Pão de Açúcar despenca 5% após balanço, CSN cai 2% com mergulho do lucro; outras 20 ações repercutem resultados

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (9)

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão de recuperação na véspera, com uma pontual melhora de humor no mercado internacional e o noticiário político favorável, o Ibovespa volta a operar no campo negativo nesta quinta-feira (9), novamente influenciado pela piora nas perspectivas para as negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Desta vez, o presidente norte-americano Donald Trump disse que a China “quebrou o acordo” que estava sendo gestado. Por outro lado, Pequim afirmou ontem que vai retaliar Washington se os aumentos tarifários forem confirmados.

Do lado das empresas, destaque para o GPA com seu controlador confirmando opções estratégicas aos ativos da América do Sul e os crescimentos nos lucros da Telefônica (+22%), Banco do Brasil (+40%) e BTG Pactual (+12%). Ainda pela temporada de resultados, o mercado aguarda pela divulgação do balanço da Vale após o fechamento do pregão, junto com B3, Suzano, Carrefour, Lojas Americanas, B2W, Marisa, Estácio, Qualicorp, CVC, BR Malls, Cyrela, Gafisa, Tenda, Even, Tecnisa, RNI, Randon, Rumo, Sabesp, Energisa, Banco Pine e Camil.

Confira os destaques corporativos deste pregão:

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Petrobras (PETR4)

A Caixa Econômica Federal registrou na noite de quarta-feira (8) uma oferta na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para vender cerca de R$ 7 bilhões em ações ordinárias da Petrobras. Este é um movimento aguardado pelo mercado pelo menos desde o início deste ano.

De acordo com o registro, a oferta é para venda de pouco mais de 241 milhões de ações, o que equivale a 2,8% do capital total da Petrobras e 3,2% do total de ações ON da empresa.

O valor máximo de venda estipulado por papel foi de US$ 7,27, tornando o total em cerca de US$ 1,754 bilhão. Com esta oferta, deve aumentar a liquidez das ações com direito a voto da estatal, que hoje têm um free float de 36,4%.

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Segundo Geraldo Samor, do site Brazil Journal, houve conversas também para que o BNDES se juntasse à oferta, mas o banco decidiu não fazê-lo. O roadshow da oferta deve começar daqui a duas semanas, com a precificação ocorrendo no fim deste mês ou começo de junho.

GPA (PCAR4)

O controlador do grupo varejista GPA, Casino Guichard-Perrachon, confirmou hoje que estuda várias opções estratégicas para uma combinação de seus ativos latino-americanos, mas que isso até agora não justifica uma comunicação ao mercado.

Os franceses afirmaram que “estudam suas várias alternativas estratégicas nesta região, no contexto da permanente revisão de seus investimentos”, complementando que “essas reflexões não levaram a qualquer elemento substancial que justificasse uma comunicação ao mercado”.

Ontem, as ações da empresa desabaram 7,4% na bolsa após notícia do colunista Lauro Jardim do jornal O Globo informar que a empresa quer combinar seus negócios na América do Sul. O GPA seria o carro-chefe deste novo grupo, migrando para o Novo Mercado. A notícia derrubou ainda os papéis da Via Varejo, em 4%.

Adicionalmente, o GPA divulgou ontem à noite um lucro líquido atribuído aos acionistas controladores, nas operações em continuidade, de R$ 149 milhões no primeiro trimestre de 2019, alta de 94,5%. O lucro consolidado, contando a participação de não controladores e operações descontinuadas, foi de R$ 219 milhões, queda de 17,9% em um ano. O Ebitda somou R$ 824 milhões, alta de 15,1%. A receita líquida somou R$ 12,709 milhões, crescimento de 12%.

Vale (VALE3)

A Vale vai divulgar hoje após o fechamento do mercado os seus resultados do primeiro trimestre, quando deverá reportar os impactos da tragédia de Brumadinho. Ontem à noite antes da divulgação, a mineradora atualizou ontem suas projeções para produção de níquel e cobre para 2019, juntamente com o relatório de produção divulgado pela manhã. A mineradora espera que a produção de níquel fique entre 232 mil e 236 mil toneladas no ano, enquanto para o cobre, o guidance é de 407 mil a 417 mil toneladas.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil fechou o primeiro trimestre com um lucro líquido ajustado de R$ 4,25 bilhões, uma alta de 40,3% sobre o mesmo período do ano passado. O resultado também ficou acima da maior projeção dos analistas consultados pela Bloomberg, que era de lucro de R$ 3,88 bilhões.

