Ação da Eletrobras salta 7%; Sabesp sobe com fala de Doria e Manguinhos cai 18% após disparada em julho

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (11)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após sucessivas sessões de recordes, o Ibovespa registrou um pregão de queda nesta quinta-feira (11), com parte dos investidores embolsando os ganhos após a aprovação da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados em primeiro turno e à espera da votação dos destaques que podem desidratar a reforma.

Contudo, algumas ações tiveram um forte desempenho positivo, caso da Sabesp (SBSP3)  após o governador paulista João Doria reforçar o cenário para privatização. A maior alta, contudo, ficou com a Eletrobras (ELET3;ELET6), após a Câmara aprovar a lei sobre a privatização de seis distribuidoras deficitárias da estatal. 

Enquanto isso, na ponta negativa, as ações do IRB (IRBR3) após a confirmação da oferta de ações, o que pode levar a uma forte entrada de papéis da companhia no mercado. As ações da Petrobras subiram, enquanto a Vale fechou próxima à estabilidade. 

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Fora do Ibovespa, os papéis da Pet Manguinhos (RPMG3) caíram quase 18% após chegarem a subir 488% apenas em julho. 

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira: 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras deu início a fase não vinculante referente à venda integral de sua participação de 34% na Compañia MEGA, na Argentina, por meio de sua subsidiária integral Petrobras International Braspetro B.V. (“PIB BV”). Segundo a empresa, os habilitados para essa fase receberão instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para elaboração e envio das propostas não vinculantes. “Essa operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à geração de valor para os nossos acionistas”, destacou a empresa.

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Já o Estadão destaca que a petroleira boliviana YPFB quer ficar com a fatia da Petrobras no gasoduto Brasil-Bolívia, que interliga os países e cujo controle precisará ser desfeito pela estatal brasileira.

IRB (IRBR3)

A resseguradora IRB divulgou o prospecto do início da oferta pública de distribuição secundária de 83.978.450 ações ordinárias, das quais 47.520.213 são de titularidade da BB Seguros e 36.458.237 da União Federal, representada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com base na cotação do fechamento de ontem das ações do IRB, em R$ 101,45, a oferta poderá movimentar mais de R$ 8,5 bilhões.

Vale (VALE3)

A S&P projeta que a Vale somente conseguirá retomar os seus níveis de produção de 2018, anteriores à tragédia de Brumadinho, em 2021, mantendo a oferta apertada até lá. Desta forma, a agência de classificação de risco, elevou suas expectativas em relação aos preços médios, para US$ 90 a tonelada em 2019, US$ 80/t em 2020 e US$ 70/t em 2021, ante projeções anteriores de US$ 75/t, US$ 70/t e US$ 65/t, respectivamente. A forte demanda das siderúrgicas chinesas tem ajudado a sustentar essa alta, acrescenta a S&P.

Apesar de ter elevado as projeções, a S&P acredita em um recuo dos preços no mercado spot no segundo semestre com uma melhora na produção das grandes mineradoras, inclusive a Vale, que obteve aval para a retomada das operações da mina de Brucutu. As projeções consideram, entretanto, que qualquer aumento na oferta seria gradual. A S&P acredita ainda que a oferta interna chinesa, o estoque existente nos portos e o uso de sucata ajudarão a preencher a lacuna de oferta deixada pela Vale em 2019.

Sabesp (SBSP3)

Em entrevista à Bloomberg, o Governador de São Paulo João Dória afirmou que a privatização da Sabesp é a melhor opção para o Estado, e que planeja levantar R$20 bilhões com a operação.

O primeiro passo para proceder com a transação é a aprovação do Projeto de Lei do Senado que institui o novo marco regulatório do setor de saneamento básico e que permite a privatização de estatais. Em declarações recentes, o presidente da Câmara Rodrigo Maia afirmou que tentará votar o projeto até agosto.

“Quando superada essa etapa, os desafios para a privatização da Sabesp serão (1) aval da Assembleia Legislativa e possível alteração da constituição do Estado, (2) negociações com prefeituras da transferência dos serviços de saneamento para um novo controlador e (3) estruturação do edital de privatização”, destaca em relatório a XP Research. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

As ações da Eletrobras subiram forte após a Câmara dos Deputados concluir na noite de terça-feira a votação do projeto de lei que saneia seis distribuidoras de energia da Eletrobras no Norte e Nordeste que são deficitárias para viabilizar sua privatização. O texto seguirá agora para o Senado Federal.

