Ibovespa Futuro sobe quase 1% com chance de reforma ser votada hoje em comissão

Mercado segue bom humor da véspera de olho nas tratativas no Congresso, enquanto nos EUA as bolsas ficam fechadas por conta de feriado

Rodrigo Tolotti

Gráfico de ações (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro opera em alta nesta quinta-feira (4), seguindo o bom humor do mercado na véspera, quando o índice subiu 1,43%, em meio às expectativas de que a reforma da Previdência pode ser votada ainda hoje na comissão especial da Câmara.

Às 09h10 (horário de Brasília), o índice futuro tinha ganhos de 0,83%, aos 103.530 pontos, em dia sem a referência dos Estados Unidos, onde as bolsas ficam fechadas pelo feriado de Dia da Independência. O dólar futuro com vencimento em agosto registrava perdas de 0,63%, a R$ 3,810.

No Congresso Nacional, após uma quarta-feira intensa de debates entre os líderes partidários sobre a complementação do voto do relator da reforma, Samuel Moreira (PSDB-SP), a sessão da comissão especial da PEC da Previdência foi aberta, ontem, apenas por volta das 20h, mas sem que o parecer tenha sido votado.

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Depois de seis horas de reunião, marcadas por tentativas de obstrução de partidos da oposição (PT, PSB, PDT, Psol e Rede), o presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), convocou uma nova sessão para hoje, às 9h horas, quando serão apreciados os destaques das bancadas e o texto principal da proposta, que poderá ser, enfim, votado.

Bolsas Internacionais

Com os negócios fechados nos Estados Unidos, as bolsas no exterior operam sem sinais distintos, mas refletindo os dados de emprego divulgados na véspera, quando o setor privado norte-americano gerou, em junho, menos postos de trabalho do que o previsto pelo mercado.

Os dados da ADP são sempre uma prévia relatório de emprego oficial dos EUA, o payroll, que será publicado amanhã, às 9h30. Entretanto, nem sempre são más as notícias sobre emprego mais fraco, visto que contribuem para que os investidores vejam maior chance de corte de juros pelo Federal Reserve. Na última reunião, o Fed pela primeira vez não descartou uma redução das taxas ainda este ano.

Na Ásia, os principais índices fecharam misturas, com as novas expectativas sobre os juros norte-americanos, assim como com o encaminhamento das negociações comerciais entre EUA e China. Ontem, o conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que as negociações “face-a-face” começariam “em breve”.

Na Europa, os investidores também adotam tom de cautela, com os principais índices operando com leve alta ou estáveis.

Entre os indicadores, as vendas no varejo da zona do euro caíram 0,3% em maio ante abril. O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,3% nas vendas. Na comparação anual, porém, houve alta de 1,3% em maio. Os dados de abril foram revisados, para queda mensal de 0,1% e avanço anual de 1,8%.

Entre as commodities, os preços do petróleo caem esta quinta-feira, por conta dados de menor consumo do que o esperado sobre os estoques de petróleo dos Estados Unidos e preocupações com a economia global. Já o minério de ferro, após as recentes alta, opera em queda.

Previdência

A comissão especial que analisa a proposta de reforma da Previdência tentará concluir hoje a votação do novo parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), o que poderia garantir o envio do texto da PEC ao plenário da Câmara dos Deputados para apreciação ainda neste semestre, antes do recesso parlamentar, que se inicia em duas semanas.

Entre os destaques da nova versão da proposta está a manutenção das regras para as aposentadorias dos policiais que atuam na esfera federal, que se aposentarão aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo. Antes do início da sessão, líderes partidários haviam anunciado acordo para reduzir a 52 anos às mulheres e 53 anos para os homens a idade mínima de aposentadoria, o que acabou não ocorrendo.

Maia havia indicado que a suavização das condições de aposentadorias para policiais que servem à União criaria um efeito cascata que desidrataria a reforma da Previdência.

A flexibilização nas regras das aposentadorias de policiais que servem a União no texto da reforma da Previdência foi um desejo pessoal do presidente da república Jair Bolsonaro. “Eu fiz uma excelente proposta, não aceitaram (a categoria dos policiais). Agora vai para o voto”, disse, ao ser questionado se teria feito alguma orientação sobre o assunto, como informado por líderes da Câmara.

O novo parecer confirmou ainda o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20% restrito apenas a bancos médios e grandes. O voto anterior, lido na segunda-feira, previa que a elevação da alíquota valeria para todas as instituições financeiras, exceto a B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo). As cooperativas de crédito haviam sido beneficiadas com aumento menor, para 17%.

Com o novo texto, os demais tipos de instituições financeiras, como corretoras, distribuidoras, sociedades de crédito e investimentos, sociedades de crédito imobiliário, sociedades de arrendamento mercantil, fintechs, entre outras, continuarão a pagar 15% de CSLL. As cooperativas de crédito também foram poupadas do aumento.

No voto lido ontem, Moreira recuou também da permissão para que estados e municípios aumentem a contribuição dos servidores públicos locais para cobrir os rombos nos regimes próprios de Previdência. A possibilidade constava do relatório apresentado ontem (2) pelo relator.

Com a desistência, os estados e os municípios voltam a ficar integralmente fora da reforma da Previdência. Caberá às Assembleias Legislativas estaduais e às Câmaras Municipais aprovar a validade da reforma para os governos locais, assim como o aumento das alíquotas dos servidores sob sua alçada.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.