Ação da Cielo cai mais de 3% no pregão pré-resultado; Suzano tem baixa com novos projetos de rivais

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (23)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Por mais uma sessão, o Ibovespa deve uma sessão de leve variação nesta terça-feira (23), com baixa de 0,24%, com os investidores de olho no progresso das negociações entre EUA e China. 

Contudo, as ações da Vale (VALE3) fecharam em queda de mais de 1% seguindo a baixa de cerca de 2% do minério de ferro. A Suzano (SUZB3) também fechou em baixa, com mais uma semana de queda do preço da celulose e com a perspectiva da entrada de operação de novo projeto no Uruguai. 

As units do Santander Brasil fecharam em baixa após chegarem a subir na abertura do pregão com os resultados do segundo trimestre, enquanto a Cielo fechou em queda de 3% na sessão antes da divulgação do resultado

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Confira os destaques da B3: 

Cielo (CIEL3)

As ações da Cielo fecharam em queda de 3,57% na sessão pré-divulgação do balanço do segundo trimestre. 

De acordo com as projeções da XP, a concorrência acirrada no setor de adquirência deve levar a uma queda de 4,5% na receita e de 38,9% no lucro líquido, respectivamente, na base de comparação anual.

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Vale ressaltar que, recentemente, o Itaú BBA revisou as estimativas para a companhia, com a projeção de lucro sendo cortada em 26% para 2019 e 36% para 2020 em meio ao cenário competitivo acirrado.

O movimento também em correção após a forte alta dos papéis na véspera, com uma reportagem da Coluna do Broad, do Estadão, apontando que os chineses estão atentos a vários negócios no País, inclusive o novo negócio da Caixa em cartões. Segundo a publicação, até mesmo a Cielo estaria na mira dos chineses.

Atualização: lucro da Cielo cai 33% e chega a R$ 431 milhões no segundo trimestre

Santander Brasil (SANB11)

O Santander Brasil reportou um lucro gerencial de R$ 3,635 bilhões no segundo trimestre, representando uma alta de 4,3% sobre o resultado do primeiro trimestre deste ano. Nos seis primeiros meses deste ano, o lucro gerencial somou R$ 7,120 bilhões, cifra 21% superior a do mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o lucro avançou 20,2%.

Segundo a empresa, a rentabilidade se mantém consistentemente em patamares elevados. “Apesar de uma recuperação gradual na atividade econômica e de estarmos inseridos em um ambiente mais competitivo, o crescimento da nossa carteira de crédito foi superior ao do sistema financeiro, aumentando nossa participação de mercado de forma rentável”, destacou o banco.

As receitas totais totalizaram R$ 31,269 bilhões nos seis primeiros meses de 2019, aumento de 7,7% em doze meses e 4,5% em três meses. Já a margem financeira somou R$ 22,085 bilhões no primeiro semestre, alta de 7,1% em doze meses, influenciada principalmente pela margem de crédito, que foi impulsionada por maiores volumes médios.

A carteira de crédito total alcançou R$ 317,625 bilhões no final de junho de 2019, crescimento de 9,3% (ou alta de 9,4% desconsiderando o efeito da variação cambial). O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE), ajustado pelo ágio, atingiu 21,3% em ambos períodos, no primeiro semestre e no trimestre, crescimento de 2,0 pontos porcentuais em doze meses e de 0,2 ponto porcentual em três meses.

O resultado de crédito de liquidação duvidosa atingiu R$ 5,422 bilhões no primeiro semestre, incremento de 3,2% em doze meses, abaixo da taxa de crescimento de 9,3% da carteira de crédito, “o que evidencia a consistência de nossa gestão de riscos”. Em três meses, o resultado subiu 8,8% em função da volatilidade ocorrida entre os dois últimos trimestres e da maior representatividade dos segmentos de varejo na carteira de crédito.

O índice de eficiência alcançou 39,4% nos primeiros seis meses, redução de 0,4 ponto porcentual em doze meses. Em três meses, o índice reduziu 0,9 ponto porcentual, menor patamar histórico. “Esse resultado evidencia nosso foco contínuo na produtividade e no controle de custos”, diz a empresa.

“O Santander reportou resultados sólidos no segundo trimestre de 2019, com o lucro líquido em linha com o esperado. Os segmentos de varejo seguiram impulsionando a expansão da margem financeira e das receitas de serviços, que cresceram acima das provisões nos últimos doze meses e confirmaram as tendências operacionais favoráveis”, destaca a XP Research, que mantém recomendação Neutra para SANB11 devido aos altos múltiplos relativos às perspectivas de lucro para 2019-2020.

Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11)

Os analistas de papel e celulose do Itaú BBA, em relatório a clientes, apontam acreditar que um novo projeto da finlandesa UPM no Uruguai, no montante a ser investido de US$ 2,7 bilhões, com previsão de início no segundo semestre de 2020, “pode atrasar os planos da Suzano de anunciar uma expansão em Três Lagoas, considerando que a empresa permanece totalmente focada na desalavancagem após sua fusão com a Fibria”.