Além disso, ontem o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque apontar em entrevista à GloboNews que o governo espera arrecadar cerca de R$ 18 bilhões com o processo de capitalização da estatal. 

Albuquerque afirmou que o modelo de capitalização da estatal deverá ser levado ao presidente Jair Bolsonaro para uma decisão final em até duas semanas.

“Esse modelo nós estamos ainda finalizando. Eu e o ministro (da Economia) Paulo Guedes pretendemos apresentar isso para o presidente Bolsonaro na próxima semana ou na outra, para que ele aprove o modelo que vai ser encaminhado ao Congresso Nacional para apreciação”, destacou.

Pet Manguinhos (RPMG3)

Após subir quase 500% (mais precisamente 488%) em 7 pregões, as ações da Pet Manguinhos, agora Refit, têm uma sessão de forte queda na Bolsa. 

As altas recentes das ações da companhia, de acordo com o destacado por ela em comunicado à B3 na última sexta-feira, “devem estar relacionadas ao momento de mudança na política governamental de produção e distribuição de combustível no País”. 

Conforme apontou a companhia no comunicado, as transformações que estão sendo estudadas e, em breve, deverão ser impostas ao mercado de combustíveis brasileiro serão responsáveis por ampliar a concorrência para o setor de downstream e “propiciar a real abertura do mercado”. 

Este movimento coincide com as indicações da Petrobras de venda de seus ativos.  A estatal já anunciou a venda de oito refinarias das suas 13 refinarias com o objetivo de arrecadar cerca de US$ 15 bilhões. Já foram anunciados os processos de venda de quatro refinarias, e as demais devem ter o detalhamento apresentado até o início de agosto. 

As vendas para o mercado privado devem reduzir a capacidade de refino da empresa em 50% e visam romper o monopólio da estatal sobre esse mercado. Também vão contribuir para maior alocação de capital em outras atividades, como a exploração e a produção de petróleo e gás em águas profundas. Veja mais clicando aqui. 

Ambev (ABEV3)

O jornal Valor Econômico destaca que a primeira turma da Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) adiou para agosto a conclusão de um processo contra a Ambev, que pode chegar aos R$ 5,5 bilhões – segundo informação da própria empresa. O órgão discute a validade de uma multa qualificada sobre Imposto de Renda e CSLL cobrados de amortização de ágio entre 2006 e 2010, por conta do processo de fusão entre Ambev e InBev.

Gol (GOLL4), Azul (AZUL4) e aéreas

A Avianca Brasil levantou US$ 147,3 milhões (cerca de R$ 558 milhões) na última quarta-feira, 10, no leilão de seus ativos. O valor representa 20,6% de sua dívida de R$ 2,7 bilhões e ainda há risco de a Justiça anular o certame, impedindo a empresa de receber o dinheiro e pagar parte de seus credores.

O entrave ocorre porque a companhia vendeu os slots (autorizações de pousos e decolagens) que detinha nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos (SP) e Santos Dumont (RJ). Segundo resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os slots não são propriedade das companhias aéreas.

A Gol fez a oferta mais alta no único lote no qual houve disputa. Ele era composto por seis voos em Guarulhos, nove em Congonhas e quatro no Santos Dumont. O lance inicial, de US$ 10 mil, havia sido feito pela Latam, mas a Gol arrematou por US$ 7,3 milhões.

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Ao todo, a Gol ficou com três lotes que contêm 32 voos em Guarulhos, 20 em Santos Dumont e 31 em Congonhas. A companhia deverá pagar US$ 77,31 milhões no total. A Latam, por sua vez, levou dois blocos com 32 voos em Guarulhos, 14 no Santos Dumont e 21 em Congonhas, pelos quais pagará US$ 70 milhões.

O resultado não muda de forma significativa a participação de mercado das empresas: a Latam continua sendo a maior em Guarulhos e a Gol, em Congonhas.

