Investidores se preparam para nova e longa “Guerra Fria” entre EUA e China

"Esta disputa será um processo que provavelmente vai durar o tempo de nossas carreiras"

Bloomberg

(Shutterstock)

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(Bloomberg) — Ray Dalio classifica de “longa guerra ideológica”. Mark Mobius vê poucas chances de uma resolução rápida. E Stephen Jen diz que estamos testemunhando o início de uma luta de 15 rounds.

Ao mesmo tempo que Estados Unidos e China entram em conflito sobre tudo, alguns dos maiores investidores globais se preparam para uma disputa prolongada entre as superpotências e ajustam seus portfólios com base nessa perspectiva.

Mobius, por exemplo, tem evitado ações de exportadoras chinesas e investido em empresas que vendem para o mercado doméstico.

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“Esta disputa será um processo que provavelmente vai durar o tempo de nossas carreiras”, disse Jen, ex-economista do Fundo Monetário Internacional e do Morgan Stanley, que atualmente comanda o Eurizon SLJ Capital, um hedge fund e consultoria.

“Nós, como investidores e analistas, precisamos ditar nosso ritmo e tentar não apenas acompanhar as últimas notícias. Precisamos entender a economia e as diferenças culturais.”

As apostas na melhora das tensões comerciais que ajudaram a impulsionar as ações para níveis recordes há apenas quatro semanas estão rapidamente sendo desfeitas.

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O mercado acionário global perdeu US$ 4 trilhões este mês, enquanto os retornos dos bônus do Tesouro dos EUA caíram para o menor nível desde 2017, sob o impacto da decisão de Donald Trump de elevar as tarifas sobre produtos chineses e incluir a Huawei Technologies em uma lista negra que interrompeu o fornecimento de produtos para empresa de forma devastadora.

O presidente da China, Xi Jinping, fez um apelo para que seus compatriotas se unam em uma “nova Longa Marcha” e Pequim se prepara para armar seu domínio de terras raras – principais elementos usados em smartphones e carros elétricos.

Para Dalio, o bilionário fundador da Bridgewater Associates, o conflito vai muito além de uma guerra comercial. À medida que a China surge como uma potência mundial capaz de desafiar os EUA, os países vão se confrontar de “todos os tipos de maneiras” por causa de diferentes abordagens em relação ao governo, negócios e geopolítica, escreveu em uma série de posts no LinkedIn este mês, que não mencionavam seus investimentos.

Mesmo que Trump e Xi consigam fechar um acordo comercial (espera-se uma reunião dos dois líderes na cúpula do G-20 em junho), a China e os EUA continuarão se confrontando sobre questões como tecnologia no futuro previsível, de acordo com Mobius.

“Estamos em um novo jogo – Trump realmente abriu essa lata de vermes”, disse em entrevista à Bloomberg Television o veterano dos mercados emergentes, que saiu da Templeton Asset Management no ano passado para cofundar a Mobius Capital Partners.

Ele sinalizou a Índia, Vietnã e Bangladesh como potenciais países beneficiados, já que o conflito leva os fabricantes a diversificar a produção para longe da China.

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