De acordo com o banco, “esse foi o maior resultado nominal em um trimestre na história do BB”, que ainda justificou a melhora por conta do aumento da margem financeira, pela redução das despesas de provisão de crédito, pelo aumento das rendas de tarifas e pelo controle de custos.

Entre janeiro e março, o retorno sobre o patrimônio líquido do banco ficou em 16,8%, uma alta expressiva contra os 15,4% do trimestre anterior, mas ainda abaixo do apresentado pelos concorrentes.

A carteira de crédito ampliada, por sua vez, totalizou R$ 684,1 bilhão, uma alta de 0,8% em 12 meses, com destaque para as carteiras pessoa física e agronegócio, que avançaram 7,8% e 1,5% em um ano, respectivamente.

O índice de inadimplência superior a 90 dias chegou a 2,59% no final de março, enquanto a despesa com provisões para crédito de liquidação duvidosa (PCLD) caiu 26,3% na comparação com 2018.

O Banco do Brasil anunciou ainda a distribuição de R$ 1,6 bilhão em forma de Juros Sobre o Capital Próprio, valor 93,2% maior do que o distribuído no primeiro trimestre do ano passado.

Braskem (BRKM5)

A Braskem informou ontem que tomou conhecimento hoje do relatório apresentado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) sobre o fenômeno geológico ocorrido em Maceió (AL). O Ministério Público Estadual (MPE) e a Defensoria Pública de Alagoas acusam as operações da empresa de estarem entre os potenciais motivos para o aparecimento de rachaduras e crateras em residências em Maceió.

A companhia afirmou que está colaborando com as autoridades na identificação das causas, com apoio de especialistas independentes, e comprometida na implementação das soluções. O MP e a defensoria, em ação judicial, pedem o bloqueio de R$ 6,7 bilhões da empresa, para potenciais indenizações à população afetada pelo fenômeno geológico ocorrido nos arredores da área de extração de sal-gema, em Maceió.

Além disso, a empresa informou que registrou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 1,028 bilhão no primeiro trimestre do ano, queda de 2% ante o lucro de R$ 1,054 bilhão de um ano antes. O Ebitda ajustado cresceu 5%, para R$ 2,774 bilhões. A receita líquida ficou estável no comparativo anual, para R$ 12,978 bilhões.

Cielo (CIEL3)

Em meio à guerra das maquininhas de cartão, o presidente da Cielo, Paulo Caffarelli, disse ao Estadão que, sob ataque, empresa não vai virar uma nova Kodak. Segundo ele, a empresa caminha para ser “menos maquininha e mais tecnologia”.

“Não tem empresa que está mais bem posicionada do que a Cielo”, disse. O jornal cita um relatório do HSBC afirmando que, apesar da perspectiva de curto prazo ser “sombria”, a estratégia de focar na liderança, sacrificando rentabilidade, é a mais correta.

CSN (CSNA3)

A CSN registrou um lucro líquido de R$ 86,763 milhões no primeiro trimestre deste ano, um desempenho 94% inferior ao reportado no mesmo período do ano passado, que somou R$ 1,486 bilhão.

Segundo a empresa, o resultado do primeiro trimestre deste ano registrou um valor negativo de R$ 135 milhões na linha de outras receitas e despesas líquidas, revertendo um ganho de R$ 1,796 bilhão de um ano antes.

Essa perda de janeiro a março ocorreu, principalmente, pelo “reconhecimento ao resultado de hedge accounting e outras despesas, parcialmente compensados pela valorização das ações da Usiminas”, explicou a companhia no relatório de administração que acompanha o balanço.

O Ebitda ajustado somou R$ 1,724 bilhão, uma alta de 39%. A CSN destaca que o resultado cresceu em razão da maior contribuição do segmento de mineração. A margem Ebitda atingiu 27,7%, uma alta de 4,2 pontos porcentuais.

