XP recomenda ações de 2 varejistas para se posicionar frente ao atual ciclo econômico do Brasil

Analista revisa setor de varejo e recomenda ações de Renner e B2W em meio ao cenário de recuperação econômica que ainda é lenta, mas que pode acelerar  

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ciclo brasileiro de recuperação econômica, apesar da decepção com os dados recentes, deve continuar e será longo, destaca a XP Research. Com base nisso, a analista Mariana Vergueiro destacou que o setor de varejo é um dos mais beneficiados por esse contexto e apontou quais são as melhores estratégias de investimento dentro deste cenário. 

Com a incerteza da agenda reformista e a economia ainda andando devagar, a XP avalia que uma boa estratégia de investimento é a combinação de i) nomes de qualidade com desempenho sólido e consistente ao longo do ano e ii) ações mais cíclicas que devem se beneficiar do tema da retomada do crescimento, ainda que os próximos resultados continuem pressionados. 

No primeiro caso, a recomendação é para a Lojas Renner (LREN3), que foi elevada de neutra para compra com preço-alvo de R$ 53 por ação, um potencial de alta de 17% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já com relação ao ponto ii, a XP aponta as ações da B2W (BTOW3), cuja recomendação segue de compra com novo preço-alvo de R$ 41 por ação, upside de 29% em relação ao último fechamento. 

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A equipe de análise ainda reduziu a recomendação das Lojas Americanas (LAME4) para neutro com novo preço-alvo de R$ 18 por ação após revisão no crescimento de vendas ou um potencial de valorização de 14%.  

A visão sobre o setor é de que o cenário de retomada de crescimento, inflação ancorada e juros nas mínimas históricas gera um ambiente positivo para o setor de varejo no Brasil. 

Para a XP, ainda que os dados de atividade indiquem recuperação mais lenta que o esperado, com consequente revisão para baixo no crescimento de lucro das empresas em 2019, uma melhora na confiança do consumidor pode impulsionar o setor, que é fortemente relacionado com o crescimento de vendas nas mesmas lojas. 

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“O setor vem em ritmo de retomada de crescimento desde 2017. Entretanto, ressaltamos que o nível de confiança do consumidor ainda não retornou ao patamar pré-crise de 100-110 pontos observados em 2012”, avalia Mariana. Assim, em um cenário de aprovação da Reforma da Previdência no segundo semestre e percepção de retomada mais consistente da economia, há espaço para melhora adicional na confiança do consumidor e na recuperação de vendas no setor.

A analista aponta que os múltiplos do setor estão altos, mas há justificativas para que o setor negocie com prêmio para a média histórica. E, dada a expectativa de melhora na confiança do consumidor e impacto positivo no crescimento de vendas, é razoável que o setor continue a negociar com prêmio para a média histórica.

Com relação às empresas específicas, Renner é vista como uma varejista como um nome de qualidade que oferece proteção para a carteira em ambiente de volatilidade com entrega sólida e consistente de crescimento de vendas.

“Acreditamos que os resultados no curto prazo, apesar da decepção com a atividade, devem se destacar em relação às demais empresa do setor e impulsionar as ações”, avalia a analista. 

Sobre a B2W, há a percepção de que o crescimento das vendas totais de 22% para 2019-2021 implícito no preço atual das ações é muito pessimista. “Ainda que o curto prazo continue desafiador, com entrega de resultados melhores a partir do 2 semestre, vemos a B2W como uma boa opção de investimento alavancado na recuperação econômica”, destaca. 

Já a recomendação para a Lojas Americanas foi reduzida em meio à visão de que o plano de expansão de 800 novas lojas 85 anos em 5 que termina em 2019 ficou abaixo do esperado na métrica de área de vendas. Para Mariana, há pouco espaço para surpresas positivas com Lojas Americanas. 

Entre as demais empresas, Carrefour Brasil (CRFB3) e Magazine Luiza (MGLU3) seguem com recomendação neutra com preços-alvos respectivos de R$ 25 e R$ 205 para 2019 (com upsides de 11% e 1%, respectivamente).

Com relação ao Carrefour, apesar de ver espaço para consolidação do setor através da bandeira Atacadão (do formato
Atacarejo) e retomada nas vendas com a recuperação da inflação de alimentos, a XP ainda prefere segmentos do varejo mais alavancados ao ciclo de recuperação econômica, como consumo discricionário.

Já sobre o Magalu, mesmo com o potencial de crescimento através do marketplace, há a necessidade de robustez
tecnológica e escalabilidade do negócio para suportar tal aceleração, tendo em vista que a operação online da Magalu ainda é pequena. Além disso, o preço das ações das duas companhias é visto como justo. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.