“Para os produtores brasileiros (Suzano e Klabin), esse desenvolvimento (no Uruguai) é negativo no médio e no longo prazo, mas o impacto nos preços da celulose dependerá, em última análise, da dinâmica da oferta x demanda e dos níveis de estoques no prazo de três anos, o que é difícil de prever neste momento”, destacaram.

Segundo o Itaú, o acréscimo de capacidade relevante para a indústria a partir de 2022, tanto em termos de tamanho quanto da eficiência operacional do projeto, deverá, portanto, pressionar os preços da celulose quando estiver em funcionamento.

TIM (TIMP3) e Telefônica (VIVT4

As operadoras de telefonia Tim e Telefônica anunciaram um memorando de entendimento para o compartilhamento de infraestrutura e outros projetos. As discussões se dão no âmbito do compartilhamento de redes 2G em modelo “single grid” e o da infraestrutura de rede 4G na faixa de 700Mhz direcionados a cidades com menos de 30 mil habitantes, o que poderá ser, posteriormente, expandido a cidades maiores.

Ainda segundo as empresas, existem outras oportunidades de compartilhamento de redes em outras frequências e tecnologias, além oportunidades de eficiência e redução de custos em operação e manutenção de redes.

O comunicado destaca que as empresas preservarão sua independência comercial e de gestão de clientes, independentemente de qualquer acordo que possa resultar dessas discussões. “Este MOU não cria uma joint venture ou qualquer parceria comercial ou relação comercial formal, nem cria ou implica em qualquer relacionamento exclusivo entre as partes”, afirmam as teles.

As Companhias destacam os benefícios que podem resultar dessas discussões em relação à melhoria na qualidade do serviço para os clientes de ambas as operadoras, bem como a eficiência na alocação de investimentos e nos custos operacionais.

“Não menos importante, as iniciativas de compartilhamento estão alinhadas com os desafios da sustentabilidade (uso consciente de energia), urbanismo (otimização do uso de espaços públicos) e foram bem-sucedidas em vários países, inclusive no Brasil”, acrescentam.

Natura (NATU3)

A Natura Cosméticos informou que fará a realização de uma emissão de debêntures no valor total de até R$ 1,711 bilhão. Serão emitidas quatro séries. A primeira com até 40 mil debêntures e as demais até 131,177 mil debêntures. A data da emissão será 26 de agosto.

Vale (VALE3)

A Vale atualizou ontem à noite as projeções no seu relatório de produção e vendas do segundo trimestre de 2019. Segundo a empresa, a projeção para a produção de níquel deve ficar entre 210.000 e 220.000 t em 2019; a produção de pelotas em 45 Mt em 2019; e a produção de carvão em aproximadamente 10 Mt em 2019. “A Vale informa também a descontinuidade das projeções de custo do negócio de carvão para 2019 devido à revisão da produção acima mencionada”, afirmou, em fato relevante, a mineradora.

A Vale ainda teve a recomendação reduzida a market perform pelo Banco do Brasil. Ontem, a Vale fechou em queda de 0,5% após produção de minério de ferro frustrar estimativas.

Ultrapar (UGPA3)

O Bradesco BBI elevou a recomendação da Ultrapar de Neutral para Outperform, com preço-alvo de R$ 26,00, implicando um up side de 33% sobre a última cotação, de R$ 19,55. Segundo o analista Vicente Falanga, com a expectativa de um PIB mais forte em 2020, o crescimento de volume da companhia deverá registar um crescimento médio de 2,2% nos próximos três anos contra uma queda de 2,6% nos últimos três anos.

“Sabemos como a Ultrapar está passando por uma mudança em sua estratégia para se ajustar a um ambiente competitivo mais difícil; no entanto, quando o cenário macro se tornar mais favorável, as perspectivas para nomes como a Ultrapar vão melhorar”, escreveu, acrescentado que importantes mudanças no segmentos de distribuição no Brasil aconteceram nos últimos anos, com o consumidor se tornando mais sensível a preço dos combustíveis e a concorrência de novos entrantes.

Copel (CPLE6)

A Copel divulgou a prévia operacional do segundo trimestre, com o mercado fio da Copel Distribuição apresentando crescimento de 1,4% no consumo de energia sobre o mesmo período do ano passado. O mercado cativo registrou queda de 2,7%, para 4.836 GWh, por conta da diminuição do consumo nas quatro principais classes de consumidores (residencial, industrial, comercial e rural). A energia vendida aos consumidores livres avançou 9,6%, para 2.588 GWh.

O fornecimento de energia elétrica da Copel registrou crescimento de 2,3% entre abril e junho de 2019. Já o total de energia vendida pela Copel, composto pelas vendas da Copel Distribuição, da Copel Geração e Transmissão, dos Complexos Eólicos e da Copel Comercialização em todos os mercados, atingiu 11.995 GWh no segundo trimestre de 2019, representando um crescimento de 10,3%.