A receita líquida de janeiro a março totalizou R$ 6,005 bilhões, cifra 19% superior à registrada no mesmo período do ano passado. As vendas de aços, em volume, recuaram 8% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto as vendas de minério de ferro cresceram 19%.

Telefônica (VIVT4)

A Telefônica registrou um lucro líquido de R$ 1,387 bilhão no primeiro trimestre deste ano, um desempenho 26,3% superior ao do mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda somou R$ 3,903 bilhões, alta de 2,9%, com uma margem se expandindo 0,4 ponto porcentual, para 35,6%.

A receita líquida somou R$ 10,975 bilhões, uma alta de 1,7%. O faturamento com operações móveis subiu 4,7%, para R$ 7,081 bilhões, sendo que a receita de aparelhos subiu 55,%, a R$ 598 milhões. A receita com telefonia fixa atingiu R$ 3,894 bilhões, uma retração de 3,2%.

A empresa encerrou o primeiro trimestre com um total de acessos de 94,994 milhões, queda de 2,9% ante igual período do ano passado. Os acessos móveis somaram 73,529 milhões (-2,1%) e os fixos 21,465 milhões (-5,5%). Os investimentos somaram R$ 1,696 bilhão, uma alta de 9,6%.

MRV (MRVE3)

A MRV registrou lucro líquido de R$ 189 milhões no primeiro trimestre de 2019, cifra 18,2% maior em comparação com o mesmo intervalo de 2018. A companhia segue se beneficiando da ampliação dos lançamentos e das vendas, com consequente ampliação da receita e diluição das despesas. O Ebitda somou R$ 273 milhões, alta 19,2%. A receita operacional líquida atingiu R$ 1,509 bilhão, expansão de 22,7%.

Aliansce (ALSC3)

A Aliansce Shopping Center terminou o primeiro trimestre de 2019 com lucro líquido consolidado contábil de R$ 30,115 milhões, alta de 333,2%. A empresa informou ainda um lucro líquido gerencial, de R$ 27,788 milhões, alta de 334,4%. O Ebitda ajustado somou R$ 90,992 milhões, avanço de 6,7%. A receita líquida consolidada contábil totalizou R$ 127,272 milhões, alta de 7,5%.

Valid (VLID3)

A Valid encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 13,7 milhões, queda de 30,5% ante igual período do ano passado. Sem o efeito do IFRS 16, o lucro atingiu R$ 14,5 milhões, retração de 26,4%. O Ebitda, com IFRS 16, avançou 1,5% no trimestre, para R$ 66,5 milhões, e sem o IFRS 16, recuou 6,7% para R$ 61,1 milhões. A receita líquida ficou 10,5% maior nos primeiros três meses do ano, em R$ 426,8 milhões.

SLC (SLCE3)

A SLC Agrícola registrou lucro líquido consolidado de R$ 111,381 milhões, queda de 34,2% na comparação anual. O Ebitda atingiu R$ 206,238 milhões, retração de 27%. A receita líquida foi de R$ 618,833 milhões, avanço de 46,2%.

SulAmérica (SULA11)

A SulAmérica registrou um lucro líquido de R$ 223,3 milhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 57,2% superior a registrada no mesmo intervalo do ano passado.

O índice combinado registrou uma melhora de 1 ponto porcentual, atingindo 97,6% no primeiro trimestre, sendo “o melhor índice para um primeiro trimestre em mais de dez anos – reflexo da constante busca por eficiência operacional da Companhia”. O ROAE recorrente dos últimos doze meses atingiu 16%, ante 14,3% de um ano antes. A sinistralidade ficou em 75,2% no primeiro trimestre, ante 76,4% de igual intervalo de 2018.

O total de receitas de receitas operacionais cresceu 10,1%, para R$ 5,254 bilhões. O resultado financeiro líquido ficou positivo em R$ 171,3 milhões, um aumento de 18,2%.

Engie (EGIE3)

A Engie Brasil encerrou o primeiro trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 565,5 milhões, alta de 15,6%. O Ebitda somou R$ 1,212 bilhão, aumento de 15,9%. A receita operacional líquida cresceu 25,1%, para R$ 2,338 bilhões.

