florestal contrapuseram o Senado e a Câmara dos Deputados, que aprovou ontem Medida Provisória que flexibiliza trechos da legislação. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, entretanto, já avisou que não vai colocar a proposta em votação. Como a MP vale até segunda-feira, a expectativa é de que as mudanças devam caducar.

O Estadão informa que o partido dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, o DEM, fará uma ofensiva para se desligar do Centrão, bloco informal de partidos reunindo PP, PR, PRB, MDB e Solidariedade, abrigando 230 dos 513 deputados. Segundo a publicação, a ideia é se descolar da imagem de fisiologismo grudada ao grupo, alvo de protestos pró-governo no último domingo.

O jornal O Globo destaca que o “pacto pelo Brasil” proposto pelo presidente Jair Bolsonaro ao Legislativo e ao Judiciário foi recebido com ceticismo por parlamentares, ministros do STF e cientistas políticos. A Associação dos Juízes Federais do Brasil criticou o apoio do presidente do STF, Dias Toffoli, ao acordo, pois pontos da reforma da Previdência podem ir parar no Supremo.

4. Noticiário Econômico

Entre os destaques econômicos está o anúncio do Banco Central de mudanças para permitir a abertura de conta em dólares no País. Segundo o Estadão, a intenção é tornar o Brasil mais competitivo no cenário internacional, facilitando as trocas de reais por dólares, euros e outras moedas. Assim como ocorre em outros países, será permitida até mesmo a abertura de contas em dinheiro estrangeiro no País.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ontem que vai propor ao Congresso várias mudanças nas leis – bem como decretos, resoluções, circulares – que organizam a compra, venda e posse de moedas internacionais no Brasil. Com burocracias e amarras de legislações das década de 20 e de 40, a avaliação do BC é a de que investidores internacionais e exportadores perdem muito tempo e dinheiro nas operações cambiais.

A Folha destaca que o governo tem 15 dias para obter um crédito suplementar no montante de R$ 248 bilhões no Congresso para garantir o pagamento dois milhões de idosos pobres beneficiários do BPC, que podem ser paralisados a partir de 20 junho. Além disso, ações do Executivo, como o Plano Safra, também podem ser afetadas. O governo precisa do aval do Congresso para emitir mais dívida sem ferir a regra de ouro, norma que impede o Executivo de usar novos recursos para cobrir despesas correntes.

O projeto de crédito suplementar foi enviado em março, mas a desarticulação do Governo tem dificultado a solução. Ontem, o ministro Paulo Guedes afirmou no Senado que a proposta “embananou de novo”. Segundo o secretario do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, “eventualmente alguma coisa pode ser remanejada (no orçamento), mas vai ficar difícil”.

A equipe econômica calcula que a transição para o regime de capitalização previsto na reforma da Previdência terá custos de R$ 985 bilhões aos cofres públicos em 20 anos, informa o Globo. O valor é semelhante ao que o governo espera poupar em uma década com as mudanças na aposentadoria.

5. Noticiário corporativo

Um dos destaques corporativos fica por conta do julgamento marcado para hoje sobre a necessidade de aval do Congresso para a realização de privatizações de empresas estatais. A expectativa, diz o Estadão, é de que a votação no Supremo Tribunal Federal (STF) possa registrar um placar apertado. Na mesma sessão, os ministros vão discutir a decisão de suspensão da venda de 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG) pela Petrobras, por US$ 8,6 bilhões.

A Engie Brasil Energia, que fez a aquisição da TAG, informou ao STF que já ter realizado operações com instituições financeiras internacionais de US$ 3 bilhões para a aquisição do ativo da Petrobras. Outro golpe contra a petroleira, foi a decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro de suspender liminarmente o processo de venda da participação da empresa na Araucária Nitrogenados (Ansa) e na unidade de fertilizantes nitrogenados (UFN-III). A empresa diz que vai recorrer.

A Atvos, empresa de açúcar e álcool da Odebrecht, entrou com pedido de recuperação judicial, após acumular dívidas de quase R$ 12 bilhões. Essa é a primeira empresa do grupo a entrar em recuperação judicial, indicando a possibilidade de que outras empresas do conglomerado possam ter que recorrer ao mesmo mecanismo.

(Agência Estado)

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