Petrobras cai com petróleo; Vale e siderúrgicas têm forte queda e Cielo segue em baixa com guerra das maquininhas

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (2)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A bolsa inaugurou o mês de maio em queda, acompanhando o movimento dos ADRs (American Depositary Receipts) na véspera, em que a bolsa esteve fechada por conta do feriado de 1º de maio. As maiores baixas 

Seguindo o movimento dos ADRs (American Depositary Receipts) na véspera, dia de feriado na B3, a sessão é de queda para o mercado brasileiro, com destaque para as ações relacionadas a commodities. As ações da CSN (CSNA3), por sinal, registraram queda de mais de 4%. 

Em destaque no radar corporativo, o Magazine Luiza anunciou memorando de entendimentos para a compra de lojas no Pará e no Maranhão, Petrobras concluiu a venda de Pasadena, enquanto a Klabin divulgou balanço do primeiro trimestre. Já o Itaú Unibanco fechou em leve alta na sessão pré-resultado. Confira os destaques: 

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras caiu seguindo o movimento do petróleo: na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para entrega em junho fechou em queda de 2,81%, cotado a US$ 61,81. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para julho caiu 1,98%, para US$ 72,18 por barril, com investidores ainda reagindo à forte alta nos estoques dos Estados Unidos na sessão anterior. 

A petroleira informa que finalizou, por meio de sua subsidiária Petrobras America Inc. (PAI), a venda de 100% de suas ações nas empresas que compõem o sistema de refino de Pasadena, nos Estados Unidos, para a empresa Chevron U.S.A. Inc. (Chevron). A transação envolve o pagamento pela Chevron para a PAI de US$ 467 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão), sendo US$ 350 milhões pelo valor das ações e US$ 117 milhões de capital de giro, que será ajustado posteriormente para refletir a posição da data do fechamento. “Esta operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando a geração de valor para os nossos acionistas”, afirmou a estatal em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Em meio a saída de suas operações no exterior, a Petrobras informou que acumula perdas de mais de US$ 116 milhões em 15 anos com concessões de gás natural no Uruguai. A informação foi em resposta a protestos e greve de fome de funcionários uruguaios, que acusam a empresa de cumprir precariamente o serviço de distribuição de gás no país. A estatal brasileira é acionista de duas concessionárias no setor – a MontevideoGas e a Conecta. Atualmente, negocia com o governo local uma “recomposição da equação econômico financeira das concessões de gás natural”, segundo sua assessoria. A situação financeira das duas empresas das quais a Petrobras é sócia é deficitária, disse a petroleira.

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Bradesco (BBDC3;BBDC4)

A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu processo administrativo contra o Bradesco para apurar se o banco estaria prejudicando a GuiaBolso, aplicativo de gestão financeira e oferta de crédito. O processo é mais um aberto pelo Cade para garantir a concorrência para fintechs e no setor financeiro. Segundo o Cade, há suspeita de prática anticompetitiva pela instituição financeira, já que o Bradesco teria instituído um segundo fator de autenticação para que seus clientes acessem suas contas correntes na plataforma. O Cade começou a apurar denúncias contra o GuiaBolso em julho do ano passado, após secretaria do antigo Ministério da Fazenda apontar as supostas práticas anticompetitivas. A secretaria ressaltava que o GuiaBolso depende das informações dos usuários controladas pelo Bradesco para viabilizar a oferta de seus produtos.

IRB (IRBR3) e Azul (AZUL4)

A IRB e a Azul estarão na próxima carteira do Ibovespa, que vigorará entre 6 de maio e 30 de agosto, conforme aponta a terceira e última prévia divulgada pela B3. O novo índice terá 66 ativos, de 63 empresas. 

Magazine Luiza (MGLU3)

Após a compra da NetShoes, a rede varejista Magazine Luiza fechou a compra de 48 lojas no Pará e no Maranhão, pertencentes à rede Armazém Paraíba. Segundo Valor, citando fontes, a operação de compra girou entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões. A operação envolveria o formato de “cessão de pontos” e deverá ser objeto de análise do Cade. A Magazine Luiza conta com R$ 2,2 bilhões em caixa e deverá desembolsar US$ 62 milhões para fechar a compra da NetShoes.

Vale (VALE3)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) anunciou na terça-feira (30) o ajuizamento de uma ação civil pública contra a Vale (VALE3) cobrando a reparação integral de todos os danos socioeconômicos causados na tragédia de Brumadinho (MG).

Foi pedido que a mineradora seja obrigada a apresentar garantias financeiras da ordem de R$ 50 bilhões, montante considerado necessário para assegurar todas as medidas. Além disso, o MPMG quer que cada atingido receba desde já R$ 30 mil como uma antecipação da indenização que será posteriormente calculada.

De acordo com análise da XP Research,  o ajuizamento pode fazer parte de uma estratégia do órgão para pressionar por um acordo maior, mas ainda deve haver ter muitos desfechos até um acordo ser assinado.

“Como se trata de uma empresa da importância da Vale, é esperado ainda que o juiz peça informações antes de decidir sobre o pedido de bloqueio e que a empresa possa se posicionar sobre eventuais efeito danosos da medida. Além disso, pensando na solvência da empresa, o Judiciário costuma mesclar ativos (bens móveis e imóveis) e alguma quantia do caixa como garantia”, afirmam os analistas da XP.  Assim, mesmo sendo um passo inicial, a notícia deve pressionar as ações da Vale no curto prazo, aponta a XP. 