Totvs (TOTS3)

A Totvs registrou um lucro líquido ajustado de R$ 45,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 26,9% em comparação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado atingiu R$ 104,5 milhões de janeiro a março, expansão de 7,9%. A receita líquida somou R$ 563,6 milhões nos primeiros três meses do ano, um crescimento de 8,6% em um ano.

Adicionalmente, o conselho da empresa aprovou dar seguimento às tratativas para venda das operações de hardware da empresa.

Enauta (ENAT3)

A Enauta Energia, ex-QGEP, teve lucro líquido de R$ 51 milhões no primeiro trimestre, queda de 68%. O Ebitda recuou 37,7%, para R$ 128,8 milhões. A receita líquida ficou em R$ 207,3 milhões, crescimento de 74,5% em um ano.

Eneva (ENEV3)

A Eneva terminou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 129,8 milhões, alta de 270%. O Ebitda ajustado foi de R$ 322,2 milhões, aumento de 6,1%. A receita líquida caiu 10,3% no período, a R$ 611,4 milhões.

Banco Inter (BIDI4)

O Banco Inter registrou lucro líquido de R$ 12,1 milhões no primeiro trimestre de 2019, alta de 15,7%. O retorno sobre patrimônio líquido ficou em 5,1% no trimestre, queda de 5,7 pontos na comparação anual. Os ativos totais somaram R$ 5,947 bilhões ao final de março, avanço de 56,5% em um ano.

O conselho do banco aprovou ainda a venda de 40% capital da Inter Digital Corretora e Consultoria de Seguros, pelo valor de R$ 114 milhões, para a Wiz. Desse total, R$ 45 milhões serão pagos à vista e outros R$ 69 milhões em quatro parcelas variáveis.

WIZ (WIZS3)

A Wiz registrou um lucro líquido consolidado de R$ 56,6 milhões, alta de 76,8%. O Ebitda somou R$ 98,4 milhões, incremento de 63,6%. A receita líquida atingiu R$ 154,4 milhões, aumento de 16,0%.

EDP (ENBR3)

A EDP Energias do Brasil apresentou lucro líquido de R$ 295,6 milhões no primeiro trimestre de 2019, alta de 38,1% na comparação com igual período do ano passado. O Ebitda somou R$ 705,6 milhões, alta de 9,4%. A receita líquida somou R$ 2,827 bilhões, em linha com ano passado.

Arezzo (ARZZ3)

A Arezzo teve queda de 14,7% no lucro líquido do primeiro trimestre, que somou R$ 23,141 milhões. O Ebitda subiu 33,9%, para R$ 54,582 milhões. A receita líquida subiu 14,2%, para R$ 377,163 milhões.

Azul (AZUL4)

Azul registrou um lucro líquido de R$ 137,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, representando uma queda de 20,1% na comparação anual. O Ebitda somou R$ 724,2 milhões, alta de 8,1%. O Ebit, resultado operacional, por sua vez, recuou 10,1%, para R$ 335,6 milhões. A receita líquida subiu 16%, para R$ 2,542 bilhões.

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida teve lucro liquido de R$ 209 milhões no primeiro trimestre, queda de 2,4%. O Ebitda somou R$ 277,4 milhões, queda de 1,9%. A receita líquida atingiu R$ 1,257 bilhão, incremento de 15,3%.

JSL (JSLG3)

A JSL apresentou um lucro consolidado de R$ 60,8 milhões, representando uma alta de 142% na comparação anual. O Ebitda subiu 34%, para R$ 474,6 milhões, enquanto a receita avançou 14%, para R$ 2,2 bilhões.

BTG (BPAC11)

O BTG Pactual terminou o período entre janeiro e março com lucro líquido de R$ 675 milhões, cifra 12,5% superior a apresentada no mesmo período do ano passado. A empresa informa que, em base ajustada, o lucro somou R$ 721 milhões, alta de 9,2%.

As receitas totais somaram R$ 1,482 bilhão, aumento de 13,1% na comparação anual. O retorno sobre o patrimônio anualizado ficou em 15,1% (+0,9 p.p.).

Os ativos totais cresceram 12,5%, para R$ 164,7 bilhões. Os ativos sob administração somaram R$ 214,1 bilhões (+30,7%) e sob gestão atingiram R$ 133,6 bilhões (+33%).

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.