Petrobras cai quase 2% em dia de derrocada do petróleo; Duratex salta com aquisição

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (23)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta quinta-feira (23) foi de queda para o Ibovespa, com o noticiário internacional ofuscando avanços no Congresso nacional em meio ao confronto comercial entre Estados Unidos e China.

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) tiveram queda com o dia de forte baixa do petróleo, mas amenizando as perdas de olho na venda de fatia da BR Distribuidora. No mercado de commodities, o brent fechou em queda de 4,65% atingindo a mínima desde março com o aumento dos estoques de petróleo dos EUA e as tensões comerciais atuais pesando sobre as perspectivas de demanda.

No radar corporativo desta quinta, o destaque fica para a notícia de que o grupo SBF, dono da rede de lojas Centauro, apresentou nesta quinta uma proposta concorrente de compra da varejista de artigos esportivos Netshoes que oferece prêmio de 40% (US$ 35 milhões) sobre o acordo fechado com o Magazine Luiza no mês passado.

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As ações do Magalu chegaram a abrir com queda, mas amenizaram e fecharam praticamente estáveis, enquanto os ativos da Centauro saltaram no início da sessão, mas diminuíram os ganhos logo nos primeiros minutos do pregão.

No radar de recomendações, a Kroton subiu após ter a recomendação iniciada como compra pelo Goldman Sachs.  Já a Natura caiu forte após anunciar a compra da Avon, com o mercado de olho no valor total das sinergias entre as duas companhias. 

Confira esses e outros destaques da B3:

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Recomendações
Entre as recomendações, a Kroton (KROT3) teve a recomendação iniciada como compra por Goldman Sachs, com preço-alvo de R$ 11,30. 

A Anima (ANIM3) teve a recomendação iniciada como neutra, com preço-alvo de R$ 19,20. Já a Estácio (ESTC3) foi iniciada com recomendação de venda pelo Goldman, com preço-alvo de R$ 22.

Natura (NATU3)
A companhia de cosméticos Natura anunciou ontem a aquisição da Avon Products em uma operação que envolve troca de ações (all-share merger). O acordo avalia a Avon em US$ 3,7 bilhões e o novo grupo em US$ 11 bilhões. O negócio ainda está sujeito à aprovação de reguladores, mas transforma a empresa conjunta na quarta maior do setor, de acordo com o fato relevante publicado.

Juntas, as empresas estimam faturamento anual superior a US$ 10 bilhões Elas assumem a liderança na modalidade de venda por relações (ou porta a porta) por meio das mais de 6,3 milhões de Representantes e Consultoras da Avon e da Natura, e presença geográfica global, com mais de 3,2 mil lojas. A brasileira irá deter 76% da empresa conjunta. O restante ficará sob controle dos acionistas da Avon.

O financiamento será possibilitado mediante um crédito de US$ 1,6 bilhões que a Natura obteve perante o Banco Bradesco S.A; o Citigroup Global Markets Inc.; e o Itaú Unibanco S.A. No comunicado, a empresa diz esperar sinergias entre US$ 150 milhões e US$ 250 milhões anuais.

Com base no preço de fechamento da Natura em 21 de março, a transação representa um prêmio de 28% para os acionistas da Avon e implica um múltiplo Ebitda de 9,5 vezes, ou de 5,6 vezes, presumindo o impacto total das sinergias esperadas.

A ação da Natura fechou com alta de 9,43% na última quarta com os rumores sobre a notícia, que só foi confirmada após o término do pregão e nesta sessão caiu forte em um movimento de realização e com o mercado de olho nas sinergias com a aquisição da Avon.

A empresa afirmou que as sinergias devem ficar entre US$ 150 milhões e US$ 250 milhões enquanto que, em teleconferência  nesta quinta-feira, o presidente do conselho da Natura &Co, Roberto Marques, afirmou que elas serão de US$ 125 milhões no Brasil e na América Latina, menores que o divulgado na véspera. Vale destacar que as ações da Natura saltaram cerca de 27% no ano e, segundo o Bradesco BBI, estão já precificadas e rebaixaram a recomendação para underperform (desempenho abaixo da média do mercado). 