A Vale ainda indicou Patrícia Bentes para ser sua terceira conselheira independente no board da companhia. Desde 2017, integram o conselho as independentes Sandra Guerra e Isabella Saboya. A eleição de Patrícia teve apoio expressivo dos acionistas minoritários da Vale. A mineradora passará a contar com 13 conselheiros, um a mais do que antes. O Valor destaca, porém, que ainda a maioria dos conselheiros é indicado pelos maiores acionistas. A empresa se vê às voltas com os problemas relativos ao desastre de Brumadinho. A empresa vai divulgar seu balanço do primeiro trimestre deste ano, em que devem ser contabilizadas as perdas com a tragédia de janeiro, no dia 9 de maio, após o fechamento do mercado.

Cielo (CIEL3)

A guerra das maquininhas segue movimentando o setor. A Rede anunciou mais uma rodada de cortes de preços, desta vez voltada para pequenos negócios com faturamento abaixo de R$10 mil por mês. A Rede cobrará 1,99% e 3,49% de MDR para transações com cartão de débito e cartões de crédito sem parcelamento, respectivamente, com liquidação em dois dias.

“Esse movimento é outro golpe no setor de adquirência como um todo, já que os lucros vem encolhendo com os players sendo cada vez mais agressivos. No dia 17 de abril, a Rede já havia anunciado reduções significativas de preços na antecipação de recebíveis, que abalou o setor e impactou as ações de CIEL, STNE e PAGS. Esperamos que movimentos como esses continuem acontecendo, já que os incumbentes (Cielo, Rede) devem se aproveitar de sua escala e acesso ao capital para proteger sua liderança”, destaca a XP Research. 

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)

A Azul anunciou ontem sua saída da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Em comunicado, a companhia, uma das fundadoras da associação, criada em 2012, disse reconhecer as contribuições da entidade ao setor, mas “entende que a partir desse momento prefere representar seus interesses de forma direta”. Após a saída, a Abear agradece à Azul e reforça permanece firme na “missão de promover um ambiente de cooperação empresarial.” A saída ocorre em meio às polêmicas entre Azul, Gol e Latam em relação à compra dos ativos da Avianca, que está em recuperação judicial, especialmente das posições no aeroporto de Congonhas.

O Estadão destacou hoje que o “Efeito Avianca”, de recuperação judicial da companhia, resultou numa alta de 140% nos preços das passagens. Segundo a publicação, a devolução de jatos e o cancelamento de voos, derrubou a oferta de assentos, elevando os preços. A maior alta registrada pela reportagem foi no trecho Rio-Salvador, cuja média passou de R$ 574,14 em abril de 2018 para R$ 1.377,32 no mês passado.

CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5)

A CSN vai investir R$ 250 milhões na reforma de um dos seus dois altos-fornos instalados em Volta Redonda (RJ), informa o Valor. A parada programada ocorrerá entre 28 de junho e 28 de agosto. Dessa forma, a siderúrgica vai comprar entre 450 e 500 mil toneladas de aço para atender o mercado interno no período em que reduzir sua produção. Segundo o Valor, deste montante, 30% deverá ser importado e o restante adquirido de concorrentes como Usiminas e Ternium Brasil.

Valid (VLID3)

A Valid será a responsável este ano pela produção de materiais gráficos dos exames, avaliações e pré-testes realizados pelo Instituto Nacional de Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entre os quais o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e o pré-teste para o Banco Nacional de Itens.

A Valid obteve vitória por meio de concorrência em pregão eletrônico do Inep, ligado ao Ministério da Educação (MEC). O valor máximo do contrato pode chegar a R$ 143 milhões, dependendo da quantidade de cadernos de exames confeccionados e obedecendo aos critérios de cada uma das avaliações – o Saeb, o Encceja e o Enade são aplicados pelo Inep em todo o País, anual ou bienalmente, segundo informou a empresa.

Guararapes (GUAR3)

A Guararapes, controladora da rede varejista Riachuelo, informou que em assembleia Geral Ordinária e Extraordinária foi aprovado o desdobramento das ações ordinárias da companhia, de forma que cada ação passará a ser representada por oito. O desdobramento terá como base a posição acionária de 30 de abril e a partir de hoje (2), as ações passarão a ser negociadas ex-desdobramento. O crédito das ações provenientes do desdobramento será efetuado aos acionistas no final do pregão de 6 de maio.

Light (LIGT3)

O conselho de administração da Light elegeu hoje Ana Marta Horta Veloso para o cargo de diretora presidente e diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com Investidores da companhia, no lugar de Luís Fernando Paroli Santos. – A Eletropaulo Metropolitana recebeu, hoje, carta de renúncia de Ana Marta Hora Veloso aos cargos de membro do Conselho de Administração e do Comitê de Auditoria da companhia. Segundo informações divulgadas na imprensa em meados de abril, Ana Veloso teria sido convidada para voltar a comandar a Light por sócios desta empresa.

Klabin (KLBN11)

A Klabin aprovou o pagamento de R$ 201 mi de dividendos intermediários, informou a empresa em comunicado ao mercado. O dividendo é correspondente às ações ordinárias e preferenciais, na razão de R$ 0,03813885297 por ação. O dividendo correspondente às Units, na razão de R$ 0,19069426485 por Unit. O pagamento dos valores será realizado em 17 de maio.

A companhia também divulgou o balanço referente ao primeiro trimestre de 2019, registrando um prejuízo de R$ 196 milhões, enquanto a receita foi de R$ 2,49 bilhões. O Ebitda ajustado somou R$ 1,01 bilhão. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.