Oi (OIBR3;OIBR4)

A tele Oi esclareceu em comunicado ao mercado que segue avaliando “continuamente oportunidades” para a melhor adequação da estrutura de capital da companhia e maximização de seu valor, em especial aquelas previstas no plano de recuperação judicial. Entretanto, afirma que “até a presente data” não ocorreram tratativas para mandatar instituição financeira para nova capitalização. A publicação foi em resposta à informação publicada na imprensa de uma captação de R$ 2,5 bilhões estaria sendo levantada por algum assessor financeiro.

Banco Inter (BIDI4)

O Banco Inter divulgou sua prévia dos resultados operacionais do segundo trimestre, reportando um total de 2,5 milhões de correntistas, número 3,4 vezes superior ao do mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, foram abertas 612 mil contas entre abril e junho, montante recorde e 3 vezes acima de igual intervalo de 2018.

O volume transacionado nos cartões atingiu R$ 1,6 bilhão, cifra 2,7 vezes acima da registrada um ano antes. Já a originação de crédito somou R$ 905 milhões, altas de 43% e 19%, respectivamente, em relação ao segundo trimestre do ano passado e ao primeiro trimestre deste ano.

O banco informou ontem ainda que, “em linha com sua intenção” de realizar, ainda nesta janela de mercado, eventual captação de recursos, por meio de follow-on de certificados de depósito de ações de suas units – 1 ação ordinária e 2 preferenciais –, envolvendo um valor de até R$ 1 bilhão, engajou as seguintes instituições financeiras: Bradesco BBI, Goldman Sachs, BTG Pactual, J.P. Morgan, Santander Brasil e Caixa Econômica Federal para atuarem como coordenadores da Potencial Oferta.

“Até o presente momento, o Banco não definiu nem aprovou a efetiva realização de qualquer oferta pública de distribuição de Units, tampouco seus termos e condições, ou quaisquer outras possíveis operações para captação de recursos”, pontuou o Banco Inter no fato relevante.

Energias do Brasil (ENBR3)

A EDP divulgou sua prévia dos resultados operacionais do segundo trimestre com um volume de energia distribuída 2,5% superior no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. A distribuição em São Paulo subiu 0,8% e no Espírito Santo, 5,3%. No semestre, o volume de energia distribuída cresceu 3,8% de forma consolidada.

Na área de geração, o volume de energia vendida pelas usinas hídricas, considerando as empresas consolidadas, reduziu 2,0% no trimestre, reflexo da venda de Costa Rica, Santa Fé e da EDP PCH, minimizado pelo maior volume de energia vendida em Lajeado. No semestre, com as empresas consolidadas, houve alta de 16,9%.

O volume de energia comercializada totalizou 3.030 GWh no trimestre e 5.902 GWh no semestre, queda de 31,1% e de 30,4%, respectivamente.

Direcional (DIRR3)

A Direcional informou que foram registados no segundo trimestre lançamentos recordes de incorporação, com um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 562 milhões. Em 12 meses, o VGV atinge R$ 1,9 bilhão. Foram 11 empreendimentos lançados, dos quais 10 se inserem no MCMV e um no de média renda.

As vendas líquidas no segundo trimestre atingiram R$ 336 milhões, alta de 5% em relação ao mesmo período do ano passado e de 17% ante o primeiro trimestre deste ano.

A geração de caixa da companhia somou R$ 107 milhões no segundo trimestre, maior resultado em cinco anos. A empresa encerrou o segundo trimestre com 10.634 unidades em estoque, totalizando um VGV de R$ 2,1 bilhões.

Light (LIGT3)

A oferta subsequente da elétrica Light conta com uma demanda de 1,7 vez a oferta e o preço da ação deverá sair a R$ 18,09, segundo a Coluna do Broadcast, do Estadão. A oferta primária e secundária deverá atingir R$ 2,5 bilhões, considerando os lotes extras (suplementar e adicional).

Banco Indusval (IDVL4)

O Banco Indusval vai realizar uma emissão privada de letras financeiras de, no mínimo, R$ 55,2 milhões e, no máximo, de R$ 64,2 milhões. Segundo o comunicado enviado ao mercado, o acionista controlador Roberto de Rezende Barbosa, mediante exercício de preferência e por cessão dos acionistas Manoel Felix Cintra Neto, Luiz Masagão Ribeiro e Jair Ribeiro da Silva Neto, compromete-se a subscrever e integralizar o montante mínimo da operação.

(Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.