Pão de Açúcar (PCAR4)
O Casino, grupo francês controlador da varejista GPA, sofreu um processo de busca de documentos por parte de representantes da Comissão Europeia, dentro de uma investigação sobre supostas práticas anticoncorrenciais do grupo no continente.

Segundo o Valor Econômico, o Casino confirmou as buscas do dia 21, que investigam acordos de parceria para a compra conjunta da indústria, junto com a rede Intermarché. A comissão investiga se as empresas violaram regras de que proíbem a formação de cartel ou agiram para restringir a competição na Europa.

Vale destacar que as ações do Casino tiveram as negociações
suspensas mais cedo na França em razão da iminência de um comunicado a ser divulgado mais tarde. As negociações com ações de suas holdings também foram interrompidas. De acordo com analistas ouvidos pela Bloomberg, a reestruturação da dívida pode estar próxima. A dívida do grupo comandado por Jean-Charles Naouri supera US$ 10 bilhões. O Casino não comentou o assunto.

Já durante a tarde, o jornal francês Le Figaro informou, citando fontes, que a holding da Casino, Rallye, recebeu proteção de credores por meio de um procedimento de salvaguarda que durará, inicialmente, seis meses. A proteção pode ser renovada duas vezes e a manutenção da dívida fica suspensa durante o período de proteção.

Vale (VALE3)
O grupo China Communications Construction Company (CCCC) em parceria com a Vale assina hoje com o governo do Pará um protocolo de intenções para a construção de uma usina de aço em Marabá. Segundo o jornal Valor Econômico, o investimento é de R$ 1,5 bilhão, com a capacidade de produção de 300 mil toneladas ao ano de aço laminados. A Vale foi a articuladora da engenharia financeira do projeto com a CCCC. A intenção da mineradora brasileira seria desenvolver um polo metal-mecânico em Marabá.

O Estadão destaca que o iminente rompimento da barragem da Vale em Barão de Cocais (MG) deve complicar o cotidiano de aproximadamente 10 mil pessoas em três cidades e provocar a inundação de áreas urbanas e rurais, além de devastar locais de preservação permanente ao longo dos rios atingidos. A consta em estudo de impacto obtido pelo jornal. Cerca de 3 mil construções estão no caminho dos rejeitos da barragem da Vale.

Usiminas (USIM5)
A possibilidade de rompimento da barragem da Vale, que levou a mineradora a interromper o transporte de cargas na estrada de ferro Vitória-Minas (EFV), entre Sabará e Barão dos Cocais, interferiu nas operações da Usiminas, em Ipatinga (MG).

Segundo o Valor Econômico, dessa forma, a Usiminas precisará usar caminhões para o transporte para o seu abastecimento de minério e de pelotas. O escoamento da produção de aço também precisará ser feito por meio das rodovias.

Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras informou ontem que seu conselho de administração aprovou o modelo para venda de sua participação na BR Distribuidora, que é um passo crucial para tirar a empresa de distribuição do controle estatal. O processo ocorrerá por meio de uma oferta secundária de ações (follow-on). Em comunicado, a Petrobras informou que, após a oferta, sua participação na companhia será “inferior a 50%”. Hoje a estatal tem 71% de participação na BR Distribuidora.

“Todos os atos necessários para realização da oferta estarão sujeitos à aprovação dos órgãos internos da Petrobras, notadamente quanto ao preço e percentual efetivo das ações a serem ofertadas, bem como à análise e à aprovação dos respectivos entes reguladores, nos termos da legislação aplicável”, diz o comunicado da petrolífera.

A Petrobras disse ainda que seu comunicado ainda não pode ser considerado um “anúncio de oferta”, sendo que a realização do processo dependerá de “condições favoráveis dos mercados de capitais nacional e internacional”. Em 26 de abril, a Petrobras já havia anunciado que estudava a realização de uma oferta pública secundária de ações das ações da BR Distribuidora.

“As diretrizes estão de acordo com os pilares estratégicos da companhia que têm como objetivo a maximização de valor para o acionista, através do foco em ativos em que a Petrobras é a dona natural visando à melhoria da alocação do capital, aumento do retorno do capital empregado e redução de seu custo de capital”, disse a estatal na época.