MRV (MRVE3)

A MRV informou que sua controlada Prime Incorporações e Construções emitiu debêntures no montante de R$ 150 milhões. As Debêntures terão prazo de vencimento de cinco anos, com rentabilidade de CDI + 1,06%.

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BR Distribuidora (BRDT3)

Enquanto aguarda pelo preço por ação em oferta pública, a BR Distribuidora informou que realizou ontem Assembleia Geral de Constituição da Companhia de Gás do Espírito Santo (ES Gás), sociedade de economia mista entre o estado do Espírito Santo e a Petrobras Distribuidora.

Na nova sociedade, a participação da Petrobras Distribuidora será de 60,34 % do capital total e 49% de ações ordinárias.

“A ES Gás somente assumirá os serviços após a assinatura do novo contrato de concessão. Enquanto isso, a Petrobras Distribuidora continuará operando a distribuição de gás canalizado”, informa o fato relevante.

A integralização do capital pelo estado do Espírito Santo e pela Petrobras Distribuidora ocorrerá em até 12 meses. Na Assembleia também foi aprovado o Estatuto Social e foram eleitos os membros dos Conselhos de Administração e Fiscal.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras publicou comunicado ao mercado sobre a auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União na companhia, com o objetivo de avaliar a política de cotas, a regulação e a gestão da comercialização aplicáveis à energia oriunda da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Segundo a elétrica, as bases para fixação da tarifa de energia encontram-se definidas pelo Tratado firmado pelo Brasil e Paraguai, e regulado pelas Notas Reversais firmadas pelas Chancelarias de ambos os países que, posteriormente, são convertidas em Leis aprovadas pelos respectivos Congressos Nacionais.

“No caso específico, a Lei 11.480/07 determinou a retirada do índice inflacionário do valor da dívida principal do Paraguai, o que resultou, no período de 10 anos, em um valor de, aproximadamente, US$ 2,8 bilhões, sendo a Eletrobras um fiel cumpridor da Legislação vigente”, destaca a empresa.

O comunicado esclarece ainda que todas as informações solicitadas pelo Tribunal de Contas no âmbito do processo foram fornecidas, não tendo sido notificada do teor do respectivo acórdão até o presente momento.

Helbor (HBOR3)

A incorporadora Helbor informou que as vendas totais atingiram R$ 400,3 milhões – R$ 301,8 milhões na parte da companhia –, cifra 37,2% ao primeiro trimestre deste ano e 17,5% na comparação anual.

Os lançamentos totais no primeiro semestre superaram em 57,8% os lançamentos do mesmo intervalo de 2018, atingindo R$ 273,2 milhões na parte Helbor, correspondendo a três novos empreendimentos.

As vendas de estoque pronto representaram 71,1% das vendas parte Helbor no segundo trimestre, ante 62,3% do primeiro, representando um aumento na desova de imóveis finalizados.

As vendas sobre oferta (VSO), considerando-se a parte Helbor, atingiram 13,3% no trimestre, enquanto os distratos no segundo trimestre representaram R$ 107,5 milhões, sendo a parte Helbor correspondente a R$ 78,3 milhões.

A empresa assinou contratos de locação de longo prazo envolvendo seis de seus empreendimentos comerciais, e uma área locável total de 44,8 mil m2 , com inquilinos como o We Work , Grupo Anima e Unimed Rio.

Alpargatas (ALPA4)

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da Alpargatas, Roberto Funari, que assumiu a empresa há seis meses, diz que pretende “transformar a companhia, de uma fabricante e exportadora para uma empresa com foco em marcas e consumidores”. Segundo a publicação, a estratégia é fortalecer a operação online e integrando-a à rede física, além de vender marcas menos rentáveis e reorganizar e estrutura fabril.

Profarma (PFRM3)

A Profarma, distribuidora de produtos farmacêuticos, registrou um lucro líquido de R$ 1,2 milhão no segundo trimestre deste ano, representando uma queda de 20% ante o resultado do mesmo intervalo do ano passado, com base no IFRS 16.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) somou no período R$ 50,3 milhões, cifra 8,8% superior, com uma margem de 4,4% – queda de 0,2 ponto porcentual.

A receita líquida atingiu R$ 1,134 bilhão, uma alta de 12,4%. A divisão de distribuição cresceu 19,1%, para R$ 1,223 bilhão, enquanto a de varejo recuou 1,1%, a R$ 303,6 milhões.

Em relatório, o Brasil Plural avaliou a receita como positiva e com melhores dinâmicas de margens. No entanto, as operações de varejo ainda sofrem os efeitos das aquisições dos últimos anos, que ampliaram as marcas de farmácia, mas sem sinergias significativas.

O Brasil Plural, reiterou o rating “Overweight”, com preço-alvo para este ano de R$ 5,50. A última cotação estava em R$ 4,73. “Acreditamos que os céus à frente continuam a ser claros para a empresa, com o objetivo de melhorar ainda mais a rentabilidade por meio do amadurecimento de suas operações”, completa.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.