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4)
O Senado aprovou Medida Provisória que abre o setor aéreo para o capital estrangeiro. O texto perderia a validade se não fosse votado ontem e os senadores mantiverem o conteúdo como saiu da Câmara, retomando a franquia gratuita de bagagem. Como sofreu modificações no Congresso, o texto terá de ser confirmado pelo Planalto.

Segundo o Valor Econômico, ministérios da Economia, Infraestrutura e a Anac recomendam o veto do presidente à volta do transporte de bagagem gratuita, sob alegação de que a franquia dificulta a atração de companhias de “baixo custo” para o Brasil, justamente no momento em que foi retirado o limite para capital estrangeiro no setor.

A MP, que autoriza o investimento de até 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas instaladas, que atualmente é de 20%. Senadores criticaram a Câmara por terem derrubado dois pontos: a exigência de uma cota mínima de 5% de voos regionais para empresas estrangeiras que operam no Brasil e de que dois terços da tripulação seja formada por aeronautas brasileiros.

Com o prazo apertado, líderes do Senado fecharam um acordo para aprovar o texto como veio da Câmara e evitar deixar que a MP caducasse. governo se comprometeu em estabelecer a cota regional através de um decreto presidencial, destaca o Estadão.

MRV (MRVE3), Direcional (DIRR3) e Tenda (TEND3)
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou ontem que técnicos do Ministério do Desenvolvimento Regional e do Ministério da Economia estão aprofundando estudos e análises de impactos de possíveis mudanças no programa Minha Casa Minha Vida. Segundo Rêgo Barros, a proposta de revisão da política governamental será encaminhada ainda no primeiro semestre ao Congresso Nacional.

A medida busca “aperfeiçoar” a política nacional de habitação, de acordo com o porta-voz, “buscando integrar o programa às demais diretrizes de governo, e a políticas públicas voltadas aos municípios, com ênfase nas áreas de saneamento, mobilidade, planejamento urbano”, entre outros.

Rêgo Barros também afirmou que, “como o programa é uma das prioridades do governo federal”, desde o início do ano, o Ministério do Desenvolvimento Regional já desembolsou mais de R$ 1,4 bilhão para o Minha Casa Minha Vida.

Centauro (CNTO3) e Magazine Luiza (MGLU3)
A Centauro apresentou uma proposta concorrente à da varejista Magazine Luiza para arrematar a Netshoes, segundo fato relevante publicado pela companhia.

Veja também:
Centauro propõe comprar Netshoes e pode “furar” Magazine Luiza

A Centauro tem a intenção de pagar US$ 2,80 por ação, ante US$ 2,00 proposta pela Magazine Luiza. Dessa forma, a oferta da Centauro seria de cerca de US$ 87 milhões, contra US$ 62 milhões da Magazine Luiza.

A assembleia da Netshoes para aprovar a operação com a Magazine Luiza está marcada para o dia 30 e precisa da aprovação de dois terços dos acionistas.

Duratex (DTEX3)
A Duratex anunciou a compra da empresa de revestimentos cerâmicos Cecrisa, que era controlada pela Vinci Partners, por R$ 539 milhões. A operação atinge o montante de R$ 1 bilhão, incluindo as dívidas de R$ 442 milhões. Em entrevista ao Valor, o presidente da companhia, Antônio Joaquim de Oliveira, afirmou que a empresa está “em transformação e investindo em crescimento”.

Sanepar (SAPR11)
A Sanepar informou que o Tribunal de Contas do Paraná determinou a fixação de um reajuste tarifário anual para este ano de 8,37%, a ser aplicado nas contas de água e esgoto, abaixo dos 12,13% aprovados pela agência reguladora estadual dos serviços, Agepar. 

Vale ressaltar que, nesta quinta, a Sanepar teve a recomendação rebaixada a neutra por Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 86. 

Totvs (TOTS3)
 A Totvs  anunciou que seu Conselho de Administração, no âmbito da oferta pública de distribuição primária com esforços restritos de ações ordinárias, aprovou a fixação do preço por ação no valor de R$ 39,50, perfazendo um total de R$1,066 bilhão.

(Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.